Lançado originalmente em 2012 como um exclusivo do PlayStation Vita, Gravity Rush (ou Gravity Daze, no Japão) foi um daqueles títulos que ajudaram a definir o console portátil da Sony. Desenvolvido pelo Japan Studio, sob a direção de Keiichiro Toyama, conhecido por Silent Hill e Siren, o jogo foi ousado, artístico e único em quase todos os sentidos. Embora inicialmente exclusivo do PS Vita, o sucesso cult do título acabou rendendo uma remasterização para o PlayStation 4 em 2016, expandindo seu alcance a um público muito maior e consolidando sua relevância na história dos jogos da Sony.
Exclusividade do PS Vita e a Transição para o PS4
Durante seu lançamento, Gravity Rush foi celebrado como uma das experiências mais ambiciosas do PS Vita. A proposta inovadora e o uso criativo do giroscópio do portátil ofereciam uma jogabilidade que era, literalmente, fora de série. A exclusividade inicialmente fez sentido: o jogo mostrava o que o hardware portátil da Sony era capaz de fazer. No entanto, com o declínio das vendas do PS Vita e o crescente apelo do PS4, a Sony decidiu relançar o jogo com gráficos aprimorados e controles adaptados, finalmente levando a aventura de Kat para uma audiência muito maior, decisão que foi bem recebida por crítica e jogadores.
Gráficos: Um Mundo Pintado com Estilo
Visualmente, Gravity Rush é uma verdadeira obra de arte. Inspirado por quadrinhos europeus, especialmente bande dessinée (como Valérian), o jogo usa um estilo cel-shading vibrante que dá vida à cidade flutuante de Hekseville. Mesmo com as limitações do PS Vita, os desenvolvedores conseguiram criar ambientes ricos e detalhados, com iluminação dinâmica e efeitos atmosféricos que impressionavam pela plataforma em que estavam.
No PS4, o visual ganhou uma nova camada de polimento, rodando com fluidez e resoluções maiores, o que só reforçou a qualidade artística do jogo.
Trilha Sonora e Som: Atmosfera Encantadora
A trilha sonora composta por Kohei Tanaka é outro destaque. Ela mistura elementos orquestrais com jazz e música francesa, criando uma atmosfera envolvente e ao mesmo tempo melancólica. Cada região da cidade possui temas próprios que reforçam sua identidade visual e narrativa. Os efeitos sonoros, por sua vez, complementam bem a experiência, desde os sons suaves dos ventos ao mudar de gravidade até o impacto dos combates.
Jogabilidade e Mecânicas Inovadoras
O grande trunfo de Gravity Rush está em sua jogabilidade única. A protagonista Kat possui a habilidade de manipular a gravidade ao seu redor, permitindo que ela "caia" em qualquer direção, essencialmente voando pelos céus da cidade. Essa mecânica, aproveitada com o uso do sensor de movimento do Vita, proporciona uma liberdade de movimento raramente vista nos jogos de ação em terceira pessoa.
As batalhas contra criaturas chamadas Nevi exigem domínio das leis da física alternativas do jogo. E, mesmo com certa curva de aprendizado, o controle gravitacional nunca deixa de ser divertido. Há também um sistema de progressão que permite evoluir habilidades e melhorar as capacidades de Kat, mantendo o interesse ao longo da campanha.
Recepção da Crítica e do Público
No lançamento, Gravity Rush recebeu críticas geralmente positivas. Muitos elogiaram sua originalidade, estilo visual e ambientação, apesar de apontarem certa repetição nas missões secundárias e alguma imprecisão nos controles. No entanto, mesmo com algumas críticas pontuais, a maioria concordava que o jogo era uma das experiências mais marcantes e criativas do PS Vita.
Com o lançamento da remasterização no PS4, o jogo foi reavaliado por novos jogadores e críticos, que o acolheram como um clássico cult e reconheceram seu valor artístico e mecânico.
Veredito
Gravity Rush é um daqueles títulos que merecem ser jogados por qualquer fã de videogames que valorize criatividade, estilo e inovação. Sua mecânica gravitacional diferenciada, aliada a uma direção de arte encantadora e uma protagonista carismática, fazem dele uma experiência memorável. Ainda que tenha começado sua vida como um exclusivo do PS Vita, foi no PS4 que finalmente encontrou o público que merecia.
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