Street Fighter II (Master System)

Quando se fala em Street Fighter II, é inevitável lembrar do impacto que o jogo teve nos arcades e nos consoles de 16 bits. Mas poucos se recordam de uma versão curiosa e única: Street Fighter II para Master System, lançada exclusivamente no Brasil. Produzida pela Tec Toy com o aval da Capcom, essa adaptação é um marco da criatividade e limitação técnica, já que levou um dos maiores fenômenos dos games para um console de 8 bits que já estava em sua fase final de vida.

Produção e exclusividade

O jogo nunca chegou oficialmente a outros países. A Tec Toy, responsável pela distribuição do Master System no Brasil, conseguiu a autorização da Capcom para criar uma versão própria. Isso garantiu que o título se tornasse uma exclusividade nacional, algo raro na época, e acabou se tornando um item de colecionador. A adaptação foi uma tentativa de manter o console competitivo em um mercado já dominado pelo Super Nintendo e Mega Drive.


Gráficos

Dentro das limitações do hardware, os gráficos impressionam pela fidelidade. Os cenários trazem elementos reconhecíveis das versões originais, embora simplificados, e os personagens são bem distintos entre si, ainda que em tamanho reduzido. Contudo, faltam detalhes e fluidez: as animações são limitadas e o jogo roda com certa lentidão, deixando claro que o Master System já não tinha fôlego para um título tão ambicioso.

Som

As músicas clássicas de Street Fighter II foram reimaginadas para o chip sonoro do Master System. Apesar da simplicidade, é possível reconhecer cada tema, trazendo uma dose de nostalgia. Os efeitos sonoros, no entanto, são básicos e pouco variados, não chegando perto da energia das versões de arcade ou dos consoles de 16 bits.

Jogabilidade

É aqui que a versão mais sofre. O reconhecimento de colisão é falho, fazendo com que golpes muitas vezes não acertem o oponente mesmo em contato visível. Além disso, os comandos dos golpes especiais foram adaptados de forma diferente da versão original, exigindo que o jogador reaprenda movimentos icônicos como o Hadouken ou o Shoryuken. A limitação dos botões também afeta o gameplay, já que o Master System não podia reproduzir os seis golpes (socosos e chutes de diferentes intensidades) presentes no original.

Veredito 

Street Fighter II de Master System é um curioso capítulo da história dos games no Brasil. Não se trata de uma versão competitiva com as edições de SNES ou Mega Drive, mas sim de um produto único que mostra como a Tec Toy buscava manter viva a paixão pelo console em território nacional. É um jogo com falhas claras, mas também com muito valor histórico e nostálgico para os fãs e colecionadores.

Nenhum comentário:

Postar um comentário