Lançado em 1999, Duke Nukem: Zero Hour foi um dos títulos mais marcantes do Nintendo 64 a explorar a franquia do icônico herói de ação. Desenvolvido pela Eurocom, o jogo trouxe uma proposta diferente dos outros capítulos da série, apostando em uma campanha totalmente em terceira pessoa e com o tema de viagem no tempo, o que deu um ar de originalidade à fórmula clássica de Duke.
Gráficos
Para um jogo do final dos anos 90, Zero Hour impressiona visualmente. Com o uso do cartucho Expansion Pak, o jogo é capaz de exibir gráficos em alta resolução, resultando em texturas mais nítidas e ambientes mais detalhados. Os cenários variam bastante, o jogador viaja entre períodos históricos como o Velho Oeste, a era Vitoriana e um futuro apocalíptico, cada um com ambientações únicas e bem construídas.
Os modelos de personagens e inimigos são totalmente em 3D, representando uma evolução em relação aos jogos anteriores da série. Os efeitos de luz, sombras e partículas ajudam a criar uma atmosfera convincente. Apesar disso, o desempenho sofre quedas de fluidez em alguns momentos, especialmente com o modo de alta resolução ativado, e alguns cenários podem parecer escuros demais, dificultando a visibilidade.
Som
O áudio de Zero Hour é outro ponto que merece destaque. A trilha sonora acompanha bem o ritmo das fases, com músicas que combinam com as diferentes épocas visitadas. Os efeitos sonoros são variados e de boa qualidade, armas, explosões e ambientes têm sons distintos e convincentes.
As falas sarcásticas e os bordões clássicos de Duke estão presentes, reforçando o tom irreverente que é marca registrada da série. Em alguns momentos, há repetição excessiva de frases, mas isso não chega a comprometer a experiência. O conjunto geral do áudio mantém o clima de ação e humor característico da franquia.
Jogabilidade
A principal mudança de Zero Hour está justamente na jogabilidade. Ao adotar a visão em terceira pessoa, o jogo proporciona uma nova forma de controlar Duke, permitindo uma melhor percepção do cenário e dos inimigos ao redor. A exploração ganha importância — há segredos escondidos, caminhos alternativos e ambientes interativos que recompensam o jogador curioso.
O arsenal é outro destaque: há armas tradicionais, armamentos alienígenas e até equipamentos adaptados aos diferentes períodos de tempo. Cada fase traz desafios específicos, exigindo estratégias diferentes para lidar com os inimigos e obstáculos.
Por outro lado, a precisão dos controles não é perfeita. Pulos e movimentos mais delicados podem parecer imprecisos, e a ausência de checkpoints em algumas fases pode tornar o jogo punitivo, forçando o jogador a repetir longos trechos em caso de erro.
O modo multiplayer local para até quatro jogadores é uma boa adição, trazendo batalhas divertidas e competitivas, e prolongando a vida útil do título.
Diferenciais na Série
Duke Nukem: Zero Hour se destaca dentro da franquia por quebrar a tradição dos jogos em primeira pessoa, apresentando uma campanha totalmente em terceira pessoa. Além disso, a temática de viagem no tempo traz variedade e frescor, com inimigos e cenários que mudam completamente a cada época. O humor permanece, mas o jogo também flerta com tons mais sombrios, especialmente nas partes ambientadas no futuro e na Londres vitoriana.
Veredito
Mesmo com limitações técnicas e alguns tropeços na jogabilidade, Duke Nukem: Zero Hour é um dos títulos mais originais da série e um ótimo exemplo de como adaptar o estilo do personagem para algo além do tradicional tiro em primeira pessoa. Com visuais competentes, trilha sonora envolvente e boa variedade de fases, o jogo se mantém como uma das experiências mais curiosas e divertidas do Nintendo 64.
É um título que vale a pena revisitar, não apenas pelo carisma de Duke, mas pela ousadia de tentar algo novo dentro de uma série consagrada.