The Legend of Zelda: A Link to the Past (SNES) - Um marco do Super Nintendo e da franquia Zelda

Lançado em 1991 no Japão e 1992 no restante do mundo, The Legend of Zelda: A Link to the Past foi um dos primeiros grandes títulos da biblioteca do Super Nintendo. Desenvolvido pela Nintendo sob a liderança de Shigeru Miyamoto, o jogo não apenas consolidou o potencial técnico do novo console, como também redefiniu o gênero de ação e aventura para toda uma geração.

Um dos primeiros grandes épicos do SNES

Na época de seu lançamento, A Link to the Past já demonstrava a força do Super Nintendo em comparação com o seu antecessor, o NES. Era uma vitrine tecnológica para o console, com cenários amplos, belos efeitos visuais e uma trilha sonora orquestrada digitalmente que elevava a atmosfera de fantasia. O jogo foi um divisor de águas para os fãs da franquia, retornando à visão aérea do primeiro Zelda e deixando de lado a perspectiva lateral experimentada em Zelda II: The Adventure of Link.

Gráficos: detalhados e cheios de personalidade

O estilo gráfico de A Link to the Past é uma obra de arte em pixel. Com uso inteligente da paleta de cores do SNES, o jogo apresentava ambientes ricos em detalhes, desde as florestas densas de Hyrule até os castelos sombrios e o misterioso Mundo das Trevas. Os efeitos de iluminação e os pequenos detalhes dos sprites, como as expressões de Link ou a movimentação dos inimigos, mostravam o esmero da equipe de desenvolvimento.

Som: música que marcou época

A trilha sonora composta por Koji Kondo é, até hoje, lembrada com carinho pelos fãs. Músicas como o tema do overworld, o som misterioso das masmorras ou o épico tema do Dark World são algumas das faixas mais icônicas da franquia. Os efeitos sonoros também merecem destaque, com espadas, trovões e magias reproduzidos com clareza e impacto.

Jogabilidade: refinada, fluida e profunda

A Link to the Past é um exemplo de game design atemporal. A jogabilidade mistura exploração, combate em tempo real, resolução de quebra-cabeças e progressão não-linear. A introdução do conceito de dois mundos (Light World e Dark World), com interações entre eles, foi uma inovação que trouxe profundidade ao jogo e virou padrão para muitos jogos futuros.

O arsenal de Link vai crescendo ao longo da jornada, com itens como o Hookshot, o Cajado de Fogo e a Master Sword, que abrem novas possibilidades de exploração. A sensação de descoberta e evolução constante é um dos grandes triunfos do título.

Um dos Zeldas mais amados até hoje

Mesmo com o passar dos anos e o surgimento de novos jogos da série, A Link to the Past continua sendo uma das experiências mais celebradas da franquia. Sua estrutura influenciou diretamente títulos como Ocarina of Time, A Link Between Worlds e diversos outros jogos que misturam ação e exploração.

Seja por sua narrativa envolvente, pelos personagens cativantes ou por sua execução impecável em todos os aspectos técnicos, A Link to the Past continua relevante até hoje, um verdadeiro clássico dos vídeo games.

Veredito

The Legend of Zelda: A Link to the Past é mais do que um dos melhores jogos do Super Nintendo, é uma aula de design de games, um ícone da era 16-bit e uma pedra fundamental na história da Nintendo. Se você nunca jogou, vale cada segundo. Se já jogou, sabe que sempre há algo novo a descobrir em Hyrule.

Uma lenda que continua viva, geração após geração.

Chrono Trigger (SNES) – A Obra-Prima Atemporal dos RPGs

Lançado em 1995 para o Super Nintendo, Chrono Trigger é considerado por muitos como o ápice dos RPGs da era 16-bits. Desenvolvido pela Square (hoje Square Enix), o jogo é lembrado com carinho por fãs e críticos, sendo celebrado até hoje como uma das maiores obras da história dos videogames. Mas o que torna Chrono Trigger tão especial? Vamos explorar suas curiosidades, enredo, jogabilidade, gráficos, som e legado.

Curiosidades: O “Time dos Sonhos” por trás da criação

Uma das maiores curiosidades sobre Chrono Trigger é o time lendário responsável por sua criação. O projeto reuniu três nomes gigantes da indústria japonesa, apelidados de “Dream Team”:

  • Hironobu Sakaguchi, criador da série Final Fantasy.

  • Yuji Horii, criador da série Dragon Quest.

  • Akira Toriyama, famoso mangaká criador de Dragon Ball, responsável pelo design de personagens.


Essa união de talentos resultou em um jogo que conseguiu unir o melhor de diferentes franquias e estilos, criando uma experiência única e memorável. A trilha sonora também foi marcante, composta por Yasunori Mitsuda, que estreava como compositor principal, com contribuições de Nobuo Uematsu (Final Fantasy), após Mitsuda adoecer durante o processo.

