Die Hard Trilogy (PSX) - 1996 - Ypie Kie Ye!

Lançado em 1996 pela Fox Interactive e desenvolvido pela Probe Entertainment, Die Hard Trilogy para PlayStation foi uma das experiências mais ousadas da era 32-bits. Inspirado na popular franquia de filmes estrelada por Bruce Willis, o jogo surpreende ao trazer três estilos de gameplay distintos, cada um baseado em um dos três primeiros filmes da série. Em um tempo onde a maioria dos jogos seguia um gênero único, Die Hard Trilogy foi um verdadeiro experimento – e, curiosamente, um que deu certo.

Três Jogos em Um

O grande diferencial de Die Hard Trilogy está em sua estrutura. O jogo é dividido em três episódios independentes, cada um com seu próprio estilo de jogabilidade:

1. Die Hard (Duro de Matar - 1988)

Neste episódio, o jogador percorre os andares do Nakatomi Plaza em uma perspectiva third-person shooter. O objetivo é eliminar terroristas andar por andar até resgatar os reféns. O combate é rápido, e o mapa do prédio vai se abrindo gradativamente. Os controles são simples, embora um pouco “travados” pelos padrões atuais, mas funcionam bem dentro da proposta.

2. Die Hard 2: Die Harder (Duro de Matar 2 - 1990)

Aqui temos uma mudança radical: o jogo se transforma em um rail shooter em primeira pessoa, no estilo de arcades como Virtua Cop. Você se move automaticamente por áreas do aeroporto, enquanto mira e atira nos inimigos com o cursor na tela. É o episódio mais “arcade” dos três, com ação frenética, explosões exageradas e pontuação baseada na precisão.

3. Die Hard With a Vengeance (Duro de Matar: A Vingança - 1995)

Neste episódio, o jogo se transforma mais uma vez, agora em um driving game. Você controla um táxi pelas ruas de Nova York tentando desarmar bombas antes que o tempo acabe. O destaque aqui vai para a liberdade de movimentação e a cidade semi-aberta (bastante impressionante para a época), mas a física do carro e a câmera podem causar certa frustração em jogadores menos pacientes.

Gráficos

Para um título de 1996, Die Hard Trilogy apresenta gráficos decentes, ainda que irregulares. O primeiro episódio tem ambientes fechados com texturas simples, mas bem ambientadas. O segundo episódio brilha mais, com cenários variados e muitos efeitos visuais (explosões, fumaça, etc.). O terceiro episódio impressiona pelo tamanho das áreas urbanas, mas sofre com quedas de frame rate e pop-in visível. No geral, os visuais cumprem seu papel, especialmente considerando a variedade de estilos que o jogo oferece.


Som e Trilha Sonora

O áudio é um dos pontos altos. As vozes digitalizadas, os efeitos sonoros (como tiroteios e explosões) e as falas de John McClane ("Yippee-ki-yay!") ajudam a criar imersão. A trilha sonora é funcional, embora um pouco repetitiva em certos trechos. O design sonoro contribui para a tensão e o ritmo acelerado da ação, principalmente no segundo episódio.

Jogabilidade: Versatilidade com Custos

A maior virtude do jogo – sua variedade – também é sua principal limitação. Por abraçar três gêneros distintos, Die Hard Trilogy acaba oferecendo experiências que, individualmente, não são tão refinadas quanto jogos especializados de cada gênero. Ainda assim, essa ousadia é louvável, e poucos jogos da época conseguiram misturar estilos com tamanha personalidade.

O controle nos três episódios varia bastante:

  • No primeiro, é funcional, mas limitado.

  • No segundo, é direto e intuitivo, ideal para um rail shooter.

  • No terceiro, é o mais problemático, com uma física esquisita e colisões inconsistentes.

Comparação com a Versão do Sega Saturn

A versão para Sega Saturn foi lançada pouco depois e, embora fiel ao conteúdo do PlayStation, sofre em termos de performance. Os gráficos são um pouco menos definidos, com mais serrilhados e quedas de frame mais frequentes. O Saturn também apresenta loadings mais demorados e uma taxa de quadros mais instável, especialmente no episódio de direção. No som, ambas as versões são bastante similares, com vantagem leve para o PlayStation devido ao processamento de áudio mais limpo.

Veredito 

Die Hard Trilogy é um clássico cult da era 32-bits. Mesmo com suas limitações técnicas e mecânicas um tanto engessadas hoje em dia, o jogo brilha por sua ambição e variedade. É um exemplo de como adaptar uma franquia de filmes pode render uma experiência criativa, divertida e, acima de tudo, memorável. Para fãs da série ou colecionadores de jogos retrô, vale a pena revisitar essa joia dos anos 90.

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