Lançado em 2013 pela Ninja Theory e publicado pela Capcom, DmC: Devil May Cry marcou um ponto de ruptura na franquia. Com a proposta de ser um reboot, o jogo buscava modernizar Dante e a série, trazendo uma nova visão estética e narrativa, além de ajustes no sistema de combate. A decisão dividiu a comunidade de fãs, mas também trouxe olhares curiosos para a franquia.
Reboot da franquia e recepção
A Capcom decidiu entregar a produção à Ninja Theory, que já tinha experiência em jogos de ação cinematográficos (Heavenly Sword, Enslaved). O estúdio optou por um Dante repaginado: mais jovem, rebelde e com um visual urbano, distante do “rockstar estiloso” clássico.
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Recepção da crítica: de forma geral, a imprensa especializada recebeu o jogo positivamente, elogiando a fluidez da jogabilidade, o design criativo dos cenários e a nova narrativa.
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Recepção dos fãs: o público, em especial fãs veteranos, ficou dividido. Muitos rejeitaram o novo Dante, sentindo que a essência do personagem e da franquia havia sido descaracterizada.
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Apesar das críticas, o jogo conquistou boa base de admiradores e ao longo do tempo passou a ser reconhecido como uma abordagem alternativa interessante, mesmo que não tenha substituído a linha principal da franquia (que voltaria com Devil May Cry 5 em 2019).
Gráficos
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Estilo visual: a direção de arte foi ousada, com cenários distorcidos e ambientes que se transformam em tempo real, o “Limbo” é um dos grandes destaques, criando cidades que se dobram, ruas que se quebram e mensagens ocultas que se revelam conforme Dante avança.
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Cenários urbanos: a estética mistura o urbano moderno com o grotesco demoníaco. Fases em boates, fábricas e até um noticiário de TV satírico mostraram criatividade.
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Personagens: Dante e Vergil receberam visuais mais realistas e sombrios, o que gerou polêmica entre fãs, mas ainda assim apresentam boa modelagem e expressividade.
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Performance: no PS3, o jogo roda de forma estável, mas não na mesma fluidez de 60fps da série clássica, limitando-se a 30fps. Isso incomodou parte dos fãs, já que a franquia era conhecida pela suavidade do combate.
Resumo (gráficos): direção de arte criativa e cenários dinâmicos impressionam, mesmo que a performance não alcance o padrão técnico que a série tinha estabelecido.
Som
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Trilha sonora: a música é uma mistura de rock pesado, eletrônico e industrial, combinando perfeitamente com a atmosfera caótica e irreverente do jogo. Bandas como Combichrist e Noisia colaboraram na trilha, trazendo peso e agressividade.
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Efeitos sonoros: os golpes das espadas, disparos e distorções demoníacas têm impacto satisfatório, reforçando o ritmo rápido do combate.
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Dublagem e atuação: Dante ganhou um tom sarcástico e rebelde, coerente com a nova proposta. O elenco de voz, no geral, entrega atuações convincentes, embora alguns jogadores tenham achado o novo Dante “forçado” no humor e atitude.
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Mixagem: intensa, com destaque para momentos de combate onde a música acelera, dando ainda mais adrenalina.
Resumo (som): enérgico e moderno, a trilha e os efeitos ajudam a definir a identidade própria do reboot.
Jogabilidade
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Combate: o núcleo ainda é o hack and slash rápido e estiloso, mas com algumas diferenças. Dante alterna entre armas angelicais (rápidas e leves) e demoníacas (pesadas e poderosas), criando um sistema de fluxo em que o jogador precisa adaptar combos.
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Estilo: como na série clássica, há a contagem de estilo (de D a SSS), incentivando variedade nos ataques e criatividade nos combos.
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Controles: bastante responsivos, com fluidez no encadeamento de combos. O sistema de agarrar inimigos com o “gancho” (tanto angelical quanto demoníaco) foi um diferencial que ampliou as possibilidades de movimentação.
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Exploração e plataforma: o jogo também incorporou mais seções de plataforma, aproveitando a mecânica de puxar/atrair elementos com as armas especiais. Isso deu variedade, mas não agradou tanto os fãs que preferiam foco quase total em combate.
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Dificuldade: mais acessível do que os Devil May Cry clássicos, o que dividiu opiniões. Para veteranos, parecia mais “fácil”, mas ainda oferecia modos desafiadores para quem buscasse um teste de habilidade.
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Chefes: enfrentamentos criativos, como a luta contra o apresentador de TV no estilo de programa noticioso demoníaco, são pontos altos.
Resumo (jogabilidade): combate fluido e variado, com novas ideias que funcionam bem, ainda que simplifique alguns aspectos da fórmula clássica.
Pontos fortes
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Direção de arte criativa, com cenários vivos e mutantes.
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Trilha sonora agressiva que dá energia às batalhas.
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Combate fluido, responsivo e com novas mecânicas interessantes.
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Narrativa alternativa que traz novos olhares para Dante e Vergil.
Pontos fracos
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Visual e personalidade do novo Dante desagradaram a muitos fãs.
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Performance em 30fps no PS3 frustra quem esperava fluidez total.
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Dificuldade menos punitiva, vista como “diluída” por veteranos.
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Parte das fases de plataforma pode parecer deslocada.
Veredito
DmC: Devil May Cry para PS3 foi um reboot ousado, que trouxe frescor à franquia com direção de arte vibrante, combate criativo e trilha marcante. No entanto, mexer na identidade de um ícone como Dante cobrou seu preço, gerando rejeição entre fãs mais tradicionais. Apesar da polêmica, é um hack and slash sólido e divertido, que envelheceu bem como experiência alternativa dentro da série
Para quem busca experimentar algo diferente, sem estar preso ao legado clássico, DmC é uma ótima pedida. Mas para puristas da franquia, ele segue sendo um capítulo polêmico e divisivo.
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