1942 - (NES) - 1985


Lançado em 1985 para o NES, 1942 é um dos primeiros títulos da Capcom a ganhar os lares dos jogadores. Inspirado no sucesso do arcade de 1984, o jogo coloca você na pele de um piloto solitário enfrentando os céus turbulentos da Segunda Guerra Mundial. Mas será que essa versão para o Nintendo 8-bit consegue capturar a emoção dos fliperamas? Vamos descobrir neste review completo.

Em 1942, você pilota o avião "Super Ace" com uma missão simples (e suicida): voar sobre o Pacífico e destruir as forças aéreas inimigas, com o objetivo final de chegar a Tóquio. Com 32 fases no total, o jogo exige reflexos rápidos, coordenação e sangue frio para sobreviver a enxames de aviões inimigos e tiroteios incessantes.


Não há uma narrativa profunda, cutscenes ou personagens. Tudo aqui gira em torno da ação direta e desafio arcade puro.

Jogabilidade

A jogabilidade de 1942 é simples, mas funciona muito bem, especialmente se você gosta de jogos no estilo "shoot 'em up" (ou “shmup”).

Controles: O avião se move em oito direções, atira e pode realizar um looping evasivo (pressionando o botão de especial), permitindo escapar de situações apertadas. Esse recurso é limitado, o que adiciona uma camada de estratégia.

Dificuldade: O jogo começa acessível, mas rapidamente se torna mais desafiador com formações inimigas maiores, tiros coordenados e uma progressão que exige atenção constante.

Repetitividade: O ponto fraco da jogabilidade é a falta de variedade. Não há upgrades, armas diferentes ou chefes memoráveis. Você verá os mesmos tipos de inimigos com pequenas variações fase após fase.

Ainda assim, o loop de "matar ou morrer" mantém o jogador preso, especialmente se você está em busca de melhorar seu desempenho a cada tentativa.


Gráficos

Visualmente, 1942 no NES é o que se espera de um jogo de 1985: simples e direto.


Cenários: A maior parte do jogo acontece sobre o mar ou ilhas, com pouquíssima variedade de fundo. Isso pode causar certa fadiga visual depois de um tempo.

Sprites: Os aviões (tanto do jogador quanto dos inimigos) são pequenos, bem definidos e fáceis de distinguir, o que ajuda no gameplay.

Animações: Explosões e tiros são extremamente básicos. O jogo claramente priorizou performance sobre efeitos visuais.

Apesar da falta de brilho gráfico, há uma certa elegância minimalista que funciona a favor da ação.

Som

O áudio de 1942 no NES é uma das maiores críticas ao jogo.

Trilha sonora: Há praticamente uma única música de fundo que se repete o tempo todo. E ela é estranhamente aguda, repetitiva e... irritante.

Efeitos sonoros: Tiros, explosões e o som do looping são rudimentares. Nenhum deles impressiona, e alguns chegam a ser incômodos.

Variedade: Inexistente. Sem mudanças de trilha em fases avançadas ou mesmo na tela de "game over".

Se você for jogar, considere abaixar o volume ou colocar sua própria trilha sonora de fundo. Vai melhorar bastante.

Fator Replay

Apesar da repetição, 1942 tem algo que mantém os jogadores voltando: o desafio puro e direto. Cada partida é uma chance de ir um pouco mais longe, superar um novo padrão de ataque, ou simplesmente sobreviver alguns segundos a mais.

Não há salvamento, checkpoints ou continues infinitos. É o velho estilo "tentativa e erro" que marcou a era dos arcades e que ainda conquista os mais persistentes.

Veredito

1942 para NES é uma adaptação competente de um clássico dos fliperamas. Com jogabilidade sólida e desafiadora, ele entrega uma experiência arcade honesta, embora limitada em recursos audiovisuais.

É um jogo que envelheceu com algumas rugas, mas que ainda pode entreter, especialmente os fãs de jogos retrô ou quem busca uma experiência simples e direta. Se você conseguir ignorar a trilha sonora repetitiva, encontrará aqui um pedaço importante da história dos shoot 'em ups.