Enredo: Viagens no tempo e destinos entrelaçados

O enredo de Chrono Trigger é um de seus maiores trunfos. Ele começa de forma simples, com um jovem chamado Crono participando da feira do milênio. Após um acidente com um experimento de teletransporte, sua amiga Marle é enviada ao passado, dando início a uma aventura épica que envolve viagens temporais por diferentes eras: a pré-história, a Idade Média, o futuro apocalíptico e mais.

A história é profunda, cheia de reviravoltas, e explora temas como amizade, destino, sacrifício e responsabilidade. O grande vilão, Lavos, representa uma ameaça intertemporal que obriga os heróis a alterarem o curso da história para salvar o mundo.

Além disso, o jogo inovou ao oferecer múltiplos finais, dependendo das escolhas do jogador e do momento em que Lavos é enfrentado, uma raridade na época.

Jogabilidade: Um RPG que respeita o tempo do jogador

A jogabilidade de Chrono Trigger segue a linha tradicional dos RPGs japoneses, mas com várias inovações. Em vez de encontros aleatórios, os inimigos aparecem no próprio mapa, permitindo ao jogador evitá-los ou enfrentá-los estrategicamente.

O sistema de combate usa o Active Time Battle (ATB), onde cada personagem tem uma barra de tempo que determina quando pode agir. Mas o grande diferencial está nas Técnicas Duplas e Triplas, em que personagens combinam ataques especiais entre si, criando golpes poderosos e visualmente impressionantes.

Além disso, o jogo é conhecido por seu ritmo fluido, sem enrolação desnecessária, com transições suaves entre cenas e batalhas.

Gráficos: Arte vibrante com a marca de Toriyama

Graficamente, Chrono Trigger é um dos jogos mais bonitos do Super Nintendo. Os cenários são detalhados, com belos efeitos de luz e sombra para a época, e cada era do tempo possui um estilo visual distinto.

Os sprites dos personagens, desenhados por Akira Toriyama, são carismáticos e expressivos, lembrando muito o traço de Dragon Ball, o que deu ao jogo uma identidade visual marcante e facilmente reconhecível.

As animações nas batalhas e nos eventos importantes também demonstram um cuidado técnico incomum para a época, com sequências cinematográficas em pixel art que ainda impressionam.

Som: Uma trilha sonora inesquecível

A trilha sonora composta por Yasunori Mitsuda é simplesmente icônica. Músicas como “Corridors of Time”, “To Far Away Times” e “Chrono Trigger Main Theme” são reverenciadas até hoje.

A trilha sonora não apenas complementa o clima de cada era e situação, mas também reforça o impacto emocional das cenas. Mitsuda criou uma identidade sonora única que elevou a narrativa a outro nível.

Legado: Um clássico eterno

Mesmo quase três décadas após seu lançamento, Chrono Trigger continua sendo celebrado como um dos maiores RPGs de todos os tempos. Ele foi relançado em diversas plataformas, incluindo Nintendo DS, PC e dispositivos móveis, sempre recebendo elogios.

Seu equilíbrio entre jogabilidade acessível, narrativa envolvente, personagens carismáticos e inovação o torna um jogo atemporal, que conquista tanto veteranos quanto novos jogadores.

Veredito 

Chrono Trigger não é apenas um excelente RPG; é uma verdadeira obra-prima. Seu desenvolvimento por um time de lendas, enredo cativante, batalhas dinâmicas, trilha sonora emocionante e gráficos encantadores o colocam no panteão dos videogames. É um daqueles jogos que definem gerações e resistem ao tempo, algo bastante apropriado, considerando sua temática central.

Se você ainda não jogou, Chrono Trigger é mais do que recomendado: é essencial.

Golden Axe – A Batalha Épica no Master System

Lançado originalmente nos arcades em 1989 pela SEGA, Golden Axe rapidamente se tornou um dos beat 'em ups mais populares da época, com sua temática de fantasia medieval e jogabilidade cooperativa. Pouco tempo depois, a SEGA tratou de adaptar o título para seus consoles caseiros, e em 1990 chegou ao Master System uma versão corajosa e tecnicamente engenhosa do clássico. Apesar das limitações evidentes do console de 8 bits, o resultado é digno, para não considerarmos como um milagre técnico.

Lançamento e Contexto

A versão de Golden Axe para o Master System foi lançada em 1990, em meio à popularidade crescente do console da SEGA no Ocidente. Com a missão de levar a experiência arcade para um público doméstico mais amplo, essa adaptação foi uma das muitas tentativas da SEGA de mostrar a força do Master System em um mercado dominado pelo NES.

