Quando a Capcom lançou Resident Evil em 1996 para o PlayStation, o título redefiniu o gênero do survival horror, trazendo tensão, atmosfera pesada e um enredo digno de filme de terror B. No entanto, pouco mais de um ano depois, em 1997, foi lançado o Resident Evil Director’s Cut, uma versão especial que buscava dar um novo fôlego ao jogo, incluindo novidades e melhorias em relação ao original.
Melhorias em relação ao original
O Director’s Cut trouxe três modos distintos de jogo: Original, Arranged e Beginner.
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O Original mantém a experiência idêntica à de 1996, preservando o desafio clássico.
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O Arranged Mode muda completamente a posição de itens, inimigos e até mesmo das armas, criando um fator surpresa até para quem já dominava o jogo. Além disso, alguns personagens receberam roupas alternativas.
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Já o Beginner Mode foi pensado para jogadores que desejavam experimentar a história sem tanta frustração, reduzindo a dificuldade.
Essa variedade foi um grande atrativo, dando longevidade ao título e ampliando o público que poderia aproveitá-lo.
Gráficos
Visualmente, o Director’s Cut não trouxe grandes avanços gráficos em relação ao jogo original, já que se tratava essencialmente da mesma base. Ainda assim, a atmosfera continua impressionando: os cenários pré-renderizados transmitem uma sensação de isolamento e tensão constante, e os modelos dos personagens, embora limitados pelo hardware do PlayStation, cumprem bem seu papel.
Vale lembrar que, na época, o jogo já se destacava pela cinematografia e pelos ângulos de câmera fixos, que ajudavam a intensificar o suspense. Mesmo sem alterações técnicas significativas, a direção artística mantém o charme sombrio que marcou o primeiro título.
Som
No quesito sonoro, o jogo manteve os efeitos assustadores que já eram marca registrada: o som de passos ecoando nos corredores, portas rangendo e gemidos distantes de zumbis continuam eficazes em criar tensão. Porém, existe uma curiosidade: a trilha sonora da versão Dual Shock (também considerada uma edição do Director’s Cut) foi alvo de críticas, já que a música regravada por Mamoru Samuragochi foi considerada de qualidade inferior e menos atmosférica. Ainda assim, a versão original preserva o peso e a ambientação que ajudaram a consolidar o clima de terror.
Jogabilidade
A jogabilidade manteve o estilo “tanque”, característico da série inicial, que exige prática e paciência do jogador. Isso significa que movimentar-se exige precisão, mas ao mesmo tempo reforça a tensão, já que cada confronto parece mais arriscado.
A adição do modo Arranged muda bastante a experiência: não dá para confiar na memória para atravessar a mansão, e o jogo constantemente surpreende. Isso dá uma sobrevida significativa a quem já havia explorado cada canto do original.
Veredito
Resident Evil Director’s Cut é mais do que uma simples reedição: é uma forma de reviver um dos maiores clássicos do PlayStation sob diferentes perspectivas. Apesar de não trazer evoluções gráficas ou sonoras significativas, os novos modos de jogo acrescentam variedade e aumentam o fator replay.
Para quem jogou o original, ele oferece uma experiência renovada; para quem nunca tinha encarado o terror da Mansão Spencer, essa versão foi, durante anos, a melhor porta de entrada para o universo de Resident Evil.
Um clássico obrigatório para os fãs do survival horror e uma peça fundamental da história dos videogames.
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