1942 é um voo turbulento, mas cheio de nostalgia. Para os apaixonados por clássicos, vale a decolagem.

Double Dragon (NES) - 1988

 


Lançado em 1988 para o NES, Double Dragon foi uma adaptação do aclamado jogo de arcade que definiu o gênero beat ‘em up. A versão de console trouxe mudanças significativas, tanto em mecânicas quanto em estrutura, mas manteve a essência da pancadaria de rua que conquistou os fliperamas. Apesar das limitações técnicas, o título consolidou-se como um dos pilares da biblioteca do NES e influenciou gerações futuras de jogos de ação.

Enredo

O jogo se passa em um futuro pós-apocalíptico onde gangues dominam as cidades em ruínas. A trama gira em torno de Billy Lee, um artista marcial cuja namorada, Marian, é sequestrada pela temível gangue Black Warriors. Para resgatá-la, Billy deve atravessar diversas áreas hostis, enfrentando capangas brutais e armadilhas mortais. A narrativa é simples, direta, e eficaz dentro da proposta do jogo.

Um dos momentos mais memoráveis ocorre no final: caso dois jogadores cheguem ao final juntos (no modo duelo), eles devem lutar entre si para decidir quem ficará com Marian. É uma reviravolta inesperada, com um toque dramático e competitivo que marcou os fãs da época.

Jogabilidade

A jogabilidade de Double Dragon no NES oferece uma experiência sólida e acessível, mesmo com as adaptações feitas para acomodar as limitações do console.

Sistema de progressão

Diferente da versão arcade, onde todos os golpes estavam disponíveis desde o início, a versão de NES implementa um sistema de experiência. À medida que o jogador derrota inimigos, ganha pontos que desbloqueiam novos movimentos como o gancho giratório e o salto com joelhada. Esse sistema adiciona profundidade e recompensa a dedicação.

Combate e controles

O combate inclui socos, chutes, cotoveladas, agarrões e o uso de armas deixadas por inimigos. Apesar da ausência do modo cooperativo na campanha principal, o controle é responsivo e satisfatório, exigindo uma certa estratégia ao lidar com múltiplos inimigos em tela.

Modos de jogo

Modo História (1 jogador): Campanha solo, com progressão de fases e desbloqueio de golpes.

Modo Duelo (2 jogadores): Modo de combate estilo versus com personagens selecionáveis, funcionando mais como um minigame.

Gráficos

Para os padrões de 1988, os gráficos são competentes e carismáticos:

Os sprites são bem definidos, com inimigos variados e facilmente reconhecíveis.

Os cenários passam por ambientes urbanos, florestas e cavernas, com uma boa variedade visual.

Existem problemas técnicos como flickering (intermitência dos sprites) e lentidão em momentos com muitos elementos na tela, mas nada que comprometa drasticamente a experiência.

Som

A trilha sonora é um dos destaques absolutos do jogo:

Composta por Kazunaka Yamane, a música tema de abertura e os temas das fases são memoráveis, cheios de ritmo e tensão, combinando perfeitamente com o clima urbano e caótico do jogo.

Os efeitos sonoros são simples, mas eficazes. Cada golpe tem um som distinto que contribui para a sensação de impacto nas lutas.

Pontos Positivos

Sistema de progressão inovador para a época

  • Trilha sonora marcante
  • Variedade de armas e inimigos
  • Rejogabilidade com o modo duelo
  • Atmosfera clássica de brigas de rua

Pontos Negativos

  • Ausência de modo cooperativo no modo principal
  • Flickering e slowdown em momentos intensos
  • Modo dois jogadores limitado e simples
  • Curta duração da campanha principal

Conclusão

Double Dragon para NES é uma adaptação respeitável de um clássico dos arcades, que soube aproveitar as capacidades do console de forma criativa. Apesar das limitações técnicas e da ausência do modo cooperativo, a introdução do sistema de progressão e a qualidade da trilha sonora garantem uma experiência divertida e nostálgica. É um marco na história dos beat ‘em ups no console da Nintendo, e continua sendo lembrado com carinho por veteranos dos anos 80 e 90.