Limitações Técnicas e Soluções Criativas

O Master System, embora mais potente que o NES em alguns aspectos, ainda era um console de 8 bits, muito inferior ao hardware do arcade original baseado na placa System 16. A transição de um jogo que usava múltiplos planos de scroll, sprites grandes e efeitos sonoros ricos para um sistema com limitações gráficas e sonoras significativas foi um desafio.

Uma das soluções mais interessantes adotadas pela equipe de desenvolvimento foi o uso de "cenários como sprites". Em vez de utilizar o plano de fundo tradicional para os cenários, os programadores converteram partes do cenário em sprites, basicamente, objetos móveis, permitindo maior liberdade para representar detalhes visuais, como árvores e colunas, que no Master System seriam difíceis de renderizar com os tiles limitados do plano de fundo.

Essa técnica, embora engenhosa, teve um custo: menos inimigos simultâneos na tela e algumas simplificações nos detalhes gráficos e na complexidade das animações.

A solução também sacrificou muito da velocidade do jogo e do sistema de colisão, que foram diretamente impactados.

Gráficos

Para um jogo de Master System, Golden Axe apresenta gráficos competentes. Os personagens são menores e menos detalhados do que nos arcades, mas ainda assim reconhecíveis. Os cenários, apesar de mais simples, conseguem manter o clima de fantasia sombria característico da série. A técnica dos cenários como sprites garantiu certa riqueza visual, mesmo com a paleta limitada do console.

Som

O som é um dos pontos mais sacrificados da versão. A trilha sonora icônica do arcade foi drasticamente reduzida, com músicas simples e pouco impactantes. Os efeitos sonoros são básicos, mas cumprem o papel dentro do possível. Faltam os gritos e sons mais complexos das versões de arcade e Mega Drive, o que é compreensível diante do chip sonoro mais limitado do Master System.

Jogabilidade

A jogabilidade é simplificada, e uma das ausências mais sentidas é o modo multiplayer, que foi removido. O jogador assume apenas o papel de Ax Battler, o bárbaro, deixando de lado a possibilidade de escolher Tyris Flare ou Gilius Thunderhead, mas para suprir esssa ausência, você pode escolher antes de iniciar, os poderes equivalentes desses personagens ausentes.

Ainda assim, a mecânica de ataque, pulo e uso de magia está presente, com boa resposta nos controles. A dificuldade é um pouco mais branda do que no arcade, mas o jogo ainda exige atenção nos combates e posicionamento estratégico contra inimigos.

Veredito 

Golden Axe para Master System é uma verdadeira aula de adaptação e criatividade técnica. Mesmo diante de tantas limitações, os desenvolvedores conseguiram entregar uma versão funcional e divertida de um dos maiores clássicos dos fliperamas. Embora a ausência do multiplayer e a simplificação gráfica sejam notáveis, é inegável o esforço colocado para manter o espírito original do jogo.

Para os fãs do console ou curiosos por conversões de jogos entre gerações, essa versão é uma peça interessante da história dos videogames, um exemplo de como engenhosidade e paixão podem ultrapassar barreiras técnicas.

Top Gear 2 (SNES) – A Evolução de um Clássico das Corridas

Lançado em 1993 para o Super Nintendo, Top Gear 2 é a sequência direta do popular Top Gear, um dos jogos de corrida mais queridos do console. Desenvolvido pela Gremlin Graphics e publicado pela Kemco, o game buscou expandir e refinar a fórmula que fez do primeiro título um sucesso, entregando uma experiência mais completa, desafiadora e com elementos que o aproximavam ainda mais dos simuladores da época.

Inovações em Relação ao Antecessor

Enquanto o primeiro Top Gear focava na simplicidade arcade, Top Gear 2 introduziu diversas novidades que adicionaram profundidade à jogabilidade. Uma das principais inovações foi o sistema de upgrades para o carro: ao vencer corridas e ganhar prêmios em dinheiro, o jogador podia investir em melhorias no motor, pneus, suspensão, nitro e até na blindagem, criando uma sensação de progressão muito mais rica.

Além disso, Top Gear 2 aumentou significativamente o número de pistas e locais. São 64 corridas distribuídas em 16 países, com variações climáticas que afetam a dirigibilidade, como chuva e neblina, o que exigia mais estratégia e atenção do jogador. Também houve mudanças no sistema de nitros, que passou a ser mais limitado, exigindo uso tático durante as corridas.

Gráficos

Graficamente, o jogo mostrou uma evolução considerável. Os carros são mais detalhados e as pistas mais variadas, com cenários representando diferentes países ao redor do mundo. Elementos como mudança de clima, efeitos de chuva e estradas molhadas adicionam não apenas desafio, mas também um charme visual. Apesar das limitações do hardware do SNES, Top Gear 2 se destaca pelo uso eficiente de cores e pela sensação convincente de velocidade.

