R-Type III: The Third Lightning (SNES)

Quando se fala em shoot ‘em ups (shmups) clássicos, poucos nomes são tão respeitados quanto R-Type. A franquia da Irem marcou época nos arcades com sua jogabilidade desafiadora, inimigos icônicos e o sistema de armas baseado no Force Pod, que se tornou sua assinatura. Em 1993, o Super Nintendo recebeu uma continuação exclusiva: R-Type III: The Third Lightning, um dos títulos mais ambiciosos do gênero no console da Nintendo.


Gráficos

Para um jogo de SNES, R-Type III impressiona com seu visual detalhado e a atmosfera de ficção científica sombria. Cada fase traz cenários distintos, que vão desde bases biomecânicas até ambientes orgânicos grotescos, sempre carregados de criatividade e hostilidade. O design dos inimigos mantém o estilo “biomecânico” da série, claramente inspirado em H.R. Giger, com chefes colossais que ocupam quase toda a tela.

O uso do Mode 7 em algumas fases dá um ar de modernidade, criando efeitos de rotação e profundidade que aumentam a imersão. Apesar disso, em alguns momentos a quantidade de elementos na tela causa quedas de desempenho, algo que se tornou uma marca registrada de muitos shmups no SNES.

Som

A trilha sonora de R-Type III segue a tradição da série, oferecendo músicas tensas e atmosféricas que combinam perfeitamente com o tom sombrio do jogo. Cada fase possui composições que variam entre o épico e o opressivo, reforçando a sensação de estar enfrentando forças implacáveis.

Os efeitos sonoros também são competentes, com disparos e explosões impactantes que tornam a ação ainda mais envolvente. Apesar das limitações do hardware, a ambientação sonora é um dos pontos fortes do jogo.

Jogabilidade

A jogabilidade continua sendo o coração da experiência. R-Type III mantém o estilo clássico de progressão lenta e estratégica, no qual o jogador precisa decorar padrões de inimigos e aprender a utilizar o Force Pod da melhor forma possível.



Uma das maiores novidades é a possibilidade de escolher entre três tipos diferentes de Force, cada um com habilidades e estilos de ataque únicos, o que aumenta a variedade e a rejogabilidade. O nível de dificuldade é elevado, exigindo precisão, paciência e muita prática, característica que pode afastar jogadores casuais, mas que agrada os fãs do gênero e da série.

Recepção na Época

Na época de seu lançamento, R-Type III foi elogiado pela crítica por ser um dos shmups mais completos do Super Nintendo. Seu visual detalhado, a trilha sonora intensa e a jogabilidade desafiadora garantiram um lugar de destaque na biblioteca do console. Por outro lado, alguns críticos apontaram as quedas de desempenho como um problema recorrente, além da curva de dificuldade extremamente punitiva.

Ainda assim, o jogo é considerado até hoje um dos melhores shooters do SNES e uma verdadeira obra-prima para os fãs do gênero, permanecendo como um título cultuado que resiste ao teste do tempo.

O jogo foi posteriormente portado para o Game Boy Advanced, com a mesma maestria e qualidade.

Veredito


R-Type III: The Third Lightning é uma joia do Super Nintendo, que alia gráficos impressionantes, trilha sonora memorável e jogabilidade estratégica e desafiadora. Não é um jogo para todos os públicos devido à sua dificuldade, mas para os fãs de shmups, representa uma das experiências mais intensas e gratificantes do 16 bits da Nintendo.


Sagaia (Master System) - 1991

Lançado em 1991 para o Master System, Sagaia é a adaptação de Darius II, clássico dos fliperamas da Taito. Conhecido por sua temática espacial e inimigos inspirados em criaturas marinhas, o jogo trouxe ao console da SEGA uma experiência de shoot ‘em up que se destacou pela boa conversão, levando em conta as limitações técnicas do sistema de 8 bits.

Uma boa adaptação

Enquanto o arcade original impressionava pelo tamanho de sua tela múltipla e riqueza de detalhes, a versão de Master System precisou ser repensada para caber no hardware mais modesto. O resultado, no entanto, foi bastante satisfatório, a essência do jogo foi preservada, com múltiplas rotas de progressão, diferentes chefes e a já tradicional atmosfera única da série.

Gráficos

Visualmente, Sagaia surpreende dentro do catálogo do Master System. Os cenários são variados e bem definidos, com cores vivas que ajudam a dar vida aos ambientes espaciais. Os chefes gigantes, marca registrada da série, foram simplificados, mas continuam imponentes e memoráveis, mostrando o esforço da Taito em entregar uma experiência fiel mesmo em hardware limitado.


Som

A trilha sonora é outro ponto positivo. Apesar das limitações sonoras do Master System, as músicas mantêm o tom atmosférico e acelerado que combina com a ação frenética. Os efeitos sonoros, como tiros e explosões, cumprem bem o papel, dando peso às batalhas contra ondas de inimigos e chefes.


Jogabilidade

A jogabilidade é ágil e desafiadora, como esperado de um bom shoot ‘em up. O sistema de power-ups oferece variedade, permitindo ao jogador melhorar suas armas e defesas à medida que avança. A curva de dificuldade é equilibrada, exigindo reflexos rápidos, mas sem se tornar injusta. O destaque fica para a possibilidade de escolher diferentes rotas após cada fase, o que aumenta o fator de replay e dá ao jogador a sensação de estar moldando sua própria jornada.

Veredito 

Sagaia no Master System é um exemplo de como adaptar com competência um grande título dos arcades para um console doméstico. Mesmo com cortes técnicos inevitáveis, o jogo entrega gráficos caprichados, uma trilha sonora envolvente e jogabilidade viciante, garantindo seu lugar como um dos melhores shooters disponíveis no console da SEGA.