Phelios (Mega Drive) - 1990

 


Lançado para o Mega Drive em 1990, Phelios é um port do arcade homônimo da Namco, lançado originalmente em 1988. Inspirado na mitologia grega, o jogo mistura elementos mitológicos com uma estética futurista, oferecendo uma experiência distinta dentro do gênero shoot 'em up vertical. No console da Sega, Phelios manteve boa parte da essência do original, mas com algumas adaptações naturais à capacidade do hardware doméstico da época.


Jogabilidade

A jogabilidade de Phelios segue o padrão clássico dos shooters verticais, mas com uma mecânica interessante: você controla Apolo montado em Pégaso, enfrentando hordas de criaturas mitológicas em cenários aéreos. O diferencial está no sistema de carregamento de tiro, que permite segurar o botão de ataque para disparar um raio poderoso, algo pouco comum nos shooters da época, que priorizavam tiros contínuos. Isso adiciona uma camada estratégica ao jogo, forçando o jogador a equilibrar o ataque com o tempo de carregamento.

O ritmo é moderadamente rápido, mas o jogo exige precisão e memorização dos padrões inimigos. A curva de dificuldade é notável, principalmente nas fases finais, o que pode ser desafiador (ou frustrante) para iniciantes, mas recompensador para jogadores mais experientes.

Gráficos

Visualmente, Phelios impressiona para um jogo do início da biblioteca do Mega Drive. Embora inferior ao arcade em termos de fidelidade, o port mantém designs de personagens detalhados e ambientes variados com boa direção artística. Os chefes são particularmente marcantes, com designs grandes e grotescos, remetendo diretamente à mitologia, como a Medusa, que aparece como uma das antagonistas.



A paleta de cores é bem utilizada, com cenários que alternam entre castelos flutuantes, céus tempestuosos e cavernas sombrias, criando uma ambientação envolvente. Há também boas transições entre estágios, mantendo a sensação de progressão em uma jornada mítica.

Som e Efeitos Sonoros

A trilha sonora de Phelios é um dos seus pontos altos. Composta por temas épicos e melódicos, a música contribui significativamente para a atmosfera mitológica do jogo. Apesar das limitações sonoras do Mega Drive, a adaptação sonora do arcade é bem-feita, com músicas memoráveis que acompanham bem a ação sem se tornarem repetitivas.

Os efeitos sonoros, por outro lado, são competentes, mas não particularmente marcantes. Os sons dos tiros, explosões e danos são funcionais, embora às vezes possam soar abafados em comparação com outros títulos do console. No entanto, vale destacar a presença de vozes digitalizadas, algo raro na época, que adiciona um toque dramático à narrativa, ainda que com qualidade limitada pelo hardware.

Conclusão

Phelios é um título que merece reconhecimento por sua proposta única e execução competente. Como port de arcade, ele traz para o Mega Drive uma experiência sólida de ação vertical com temática incomum e mecânicas distintas. Mesmo com as limitações naturais da transição para um console doméstico, o jogo mantém sua identidade visual e sonora, entregando um pacote imersivo e desafiador.

Para fãs do gênero shoot 'em up e da mitologia grega, Phelios é uma joia cult que ainda vale a pena revisitar, tanto pela nostalgia quanto pela sua proposta diferenciada.


Raiden Trad (Mega Drive) - 1991


Lançado para o Mega Drive em 1991, Raiden Trad é uma adaptação do aclamado jogo de arcade "Raiden", desenvolvido pela Seibu Kaihatsu em 1990. A versão caseira ficou a cargo da desenvolvedora japonesa Micronet, trazendo a ação frenética dos fliperamas para os lares, com algumas adaptações técnicas para caber nas limitações do console da SEGA.


Jogabilidade

A jogabilidade de Raiden Trad no Mega Drive mantém a essência do arcade: um shoot ‘em up vertical, onde o jogador controla uma nave de combate futurista enfrentando hordas de inimigos terrestres e aéreos.

Destaques:

Controles responsivos: O movimento da nave é preciso, mas propositalmente mais lento que em outros shmups, o que exige planejamento e reflexos apurados.