Som e Trilha Sonora

A trilha sonora de Top Gear original, composta por Barry Leitch, se tornou icônica, e em Top Gear 2 ele retorna com faixas igualmente marcantes, embora em menor número. Desta vez, a música é mais discreta, dando mais espaço aos sons do motor e efeitos sonoros durante a corrida. Ainda assim, as melodias presentes mantêm a vibe energética e estimulante que marcou o primeiro jogo.

Os efeitos sonoros também foram aprimorados, com motores mais realistas e barulhos de colisões e mudanças de marcha que ajudam na imersão.

Jogabilidade

A jogabilidade continua acessível e divertida, com controles responsivos e uma curva de dificuldade bem balanceada. A física do jogo é mais exigente do que no primeiro título, o que torna as corridas mais técnicas. As melhorias nos carros impactam diretamente no desempenho, o que incentiva o jogador a investir com inteligência após cada vitória.

O modo multiplayer ainda é um destaque, permitindo que dois jogadores compitam lado a lado em tela dividida, um dos elementos que ajudaram a manter a longevidade do título entre amigos e familiares.

Veredito

Top Gear 2 não apenas manteve a base sólida do seu antecessor, como também trouxe melhorias que o tornaram um dos grandes nomes do gênero no Super Nintendo. Com mais profundidade, desafio e variedade, o jogo conquistou fãs ao redor do mundo e ajudou a consolidar a franquia como uma das mais queridas dos anos 90. Mesmo décadas após seu lançamento, ainda é lembrado com carinho pelos gamers nostálgicos e com justiça.

Daytona USA (Sega Saturn): A corrida que definiu uma era no 32-bit da SEGA

Lançado em 1995 para o Sega Saturn, Daytona USA chegou como uma das principais promessas para mostrar o poder do novo console da SEGA em casa. Baseado na icônica versão dos arcades, que rodava na poderosa placa Model 2, o jogo trazia consigo o desafio de traduzir uma experiência 3D fluida e vibrante para o hardware do Saturn, uma missão ousada, especialmente nos primeiros anos de vida do console.

Lançamento e expectativas

Nos fliperamas, Daytona USA era um fenômeno. Com gráficos poligonais em 3D impressionantes, trilha sonora marcante e uma jogabilidade arcade viciante, o jogo se tornara um símbolo da era moderna dos jogos de corrida. Portanto, quando a versão caseira foi anunciada para o Saturn, as expectativas foram imensas. A SEGA sabia que precisava de um título de peso no lançamento do console, e Daytona USA foi colocado como um dos carros-chefes dessa nova geração.

No entanto, por ter sido desenvolvido às pressas para coincidir com o lançamento do Saturn, a versão original recebeu críticas mistas, o que levou a SEGA a lançar posteriormente uma versão aprimorada, o Daytona USA: Championship Circuit Edition.

Gráficos

Os gráficos de Daytona USA no Saturn, apesar de impressionantes para a época, ficaram abaixo da versão arcade. O Saturn, com sua arquitetura complexa e difícil de programar, não foi capaz de replicar fielmente a suavidade da Model 2. Texturas com baixa resolução, quedas na taxa de quadros e pop-ins de elementos do cenário (carregamento tardio de objetos no horizonte) foram pontos criticados.

Ainda assim, para um jogo de lançamento, Daytona USA se destacava por oferecer pistas em 3D abertas, carros bem modelados e o visual característico e colorido do arcade. Era um jogo que, mesmo com limitações, mostrava o potencial gráfico inicial do console.

Som e Trilha Sonora

Aqui está um dos maiores trunfos do jogo. A trilha sonora de Daytona USA é simplesmente inesquecível. Músicas como “Let’s Go Away”, com seus vocais extravagantes e melodia marcante, se tornaram parte da memória afetiva de uma geração de jogadores. Os efeitos sonoros, como os roncos dos motores e os pneus cantando nas curvas, também estavam bem representados no Saturn.

O áudio, apesar de comprimido em relação ao arcade, manteve a identidade do original e contribuiu muito para a imersão da corrida.

Jogabilidade

A jogabilidade era pura adrenalina arcade. Direta, responsiva e divertida, Daytona USA oferecia três pistas, três níveis de dificuldade e três carros para escolher, cada um com diferentes características de dirigibilidade. O destaque estava nos controles precisos e na curva de aprendizado agradável: fácil de pegar, difícil de dominar.

Mesmo com uma IA básica e a ausência de modos mais robustos, o jogo compensava pela diversão imediata e pelo replay constante. Jogar contra o relógio, desafiar os tempos ou simplesmente curtir uma corrida rápida fazia parte do charme.

