Lançado originalmente em 30 de setembro de 2014, Middle-earth: Shadow of Mordor foi uma surpresa ousada no universo dos jogos inspirados na obra de J.R.R. Tolkien. Desenvolvido pela Monolith Productions e publicado pela Warner Bros. Interactive, o jogo chegou ao PlayStation 3 pouco depois de sua versão para PS4 e PCs, e infelizmente essa versão para consoles da geração anterior sofreu bastante em comparação às demais.
Enredo e Conexão com o Universo de Tolkien
A história se passa entre os eventos de O Hobbit e O Senhor dos Anéis, preenchendo lacunas entre essas duas grandes sagas. Você joga como Talion, um guarda da Porta Negra de Mordor que é brutalmente assassinado junto de sua família por servos de Sauron. No entanto, Talion é trazido de volta à vida ao ser ligado espiritualmente a um espectro élfico: Celebrimbor, o lendário ferreiro que forjou os Anéis de Poder.
Juntos, Talion e Celebrimbor buscam vingança contra as forças de Sauron. A trama se encaixa como uma espécie de “fan fiction oficial”, com algumas liberdades criativas em relação ao cânone, mas que ainda assim respeita os pilares da mitologia da Terra-Média.
Jogabilidade: Liberdade com Sangue e Sombras
Um dos maiores destaques de Shadow of Mordor é seu sistema de combate fluido e visceral, claramente inspirado em jogos como Batman: Arkham e Assassin’s Creed. O jogador pode alternar entre ataques corpo a corpo, furtividade e habilidades mágicas com uma fluidez impressionante, mesmo nas limitações do PS3.
Mas o grande diferencial é o Sistema Nêmesis: inimigos orcs que te derrotam podem subir de patente, lembrar de confrontos passados, provocar e até desenvolver rivalidades únicas com o jogador. Cada inimigo tem fraquezas e resistências específicas, o que adiciona profundidade estratégica
Essa mecânica também se liga diretamente à morte: quando Talion morre, o mundo continua. O orc que te matou ganha promoção, se vangloria e pode se tornar um chefe mais forte, criando uma sensação de evolução viva do mundo.
Morte com Consequências: O Sistema Nêmesis
Diferente de jogos em que a morte simplesmente reinicia o checkpoint, aqui ela altera o estado do mundo. Inimigos lembram de você, te perseguem, e podem se tornar sua obsessão pessoal. Esse sistema dá uma personalidade única à campanha, fazendo com que cada jogador tenha sua própria história de vingança e superação.
Gráficos e Performance no PS3
Infelizmente, o PS3 sofreu bastante para rodar o jogo. Os gráficos são drasticamente inferiores à versão de PS4, com texturas borradas, menos efeitos de iluminação e modelos de personagens simplificados. O mundo de Mordor, que deveria parecer vivo e opressivo, acaba parecendo mais vazio e artificial no PS3.
Além disso, a performance é instável: quedas de framerate são frequentes, e os tempos de carregamento são mais longos. Ainda assim, o núcleo da jogabilidade permanece intacto, o que salva a experiência.
Trilha Sonora e Efeitos Sonoros
A trilha sonora, composta por Garry Schyman e Nathan Grigg, evoca muito bem a atmosfera sombria de Mordor. Tons épicos misturam-se com sons ameaçadores, criando uma ambientação tensa e envolvente. Os efeitos sonoros são bem trabalhados, desde o som das lâminas cortando até os gritos dos orcs em fuga ou provocação.
As dublagens, mesmo em inglês, são outro ponto forte, dando personalidade aos inimigos e peso aos momentos dramáticos da história.
Veredito: Vale a Pena no PS3?
Middle-earth: Shadow of Mordor no PS3 é uma versão comprometida por limitações técnicas, mas que ainda consegue transmitir a essência da experiência. A jogabilidade é sólida, o enredo é intrigante e o sistema Nêmesis é uma das ideias mais inovadoras dos últimos tempos.
Se você não tem acesso à versão de PS4 ou PC, ainda assim vale dar uma chance, com a consciência de que a performance e os gráficos estão longe do ideal.
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