Quando Alien Resurrection chegou ao PlayStation em outubro de 2000, a recepção foi, no mínimo, curiosa. O filme homônimo havia sido lançado em 1997 e, portanto, o jogo parecia um produto atrasado, lançado três anos depois do material que pretendia promover. Ainda assim, a Fox Interactive apostou em trazer a atmosfera sombria do universo Alien para os videogames, entregando um título que, apesar de irregular, marcou presença por algumas escolhas ousadas.
Lançamento e recepção
O atraso em relação ao filme fez com que o jogo chegasse com pouco impacto de marketing, já que o interesse pelo longa já havia esfriado. No entanto, os fãs de ficção científica e do gênero survival horror ainda aguardavam algo que pudesse misturar a tensão de Resident Evil com a agressividade de um Doom. A recepção da crítica na época foi dividida: muitos destacaram o clima sombrio e a fidelidade ao universo Alien, mas houve bastante crítica ao atraso, à jogabilidade peculiar e à dificuldade elevada.
Curiosamente, Alien Resurrection também ficou marcado como um dos primeiros jogos de console a adotar controles em dois analógicos, algo que na época parecia estranho, mas que hoje é o padrão em praticamente todo FPS. Na época, revistas e jogadores consideravam esse esquema “confuso”, mostrando como o game estava à frente do seu tempo nesse aspecto.
Gráficos
Visualmente, o jogo não chega a ser impressionante, mas cumpre bem o papel de criar tensão. Os cenários são escuros, claustrofóbicos e reforçam a sensação de estar preso em corredores estreitos de uma nave infestada por xenomorfos. A modelagem dos inimigos é simples, mas o design agressivo e as animações rápidas ajudam a transmitir o perigo constante. Para os padrões de 2000 no PlayStation, Alien Resurrection apresentava gráficos aceitáveis, mas já começava a mostrar a limitação do hardware em comparação ao que estava por vir no PlayStation 2.
Som
Se os gráficos eram medianos, o som é, sem dúvidas, o ponto mais forte do jogo. A trilha sonora minimalista e os efeitos sonoros pesados criam uma atmosfera de suspense que funciona muito bem. O barulho dos passos ecoando nos corredores, o chiado metálico das portas automáticas e o grito súbito de um Alien surgindo do nada contribuem para manter o jogador em constante alerta. Esse trabalho sonoro foi essencial para reforçar a experiência de horror.
Jogabilidade
A jogabilidade, por outro lado, dividiu opiniões. O já citado esquema de controle em dois analógicos, considerado estranho na época, fazia o jogo parecer complicado demais para alguns. Hoje, no entanto, pode ser visto como visionário. O ritmo de jogo é lento, exigindo que o jogador explore, administre recursos e se mantenha atento a emboscadas – mais próximo de um survival horror do que de um shooter frenético. A dificuldade elevada também fez muitos jogadores desistirem cedo, mas quem insistia encontrava uma experiência desafiadora e imersiva.
Veredito
Alien Resurrection para PS1 não foi um sucesso estrondoso e acabou ficando como uma curiosidade dentro da biblioteca do console. Chegou atrasado, teve uma recepção morna, mas trouxe elementos que, com o tempo, seriam reconhecidos como visionários – especialmente o esquema de controle que se tornou padrão nos FPS modernos. Para fãs da franquia Alien, o jogo ainda é uma experiência interessante, capaz de transmitir tensão e medo como poucos títulos da época.
Um game imperfeito, mas ousado, que merece ser lembrado pela sua contribuição ao gênero.