Importância no catálogo do Sega Saturn

Daytona USA foi uma peça fundamental na identidade inicial do Sega Saturn. Apesar das críticas à versão apressada, o jogo vendeu bem e marcou presença como uma das primeiras tentativas sérias de levar uma experiência arcade 3D para os lares. Ele ajudou a criar a imagem do Saturn como um console voltado para o arcade, ao lado de títulos como Virtua Fighter e Sega Rally.

Posteriormente, o lançamento da versão Championship Circuit Edition corrigiu vários dos problemas técnicos e aprimorou consideravelmente a experiência, mas a versão original mantém seu valor histórico como um símbolo do lançamento do console.

Veredito 

Daytona USA para o Sega Saturn é um clássico que, apesar de suas limitações técnicas, representa um momento emblemático da transição dos arcades para os consoles de mesa. Com uma trilha sonora inesquecível, jogabilidade divertida e importância histórica para o Saturn, ele é lembrado com carinho por fãs da SEGA e amantes de jogos de corrida arcade.

Se você busca reviver a magia dos anos 90 ou conhecer a essência dos jogos de corrida daquela época, Daytona USA é uma parada obrigatória — mesmo que seja para ouvir um animado “Rolling Start!” mais uma vez.

Start your engines...

Dungeons & Dragons: Shadow over Mystara (Arcade – CPS2)

Lançado em 1996 pela Capcom, Dungeons & Dragons: Shadow over Mystara é a sequência direta de Tower of Doom e um verdadeiro marco nos beat ‘em ups de arcade. Rodando na poderosa placa CPS-2, o jogo foi um divisor de águas por unir com maestria a ação frenética dos jogos de pancadaria com os elementos clássicos de RPG, oferecendo uma profundidade e complexidade raras no gênero. É um título que encantou tanto fãs de D&D quanto jogadores casuais dos fliperamas, e até hoje é lembrado com carinho por sua ousadia e qualidade técnica.

Inovação: RPG em plena pancadaria

A grande sacada de Shadow over Mystara foi incorporar mecânicas tipicamente RPGísticas em um ambiente de ação arcade. Aqui, não basta apenas bater e avançar: você evolui seu personagem, coleta itens, equipa armas e armaduras, utiliza magias variadas e faz escolhas que afetam o caminho da história. Cada classe disponível (como Clérigo, Mago, Elfo, Guerreiro, entre outras) possui características únicas, o que amplia o fator replay de forma impressionante.

Outro destaque é o sistema de níveis, onde os personagens ganham pontos de experiência e ficam mais fortes com o tempo — algo revolucionário para um beat ‘em up tradicional. Isso adiciona um senso de progressão que normalmente só se via em RPGs, deixando a experiência mais envolvente e estratégica.

Jogabilidade: técnica e estratégica

Ao contrário de outros jogos do gênero que valorizam a repetição de movimentos simples, Shadow over Mystara exige domínio de combos, uso tático de magias e itens e cooperação entre os jogadores. É possível jogar com até quatro pessoas ao mesmo tempo, e a sinergia entre as classes torna tudo ainda mais divertido e dinâmico.

Cada personagem possui ataques especiais, magias ou habilidades próprias, e o jogo oferece caminhos ramificados, permitindo diferentes finais e rotas, algo raro nos arcades. As batalhas contra chefes exigem atenção, uso inteligente de recursos e trabalho em equipe.

Gráficos: capricho visual da era CPS2

Visualmente, o jogo é um espetáculo. Aproveitando ao máximo os recursos da placa CPS-2, a Capcom criou sprites grandes, detalhados e bem animados. Os cenários são ricos, variando entre florestas, masmorras, cidades e templos, todos com uma atmosfera medieval envolvente. A arte remete diretamente aos livros e campanhas de Dungeons & Dragons, respeitando o lore e a estética clássica da franquia.

Som: atmosfera e nostalgia

A trilha sonora é intensa e heroica, com temas épicos que se adaptam ao clima de cada fase. Os efeitos sonoros são nítidos, desde os golpes até os encantamentos mágicos, e ajudam a criar uma ambientação rica e envolvente. Vozes digitalizadas também aparecem em momentos específicos, trazendo mais personalidade aos personagens e vilões.

Veredito: Um clássico eterno

Dungeons & Dragons: Shadow over Mystara não é apenas mais um beat ‘em up; é uma verdadeira celebração da fantasia medieval, com profundidade mecânica que poucos jogos de arcade conseguiram alcançar. Ele desafiou as convenções do gênero ao introduzir sistemas de progressão e escolhas, criando um híbrido entre ação e RPG que funciona incrivelmente bem.