Sistema de armas: Há dois tipos principais de tiros — o vermelho (espalhado) e o azul (concentrado) — ambos com upgrades progressivos. Além disso, o jogador pode lançar bombas devastadoras, úteis para escapar de situações desesperadoras.

Power-ups e pontuação: Os upgrades e itens de pontuação aparecem frequentemente, recompensando jogadores atentos.

Dificuldade elevada: A experiência segue o padrão arcade — desafiante e punitiva. Morrer significa perder seus upgrades, o que pode comprometer a partida, especialmente nas fases finais.

Design das fases: São 8 estágios variados, com layouts bem construídos e presença de chefes imponentes ao final de cada fase.

Apesar de simplificado em relação ao arcade (por exemplo, sem modo para dois jogadores), a jogabilidade é sólida e viciante, exigindo estratégia e memorização dos padrões inimigos.


Gráficos

Visualmente, Raiden Trad no Mega Drive é uma adaptação competente, mas que não atinge o brilho visual do arcade.

Pontos gráficos:

Cenários variados, mas com uso limitado de cores, devido às restrições do hardware.

Sprites pequenos, porém bem definidos. Inimigos e tiros são facilmente distinguíveis, o que é vital em um shmup.

Explosões simples, com pouca animação, mas visualmente satisfatórias.

Chefes grandes e detalhados, sendo o ponto alto visual de cada fase.

Em momentos com muitos inimigos na tela, o jogo sofre de slowdown, algo relativamente comum no Mega Drive quando há muitos sprites simultâneos.

Embora careça de brilho artístico, os visuais cumprem seu papel: manter a ação clara e funcional.



Som e Efeitos Sonoros

O som é um dos aspectos mais modestos do port, especialmente se comparado à versão original de arcade.

Trilha sonora:

As músicas são compostas no estilo techno-militar, típicas do gênero, mas soam ásperas e metálicas no Mega Drive.

As faixas não são particularmente memoráveis, e a repetição entre fases pode cansar com o tempo.

A música tende a ficar em segundo plano durante a ação intensa, muitas vezes ofuscada pelos efeitos sonoros.

Efeitos sonoros:

Os sons dos tiros são básicos, sem muito impacto.

As bombas têm efeitos sonoros mais potentes e marcantes.

Alguns efeitos soam abafados ou “finos”, não transmitindo bem a intensidade da ação.

Embora funcionais, os sons de Raiden Trad deixam a desejar em termos de profundidade e imersão.


Conclusão

Raiden Trad para Mega Drive é um port honesto, que preserva a base sólida do original dos arcades: jogabilidade desafiadora, ação constante e design de fases bem pensado. No entanto, sofre com limitações técnicas visíveis, especialmente nos gráficos e áudio, que são medianos para os padrões do console.

Recomendamos para quem ama o gênero e quer um desafio de dificuldade progressiva.


Out Run (Mega Drive) - 1991

Lançado para o Mega Drive em 1991, Out Run é um port do clássico dos arcades da SEGA, originalmente lançado em 1986. O jogo marcou época com sua proposta de corrida "livre", oferecendo múltiplos caminhos, uma icônica Ferrari Testarossa e uma trilha sonora inesquecível.

A versão de Mega Drive tentou trazer essa experiência para os consoles domésticos, mas enfrentou as limitações técnicas da época. A seguir, analisamos os principais aspectos dessa adaptação: jogabilidade, gráficos, som e efeitos sonoros.

Jogabilidade

A jogabilidade de Out Run no Mega Drive mantém o espírito do arcade: você controla um carro esportivo, com dois comandos básicos, aceleração e freio, além de uma troca de marcha simples (alta e baixa). A corrida é contra o tempo, e ao fim de cada trecho você escolhe entre dois caminhos diferentes, criando rotas ramificadas e múltiplos finais.


No entanto, o controle é menos responsivo que no arcade. As curvas são um pouco bruscas, e a sensação de velocidade é inferior, o que pode prejudicar a adrenalina. As colisões com obstáculos são frequentes e costumam tirar muito tempo, tornando o desafio frustrante para jogadores menos experientes.

