Lançado em 1991, Battletoads para o Nintendo Entertainment System (NES) é um dos títulos mais lembrados e temidos da era 8-bit. Fruto da parceria entre a Nintendo e a desenvolvedora Rare (conhecida no Japão como Tradewest), o jogo buscava rivalizar com o sucesso de Teenage Mutant Ninja Turtles e surpreendeu com sua personalidade própria, mecânicas ousadas e, claro, sua lendária dificuldade.
Jogabilidade: Uma Montanha-Russa de Estilos
O grande destaque de Battletoads é, sem dúvida, a sua diversificação de jogabilidade. Em vez de se prender a um único estilo, o jogo mistura com ousadia diversas mecânicas ao longo das fases:
- Beat’em up clássico nas primeiras fases, com socos e chutes exagerados e engraçados, onde os protagonistas Zitz e Rash enfrentam hordas de inimigos.
- Fase das motinhos (Turbo Tunnel), famosa por exigir reflexos sobre-humanos e que virou sinônimo de desafio na cultura gamer.
- Fases de queda vertical, em que os personagens descem por cordas enfrentando inimigos no ar.
- Fases com visão isométrica, trazendo uma perspectiva diferenciada, quebrando a expectativa de um jogo 2D comum.
- E até trechos de corrida e vôo, criando uma experiência quase episódica em um único cartucho.
Essa variedade mecânica era incomum para a época e mostrou a ousadia da Rare em inovar, mantendo os jogadores sempre atentos e desafiados.
Gráficos: Puxando os Limites do NES
Para um jogo de NES, Battletoads impressiona com sprites grandes, expressivos e bem animados. Os personagens principais têm ataques exagerados (como transformar o punho em uma marreta gigante ao final de um combo), o que confere carisma e humor ao game.
Os cenários são coloridos, variados e cheios de personalidade, desde cavernas tecnológicas até ambientes aquáticos e espaciais. O jogo também usa bem os recursos do NES, com efeitos visuais que simulam profundidade e velocidade, especialmente nas fases de alta velocidade.
Som: Trilha e Efeitos com Identidade
A trilha sonora de Battletoads é vibrante, com músicas que acompanham o ritmo frenético da ação. As composições são marcantes, com batidas fortes e melodias eletrônicas que ajudam a manter o clima tenso e acelerado.
Os efeitos sonoros, como os barulhos dos golpes e das explosões, são criativos e variados, outro ponto forte, considerando as limitações técnicas do console.
Dificuldade: Uma Lenda entre os 8 Bits
Nenhum review de Battletoads estaria completo sem mencionar sua dificuldade brutal. O jogo exige memorização de padrões, reflexos rápidos e precisão cirúrgica, especialmente nas fases de corrida e ação rápida.
Além disso, o jogo não possui saves ou passwords, o que torna a experiência desafiadora do início ao fim. A mecânica de coop local, embora divertida, aumenta a dificuldade, já que a colisão entre os jogadores pode causar dano acidental, um teste real de amizade!
Parceria Nintendo & Rare: Um Sucesso Criativo
Embora publicado pela Nintendo em algumas regiões, Battletoads foi desenvolvido pela Rare, um estúdio britânico que mais tarde seria responsável por clássicos como Donkey Kong Country e GoldenEye 007. A colaboração com a Nintendo nesse início dos anos 90 permitiu à Rare mostrar sua criatividade e domínio técnico, ajudando a consolidar sua reputação como um dos melhores estúdios da geração.
Veredito
Battletoads é um dos jogos mais ousados e memoráveis do NES. Sua variedade de fases, estilo visual marcante, trilha sonora energética e, claro, sua dificuldade mítica garantiram seu lugar na história dos videogames. É um excelente exemplo de como inovar mesmo com limitações técnicas e ainda hoje é recomendado para jogadores que buscam um verdadeiro teste de habilidade.
Se você procura um clássico 8-bit que realmente te desafie, Battletoads é um nome obrigatório.
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