Mesmo décadas após seu lançamento, continua sendo jogado em coletâneas e emuladores, e é considerado por muitos como o ápice dos beat ‘em ups da Capcom. Um clássico que merece ser redescoberto por qualquer fã de jogos retrô.

Power Rangers: The Movie (Mega Drive) – Um beat ‘em up digno de heróis

 

Lançado em 1995 para o Mega Drive, Power Rangers: The Movie chegou em um momento em que a febre dos heróis coloridos estava no auge. Inspirado parcialmente no longa-metragem de mesmo nome e também em episódios da série "Mighty Morphin Power Rangers", o jogo se destacou como uma sólida experiência beat ‘em up, que surpreendeu positivamente os fãs da franquia e do gênero.

Um beat ‘em up competente com identidade própria

Ao contrário da versão lançada para o Super Nintendo, que segue um estilo mais plataforma, o título do Mega Drive aposta firmemente na fórmula clássica de "andar e bater", à la Streets of Rage ou Final Fight. E surpreendentemente, o resultado é muito bom. Os combates são rápidos, com combos simples e satisfatórios, onde cada Ranger tem seus próprios movimentos e ataques especiais, mantendo a fidelidade aos personagens da série.

A progressão nas fases é direta e divertida, com uma boa variedade de inimigos, desafios crescentes e, claro, confrontos épicos com chefes que exigem atenção e estratégia.

Gráficos bem definidos para o console

O visual de Power Rangers: The Movie no Mega Drive impressiona dentro dos limites do hardware. Os sprites dos personagens são bem animados e fiéis à série, com cada Ranger claramente reconhecível mesmo antes da morfagem. O cenário das fases também é bem trabalhado, com ambientes variados que remetem a fábricas, ruas e laboratórios.

Embora não tenha o mesmo nível de brilho e cores vibrantes do Super Nintendo, o Mega Drive entrega uma estética mais “crua” que combina muito bem com o estilo do jogo.

Trilha sonora e efeitos: simples, mas eficazes

O som é outro ponto que cumpre bem seu papel. As músicas são animadas e empolgantes, mantendo o ritmo da ação constante. Mesmo não tendo a faixa clássica "Go Go Power Rangers" de forma completa, o jogo traz versões que evocam o espírito da série. Os efeitos sonoros são funcionais, com impactos dos golpes e explosões bem representados, mesmo com a limitação sonora do console.


Jogabilidade que agrada fãs e novatos

Com comandos responsivos e dificuldade equilibrada, Power Rangers: The Movie oferece uma experiência que agrada tanto jogadores casuais quanto fãs hardcore do gênero. É possível jogar em modo cooperativo, o que amplia ainda mais a diversão, afinal, quem nunca quis formar dupla com um amigo para enfrentar monstros gigantes?

O sistema de transformação durante as fases, onde os personagens viram Rangers após derrotar uma quantidade de inimigos, adiciona um charme especial ao gameplay e remete diretamente à narrativa da série.

Veredito : um clássico subestimado do Mega Drive

Power Rangers: The Movie para Mega Drive pode não ter o mesmo reconhecimento de outros beat ‘em ups do console, mas entrega uma experiência divertida, competente e fiel ao universo dos heróis de Angel Grove. Seus gráficos sólidos, trilha sonora carismática e jogabilidade direta fazem dele um dos melhores jogos baseados na franquia, e um excelente título dentro do catálogo do Mega Drive.

Se você gosta de pancadaria old school e é fã dos Power Rangers, essa é uma aventura que vale revisitar!

Double Dragon II: The Revenge (NES)

Lançado em 1990 para o NES, Double Dragon II: The Revenge é a continuação direta do primeiro sucesso da Technōs Japan e consolidou de vez a franquia como um dos pilares dos beat ‘em ups da era 8-bits. Combinando ação intensa, gráficos marcantes e uma trilha sonora memorável, o jogo se tornou um verdadeiro clássico da geração.

Trama com sede de vingança

A história começa com um golpe emocional: Marian, a namorada de Billy, é assassinada por uma gangue misteriosa. Motivados pela vingança, os irmãos Billy e Jimmy Lee partem em uma jornada pelas ruas violentas da cidade, enfrentando hordas de inimigos para alcançar os responsáveis.

Apesar de simples, o enredo foi uma evolução em relação ao jogo anterior, adicionando um tom mais sombrio e dramático, o que era incomum para jogos da época.

Gráficos: Limites bem utilizados

Para um título do NES, Double Dragon II impressiona pelo uso criativo do hardware. Os personagens são grandes e bem definidos, com animações fluídas nos combates. Os cenários são variados, vão de becos urbanos e fábricas até templos orientais,  e transmitem bem a atmosfera de perigo constante.