Apesar disso, a mecânica ainda é viciante, com partidas rápidas e incentivo à repetição para explorar os diferentes caminhos.

Ponto forte: estrutura ramificada e rejogabilidade.

Ponto fraco: controles rígidos e física simplificada.


Gráficos

Graficamente, Out Run no Mega Drive é competente, mas está longe do impacto visual do arcade. O Mega Drive não possui o mesmo poder de processamento da placa arcade original, que usava a tecnologia "Super Scaler" da SEGA para criar efeitos de zoom e velocidade.

Os cenários são variados e coloridos, passando por praias, florestas, montanhas e cidades, mas os sprites são simples, e o efeito de profundidade (perspectiva) é limitado. Além disso, o jogo apresenta pop-in de objetos e cenários, o que pode quebrar um pouco a imersão.


Ponto positivo: variedade de cenários.

Ponto negativo: gráficos simplificados e pouca fluidez.

Som e Efeitos Sonoros

A trilha sonora é um dos maiores destaques, a adaptação das faixas clássicas — Magical Sound Shower, Passing Breeze e Splash Wave — foi feita com cuidado e mantém o charme original.

As músicas podem ser escolhidas antes de começar a corrida, o que já era inovador nos anos 80 e continua sendo um detalhe charmoso. A sonoridade não tem toda a riqueza do arcade, mas as melodias continuam cativantes.

Os efeitos sonoros, por outro lado, são bastante básicos. O som do motor é repetitivo, e os ruídos de colisão ou aceleração não impressionam. Eles cumprem o papel, mas não acrescentam muito à experiência.

Ponto forte: trilha sonora marcante.

Ponto fraco: efeitos sonoros simples e repetitivos.

Conclusão

Out Run no Mega Drive é uma adaptação fiel na estrutura, mas comprometida tecnicamente. A essência do jogo está lá — com sua proposta de corrida arcade relaxante, trilha sonora excelente e rotas múltiplas — mas os controles imprecisos, os gráficos simplificados e os efeitos sonoros fracos impedem que o jogo alcance o mesmo brilho do arcade.

Ainda assim, é uma experiência nostálgica e divertida para fãs de corridas retrô e da SEGA.


Double Dragon (Neo Geo - AES / MVS / CD) - 1995

Double Dragon foi lançado em 1995 pela Technos Japan exclusivamente para o sistema Neo Geo (Arcade MVS, AES e Neo Geo CD). O jogo foi baseado livremente no filme homônimo lançado no mesmo ano, o que marcou uma mudança significativa no tom e na estética da franquia, que era originalmente conhecida por seus beat ‘em ups de rolagem lateral.

Este título foi uma tentativa ousada de reinventar a série como um jogo de luta 1x1, seguindo a febre iniciada por títulos como Street Fighter II e Mortal Kombat.

Jogabilidade

A jogabilidade é estruturada no formato tradicional de jogos de luta da época: dois lutadores se enfrentam em rounds, com barra de vida, comandos especiais e super golpes. Porém, o sistema apresenta algumas características próprias:

Comandos especiais simples, geralmente com movimentos de meia-lua e botões de ataque.

Super ataques cinematográficos que lembram Fatalities ou Supers da SNK, com animações longas e efeitos dramáticos.

Ritmo de luta mais travado que o padrão Neo Geo – os controles respondem, mas a movimentação é menos fluida do que outros jogos do mesmo período.

O balanceamento entre personagens deixa a desejar: alguns são excessivamente fortes (como Abobo), enquanto outros têm dificuldade em executar ataques eficientes.

Apesar disso, o jogo traz um sistema de especial interessante, com barras que enchem com o tempo ou com dano, liberando ataques superpoderosos com alto valor visual.


Gráficos

Visualmente, Double Dragon tem um estilo bem próprio:

Os personagens são grandes, com traços inspirados nos atores do filme, resultando em um visual meio realista, meio cartunesco.

Os cenários são variados, indo de becos urbanos até áreas industriais, todos com bom nível de detalhe.

As animações são razoáveis, mas não alcançam o refinamento de outros títulos contemporâneos do Neo Geo, como The King of Fighters ou Samurai Shodown.

