Entre os grandes RPGs lançados para o Sega CD, poucos alcançaram o prestígio de Lunar: Eternal Blue. Sequência direta de Lunar: The Silver Star, o jogo elevou o patamar dos RPGs no console, mostrando o quanto o periférico da Sega era capaz de entregar experiências narrativas e técnicas marcantes para a época.
Gráficos
Os visuais de Lunar: Eternal Blue demonstram bem o esforço da Game Arts em extrair o máximo do Sega CD. Apesar de o hardware não ser tão poderoso quanto o dos consoles que viriam poucos anos depois, o título apresenta cenários detalhados, coloridos e variados, que ajudam a dar vida ao mundo do jogo. As animações em estilo anime, apresentadas em cutscenes em vídeo, foram um grande diferencial, criando uma sensação cinematográfica rara nos RPGs da primeira metade dos anos 90. Além disso, o design dos personagens e monstros é carismático e consistente, mantendo o charme típico da série.
Som
Se os gráficos impressionam, o som é um dos pontos mais fortes de Eternal Blue. A trilha sonora, composta por Noriyuki Iwadare, é memorável, com faixas que variam entre momentos épicos, emocionantes e misteriosos, acompanhando cada passo da jornada. As músicas exploram muito bem a capacidade do CD de áudio, oferecendo qualidade muito superior aos RPGs em cartucho da mesma geração. Além disso, o jogo trouxe dublagens em inglês na versão ocidental, algo pouco comum na época, ajudando a reforçar a imersão na história.
Jogabilidade
Em termos de jogabilidade, Eternal Blue segue a estrutura clássica de RPGs japoneses dos anos 90, mas com algumas particularidades. As batalhas são em turnos e apresentam movimentação em um grid simples, onde a posição dos personagens influencia o alcance e a estratégia dos ataques. Isso adiciona uma camada extra de profundidade em relação aos sistemas tradicionais de batalha por menus. Fora das lutas, o jogo mantém a exploração de cidades, masmorras e interação com NPCs, entregando um ritmo equilibrado entre ação, história e progressão de personagens.
Enredo
O ponto mais marcante de Lunar: Eternal Blue é, sem dúvida, o enredo. Ambientado mil anos após os eventos de The Silver Star, a história acompanha Hiro, um jovem aventureiro que, junto de sua amiga Ruby, se envolve em uma jornada que começa com o encontro de Lucia, uma misteriosa jovem vinda da Lua. A narrativa mistura aventura, romance, comédia e drama em uma medida rara para a época, criando momentos de forte impacto emocional. Personagens bem desenvolvidos, diálogos envolventes e reviravoltas garantem que o jogador se mantenha investido até o fim.
Veredito
Lunar: Eternal Blue é um dos RPGs mais marcantes do Sega CD, sendo lembrado até hoje como uma obra que explorou ao máximo as capacidades do console. Seus gráficos expressivos, trilha sonora impecável, sistema de combate estratégico e enredo profundo fazem dele uma experiência atemporal. Para os fãs de RPGs clássicos, trata-se de um título essencial, que comprova como a série Lunar foi um divisor de águas na forma de contar histórias dentro dos videogames.
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