Destaque também para os efeitos climáticos, como a famosa fase da tempestade, que mostrava chuva em movimento, algo bastante ousado para os padrões do console.

Som: Pancadaria com trilha épica

A trilha sonora composta por Kazunaka Yamane é uma das mais icônicas do NES. As músicas acompanham bem o ritmo frenético das batalhas e ajudam a elevar a tensão nos momentos mais decisivos. Os efeitos sonoros são simples, mas eficazes: cada soco e chute tem impacto, e os gritos dos inimigos dão um toque extra à imersão.


Jogabilidade: Dura na queda (mas justa)

Diferente do primeiro jogo no NES, Double Dragon II trouxe um modo cooperativo para dois jogadores, uma das maiores demandas dos fãs. Os controles foram reformulados: ao invés de botões separados para soco e chute, agora os comandos variam conforme a direção do personagem (direita para atacar à frente, esquerda para atacar atrás), o que exigia certa adaptação.

A variedade de movimentos é outro ponto alto: voadoras giratórias, agarrões e até golpes especiais adicionam profundidade ao combate. A dificuldade é alta, mas recompensadora, exigindo domínio dos controles e atenção aos padrões dos inimigos.

Veredito: Um marco dos 8-bits

Double Dragon II: The Revenge é um dos maiores representantes do gênero beat ‘em up no NES. Ele combina narrativa simples e eficaz, ótima apresentação visual e sonora, e uma jogabilidade desafiadora e envolvente. Seu legado perdura até hoje, sendo lembrado com carinho por fãs da era 8-bits e frequentemente citado como um dos melhores jogos do console.

Se você busca uma pancadaria retrô de qualidade, este título é parada obrigatória!

Resident Evil (PS1) – O íncio e consolidação do survival horror

Lançado em 1996 para o PlayStation 1, Resident Evil foi o ponto de partida de uma das franquias mais icônicas da história dos videogames. Desenvolvido pela Capcom, o jogo não apenas marcou o início da série, como também ajudou a consolidar o gênero survival horror, misturando terror, estratégia, puzzles e ação de forma inédita na época.

Os bastidores e o criador por trás do terror

A mente criativa por trás de Resident Evil foi Shinji Mikami, um jovem diretor da Capcom que havia trabalhado anteriormente em jogos da linha Disney. Inspirado pelo obscuro jogo Sweet Home (de Famicom), também da Capcom, Mikami imaginou um novo título que levasse os jogadores ao limite da tensão.

Inicialmente, o projeto foi concebido como um remake moderno de Sweet Home, mas com o tempo, evoluiu para algo mais ambicioso, mesclando influências de filmes de terror como Romero’s Night of the Living Dead e elementos de mistério e sobrevivência. O nome original no Japão foi Biohazard, mas como esse nome já era registrado nos EUA, o jogo foi rebatizado como Resident Evil, em alusão à mansão onde se passa a maior parte da história.

Enredo: bem-vindo à Mansão Spencer

A história acompanha os membros da equipe S.T.A.R.S., que são enviados para investigar o desaparecimento de colegas nos arredores da misteriosa Mansão Spencer, localizada nos arredores de Raccoon City. Com dois protagonistas jogáveis, Chris Redfield e Jill Valentine,  os jogadores se deparam com criaturas bizarras, zumbis, experimentos genéticos e revelações sobre a sinistra corporação Umbrella.

A narrativa se destaca por seus momentos de tensão e surpresas, mesmo com a atuação dos dubladores sendo considerada "engraçadamente ruim",  algo que acabou virando um charme nostálgico com o tempo.

Gráficos: pré-renderizados e atmosfera sufocante

Para a época, Resident Evil trouxe uma inovação técnica notável: os cenários pré-renderizados. Em vez de mundos totalmente tridimensionais, os personagens se movimentavam sobre imagens estáticas ricas em detalhes, o que permitia uma ambientação mais realista dentro das limitações do hardware do PS1.

As câmeras fixas, que alternavam de ângulo conforme o personagem se movia, aumentavam a tensão, já que muitas vezes os inimigos surgiam de locais fora da visão do jogador. Essa escolha de design tornou a experiência mais claustrofóbica e imprevisível.

Som: entre o silêncio e o pânico

O som é um dos elementos mais marcantes do jogo. A trilha sonora, composta por Makoto Tomozawa e equipe, é minimalista, aparecendo apenas em momentos-chave, o que aumenta a imersão e o impacto dos sustos. Os efeitos sonoros, como os gemidos dos zumbis, o eco dos passos na mansão e o som de portas rangendo, criam uma atmosfera constante de ansiedade.

Apesar das críticas à dublagem em inglês, que soava artificial, ela acabou se tornando um elemento cult e memorável para os fãs.