O jogo tem carisma visual, mas a escolha de seguir o filme ao invés dos designs clássicos dos jogos anteriores dividiu opiniões na época — e ainda divide hoje.


Som e Efeitos Sonoros

A trilha sonora de Double Dragon no Neo Geo é funcional, mas pouco marcante:

As músicas acompanham o ritmo das lutas, mas não se destacam ou criam momentos memoráveis.

Os efeitos sonoros são típicos da era, com socos, chutes e explosões de energia que cumprem seu papel sem brilhar.

Há vozes digitalizadas para falas de ataque e provocação, mas a qualidade é variável e, por vezes, soa abafada ou mal sincronizada.

Ainda assim, tudo isso contribui para um clima meio “filme B” de luta dos anos 90, que pode até agradar quem curte essa vibe nostálgica.

Conclusão

Double Dragon para Neo Geo é um experimento curioso dentro da franquia. Tentou capitalizar em cima do sucesso dos jogos de luta e do lançamento do filme, mas acabou entregando um produto com identidade confusa: nem tão bom como jogo de luta, nem fiel o suficiente aos fãs clássicos.

No entanto, como parte do catálogo Neo Geo, ele ainda tem valor como peça de época, e pode agradar fãs da franquia que estão dispostos a aceitar suas excentricidades.

Pontos Positivos:

  • Visual estiloso, com personagens carismáticos.
  • Super ataques cinematográficos e únicos.
  • Tentativa interessante de renovar a franquia.

Pontos negativos:

  • Jogabilidade travada e mal balanceada.
  • Gráficos medianos comparados ao padrão Neo Geo.
  • Trilha sonora pouco marcante.





Ninja Gaiden (NES) - 1988

Ninja Gaiden, conhecido no Japão como Ninja Ryūkenden, é um dos jogos mais emblemáticos da era 8-bit. Diferente da sua contraparte arcade, que era um beat ‘em up tradicional, a versão de NES ofereceu uma experiência single-player focada em plataforma, ação rápida e uma narrativa profunda para os padrões da época. O título conquistou notoriedade não só por sua jogabilidade inovadora, mas também por sua extrema dificuldade e uso pioneiro de cutscenes cinematográficas no console.

Jogabilidade

A jogabilidade de Ninja Gaiden é intensa e fluida. O jogador controla Ryu Hayabusa, um ninja que embarca em uma missão para vingar a morte do pai e impedir uma conspiração global envolvendo demônios e forças ocultas.


Pontos fortes da jogabilidade:

  • Controles precisos: Ryu responde rapidamente aos comandos, com saltos e ataques que exigem precisão cirúrgica. O jogador pode escalar paredes saltando de um lado ao outro, uma mecânica revolucionária para a época.
  • Ação rápida: Os níveis são desenhados para manter um ritmo acelerado. Inimigos aparecem constantemente e exigem reflexos rápidos e decisões estratégicas.
  • Armas secundárias: Além da espada principal, Ryu pode coletar armas especiais, como shurikens, bolas de fogo e uma roda giratória de energia, que consomem "magia" (ninjutsu). Isso adiciona variedade e profundidade à ação.
  • Dificuldade elevada: Famoso por sua dificuldade, o jogo exige repetição e memorização. Inimigos reaparecem rapidamente após serem derrotados, e saltos mal calculados levam a mortes instantâneas. As fases finais são especialmente punitivas, com chefes desafiadores e design cruel.

Apesar da dificuldade frustrante para muitos, ela se tornou parte da identidade do jogo — e um símbolo de prestígio para quem o termina.

Gráficos

Para um jogo de NES lançado no final dos anos 80, os gráficos são notáveis:

  • Sprites bem detalhados: Ryu e os inimigos têm animações consistentes e variadas. Chefes possuem visuais distintos e ameaçadores.
  • Cenários atmosféricos: Cada fase tem ambientações únicas — de ruas urbanas sombrias a templos antigos e laboratórios científicos. Há uma clara progressão visual conforme o jogador avança.
  • Cutscenes cinematográficas: Ninja Gaiden foi pioneiro no uso de cenas animadas entre os atos, inspiradas em animes e histórias em quadrinhos. Com arte expressiva e uso eficaz de quadros e transições, essas cenas contavam a história de forma cativante e foram consideradas revolucionárias na época.

