Alien 3 (SNES) – Um terror não-linear nos 16-bits

 

Lançado para o Super Nintendo em 1993, Alien 3 é a adaptação do filme homônimo estrelado por Sigourney Weaver, e surpreende ao não seguir à risca a trama cinematográfica. Em vez disso, o jogo entrega uma experiência com identidade própria, destacando-se por sua jogabilidade não-linear, ambientação sombria, e um desafio que exige nervos de aço.

Estrutura não-linear: escolha sua missão, salve os reféns

Ao contrário da maioria dos jogos de ação da época, Alien 3 no SNES adota uma estrutura de missões. Em cada estágio, o jogador recebe objetivos variados, como:

  • Resgatar prisioneiros (reféns);

  • Eliminar todos os xenomorfos;

  • Consertar equipamentos danificados;

  • Selar passagens ou portas infestadas.

Essa abordagem dá ao jogador liberdade e responsabilidade, exigindo estratégia sobre a ordem das ações. Há um tempo-limite para completar cada missão, o que aumenta a tensão e obriga a explorar rapidamente os mapas complexos, repletos de escadas, plataformas, corredores estreitos e áreas ocultas.

Jogabilidade: ação frenética e exploração constante

A movimentação de Ripley é responsiva, com bom controle de saltos, escadas e troca de armas. O arsenal é variado: metralhadora, lança-chamas e granadas — todas úteis contra os incessantes aliens. A jogabilidade é uma mistura de run and gun com elementos de exploração, algo incomum para um jogo licenciado na época.

O mapa de cada fase é amplo e exige memória e atenção, já que os reféns ficam espalhados e muitas vezes escondidos em locais de difícil acesso. A combinação de tempo limitado e múltiplas tarefas dá ao jogo uma dose de replayability, principalmente para os que buscam dominar as rotas e economizar recursos.

Som: tensão sonora em cada passo

A trilha sonora é minimalista e extremamente atmosférica. Em vez de músicas agitadas, o jogo aposta em batidas graves, sons metálicos e efeitos pontuais que reforçam o clima de isolamento e urgência. Cada alien eliminado emite um grito gutural marcante, e os efeitos sonoros dos tiros e explosões são satisfatórios e bem definidos.

Gráficos: claustrofobia em pixel art

Visualmente, Alien 3 tem uma estética escura e opressiva. O design dos cenários remete aos corredores industriais da prisão de Fiorina 161 (ambientação do filme), com muito uso de sombras, texturas metálicas e luzes piscando. Os sprites são bem detalhados, especialmente os xenomorfos, que se movem com fluidez e agressividade.

A protagonista, Ripley, tem uma boa animação para a época, e as armas têm efeitos visuais distintos. A tela raramente fica poluída, mesmo durante tiroteios intensos, o que mostra um bom trabalho de otimização para o hardware do SNES.

Ambientação: terror industrial e solidão

Mesmo sem recorrer a sustos gráficos, Alien 3 consegue passar um sentimento constante de ameaça e isolamento. A ausência de aliados, o tempo correndo, e os mapas labirínticos criam uma imersão intensa, que traduz bem o espírito da franquia Alien.

A escolha de ambientar o jogo em uma instalação industrial decadente, com corredores claustrofóbicos e pouca iluminação, ajuda a manter o jogador sempre alerta. O perigo pode vir de qualquer canto, ou teto.

Veredito

Alien 3 para o Super Nintendo é um exemplo raro de adaptação de filme que acerta mais do que erra. Com sua abordagem não-linear, atmosfera pesada, e uma jogabilidade que exige precisão e foco, ele oferece uma experiência única para os fãs de ação e ficção científica.

Mesmo com sua dificuldade elevada e ritmo exigente, é um jogo que recompensa o jogador persistente. Para quem busca um desafio sombrio nos 16-bits, Alien 3 é uma excelente pedida.

Pontos positivos:
✔ Estrutura de missões não-linear
✔ Ambientação fiel ao clima da franquia
✔ Trilha sonora tensa e imersiva
✔ Variedade de armas e objetivos

Pontos negativos:
✖ Dificuldade alta pode frustrar iniciantes
✖ Falta de variedade visual entre os estágios

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