Jogabilidade: medo e estratégia em cada canto

A jogabilidade de Resident Evil é marcada por seu estilo "tank control", onde os personagens giram sobre seu próprio eixo e depois se movem para frente, o que exigia um tempo de adaptação. A movimentação limitada, combinada com munição escassa, criava uma sensação de vulnerabilidade constante, exatamente o que Mikami queria.

Além do combate, o jogo exigia resolver enigmas, encontrar chaves, administrar recursos e salvar o progresso em máquinas de escrever com fitas limitadas, outro fator que aumentava a tensão.

Legado e importância

Resident Evil não só definiu o gênero survival horror, como também pavimentou o caminho para inúmeros sucessores e inspirou diversos jogos e filmes. Seu sucesso foi tão grande que gerou várias continuações, remakes (incluindo um excelente remake para o GameCube em 2002 e posteriormente para outras plataformas), além de ter dado origem a uma franquia multimídia de alcance global.

Veredito 

Resident Evil para PS1 é um marco histórico dos videogames. Seus gráficos inovadores, atmosfera sufocante, jogabilidade desafiadora e narrativa envolvente mostraram que jogos de terror podiam ser mais do que apenas sustos, eles podiam contar uma boa história e criar experiências inesquecíveis. Mesmo décadas depois, o primeiro Resident Evil ainda é lembrado com carinho (e arrepios) pelos fãs.

Truxton (Mega Drive) – O Tiro Espacial dos Arcades que Inaugurou o Mega Drive com Estilo

Lançado originalmente para os fliperamas em 1988 pela renomada Toaplan, Truxton (conhecido como Tatsujin no Japão) ganhou uma versão para o Mega Drive em 1989, sendo uma das primeiras conversões de arcade a chegar ao novo console da Sega. Essa adaptação manteve boa parte da essência original, levando para casa a mesma ação frenética e dificuldade elevada que fizeram sucesso nos arcades.

Conversão fiel ao arcade

Truxton no Mega Drive é uma das primeiras tentativas da Sega de mostrar que seu console 16 bits poderia reproduzir com fidelidade os sucessos dos fliperamas. A versão caseira manteve os elementos fundamentais da experiência arcade: o layout das fases, padrões de inimigos, chefões imensos e o icônico power-up do raio azul.

Embora tenha havido pequenas perdas gráficas e sonoras devido às limitações do hardware doméstico em relação às placas de arcade, a adaptação foi elogiada por sua jogabilidade fluida e desafiadora, sendo considerada uma das melhores conversões da época.

Gráficos

Para um título de lançamento, os gráficos de Truxton no Mega Drive são sólidos. O jogo apresenta sprites bem definidos, explosões vibrantes e ambientes espaciais variados. Mesmo com algumas simplificações visuais em relação à versão arcade, o visual ainda consegue transmitir bem o clima de guerra espacial. Os chefes, por exemplo, continuam sendo grandes e bem desenhados, criando um bom senso de escala e perigo.

Sons

A trilha sonora eletrônica, adaptada do arcade, é um dos destaques da versão para Mega Drive. Embora não seja tão potente quanto a original, ela consegue capturar o clima tenso e acelerado das batalhas. Os efeitos sonoros, como os disparos e as explosões, são típicos da era 16 bits e funcionam bem dentro do estilo do jogo, mesmo com certa simplicidade.

Jogabilidade

A jogabilidade é o ponto mais fiel da conversão. Truxton oferece ação intensa do início ao fim, com jogabilidade vertical clássica de shoot ‘em up. O jogador pode melhorar sua nave com power-ups e usar bombas poderosas para se livrar de situações desesperadoras. O controle responde bem e os desafios vêm em ondas crescentes, exigindo precisão, paciência e muito treino.

Truxton é também conhecido por sua dificuldade brutal, herança direta dos arcades, onde cada ficha contava. A versão de Mega Drive mantém esse nível de desafio, fazendo com que o jogo seja um verdadeiro teste de habilidade.

Um dos Primeiros do Mega Drive

Por ser um jogo de primeira geração do Mega Drive, Truxton teve um papel importante em mostrar que o console podia reproduzir a experiência arcade em casa com qualidade. Ele serviu de vitrine técnica e ajudou a definir o tipo de jogos que se tornariam populares no início da vida útil do console, especialmente os shoot ‘em ups rápidos e difíceis.

Veredito

Truxton  é um exemplo de como uma boa conversão de arcade pode se transformar em um clássico caseiro. Com gráficos sólidos, som envolvente e jogabilidade desafiadora, ele marcou presença na estreia do Mega Drive e até hoje é lembrado com respeito pelos fãs de jogos de nave. Se você é amante dos arcades ou procura um bom desafio retrô, Truxton é uma escolha certeira.