Som e Trilha Sonora

A trilha sonora é um dos elementos mais marcantes do jogo. Com composições rápidas e carregadas de tensão, ela ajuda a manter o jogador engajado durante toda a experiência.

  • Temas inesquecíveis: Faixas como “Unbreakable Determination” e “Mysterious Destiny” são frequentemente lembradas por fãs e citadas entre as melhores trilhas do NES.
  • Atmosfera sonora: A música se ajusta bem ao ritmo de cada fase, desde momentos mais frenéticos até cenas de narrativa.
  • Efeitos sonoros eficazes: Os sons dos ataques, pulos e danos são simples, mas claros. Contribuem para a resposta tátil da jogabilidade, mesmo com as limitações do hardware.

História

A narrativa de Ninja Gaiden é outro diferencial. Ao contrário da maioria dos jogos de ação da época, ele apresenta uma trama complexa:

Ryu Hayabusa parte para os EUA após receber uma carta do pai, que desapareceu misteriosamente. Lá, ele se envolve em uma conspiração envolvendo arqueólogos, agentes secretos, antigos demônios e um ritual que ameaça a humanidade. A história é contada em capítulos, com cenas dramáticas e reviravoltas dignas de um filme B de ação e fantasia — algo raro e inovador para a geração 8-bit.

Desempenho Técnico e Replay

O jogo roda de forma sólida no NES, com poucos slowdowns mesmo em momentos de muita ação. No entanto, há alguns pontos que afetam a experiência:

  • Reaparecimento de inimigos: Um dos aspectos mais criticados. Ao sair da tela e voltar, os inimigos retornam imediatamente — algo que se torna frustrante.
  • Sistema de continues limitado: Embora o jogo permita continuar após perder todas as vidas, alguns trechos forçam o jogador a repetir grandes partes ao morrer nos chefes finais.

Mesmo assim, o fator replay é alto. Dominar o jogo se torna um desafio pessoal para muitos jogadores, e a experiência continua satisfatória após várias tentativas.

Conclusão

Ninja Gaiden para NES é um marco na história dos videogames. Com jogabilidade rápida e responsiva, gráficos impressionantes, narrativa cinematográfica e trilha sonora icônica, ele elevou o padrão dos jogos de ação nos anos 80. Sua dificuldade extrema pode ser um obstáculo, mas também é parte essencial da sua identidade e legado.

Prós:

  • Jogabilidade fluida e ágil
  • Narrativa envolvente com cutscenes
  • Trilha sonora memorável
  • Alto valor de rejogabilidade

Contras:

  • Dificuldade elevada e punitiva
  • Reaparecimento constante de inimigos
  • Chefes finais com curvas de aprendizado íngremes

Um clássico obrigatório para fãs de jogos retrô, Ninja Gaiden é tanto uma prova de habilidade quanto um ícone de design inteligente e ousado em tempos de limitações técnicas. Uma lenda do NES que continua viva na memória dos gamers.

Crazy Taxi - Android

Crazy Taxi, clássico da SEGA originalmente lançado para arcades e consoles nos anos 2000, ganhou uma versão para Android que mantém a essência frenética e divertida do jogo original. A missão continua a mesma: dirigir um táxi em alta velocidade, pegar passageiros e levá-los ao destino no menor tempo possível, desafiando leis de trânsito e a física.

Pontos Positivos

  • Jogabilidade viciante: A condução caótica e o cronômetro sempre correndo criam um ritmo acelerado e divertido.
  • Fiel ao original: A versão mobile preserva a trilha sonora com rock punk, os personagens excêntricos e o estilo arcade.
  • Controles adaptados: Os comandos na tela são responsivos, com opção de controle por toque ou inclinação.
  • Gratuito: O jogo pode ser baixado sem custo (embora com anúncios).

Pontos Negativos

  • Falta de novidades: A versão Android é quase uma cópia direta do jogo antigo, com poucos recursos extras ou atualizações significativas.
  • Publicidade intrusiva: A versão gratuita contém anúncios que podem atrapalhar a imersão, a versão sem anúncios custa R$ 9,90.

Conclusão

Crazy Taxi para Android é uma boa pedida para fãs de jogos retrô e arcade. Mesmo com gráficos antigos e algumas limitações, ainda oferece diversão rápida e nostálgica. Para quem quer matar a saudade ou conhecer um clássico da SEGA, vale a pena baixar.

Street Fighter II - The World Warrior - (SNES) -1992


Street Fighter II - The World Warrior, foi lançado para o SNES em 1992, sendo um dos jogos mais vendidos para o console, a versão para o SNES é muito bem convertida e possui tjodos os elementos do jogo original, sendo um dos primeiros consoles de mesa a receber o jogo de luta.


O jogo em si, dispensa apresentações hoje em dia, mas em 1992, quando esse jogo foi lançado para o SNES, ter um jogo de fliperama com a qualidade de SFII em casa, era uma coisa completamente nova, lembrando que existiam conversões de fliperama para as plataformas de 8 e 16 bits, mas a maioria delas envolvia perdas ou adaptações, sendo que as máquinas de fliperama da época possuíam uma potência muito superior aos consoles de Mesa de 8 e 16 bits daquela época.



Isso tudo leva a considerar a conversão da versão do SNES, estando muito perto da perfeição, e não é por menos que foi um dos 10 jogos mais vendidos do SNES.

Gráficos

Os gráficos, mesmo apresentando uma resolução menor e com menos detalhes de animação, se apresentam muito fiel ao original de Arcade, a paleta de cores é muito bem acertada.


A animação dos cenários tem uma variação, sendo alguns quase estáticos e outros que possui todas as animações da versão arcade.
Alguns cenários perderam o Paralax e outros foram mantidos com adição de movimento no fundo.

Som e efeitos Sonoros

Bem fiel a versão original, teve que ser reprogramada para se encaixar no SNES, o resultado é muito bom em comparação com o Arcade, mas algumas músicas mostram certa diferença entre as batidas, mas em resumo geral, estão perfeitas.


Mantendo uma música tema para cada personagem.
Quanto aos efeitos sonoros, estão quase todos nesta conversão caseira, além do conjunto, SFII cativa principalmente por ser bem sonoro, sendo pelas músicas e o lutador soltando golpes especiais, com certeza este ponto potencializa a experiência de jogo.

Jogabilidade

Aqui está o ponto forte do jogo, muito refinado ágil, sendo um dos primeiros jogos a dar possibilidade de emendar golpes especiais com golpes comuns (combos), SFII se mostra um jogo que necessita de estratégia nas lutas, mas não é aquele bicho de 7 cabeças para aprender a jogar.
O jogo se mostra muito divertido justamente porque convida tanto o jogador experiente como o jogador novato a jogar com igualdade de condições de vitória.


Talvez a única queixa que tenho em relação a este quesito, também é apresentada na versão original, que são os problemas relacionados ao balanceamento, os lutadores  não são tão balanceados entre si, Ken e Ryu por exemplo possui o mesmo balanceamento, mas os outros lutadores são bem diferentes, com características bem distintas de luta, isso afeta também o balanceamento, onde um combo de um personagem pode tirar mais energia do que combos de outros personagens., um outro ponto, são as quantidades de golpes inferidos para “tontear” o inimigo, isso pode levar o oponente a ficar sem possibilidade de reação.



Quanto ao manuseio do Joystick convencional do SNES exige um certo treino, principalmente se você não está habituado com os botões de ombro, principalmente para acionar golpes com o botão de ombro esquerdo.
A experiência de SFII fica potencializada com o uso do joystick Arcade, sendo que a Capcom produziu uma versão desse controle.

Veredito

Street Fighter II WW, é um jogo obrigatório para o SNES, sendo um dos jogos mais vendidos da plataforma, sendo um dos melhores jogos de luta do console, sendo superado apenas pelos seus sucessores ( Hyper Fighting e Super).