X-Men Origins: Wolverine (PS2) - O Lado Afiado da Geração Passada

 


O filme "X-Men Origins: Wolverine" de 2009 gerou seu respectivo jogo, e enquanto as versões para consoles da geração mais recente (PS3/Xbox 360) foram aclamadas pela brutalidade e ação frenética, a versão para PlayStation 2 representa uma adaptação com cortes notáveis. É uma experiência que ainda oferece a fúria de Wolverine, mas com algumas arestas que o tempo não conseguiu polir.

Gráficos: Um Sacrifício Necessário

É importante ser realista: o PS2 já estava no fim de seu ciclo quando este jogo foi lançado. O motor gráfico tenta replicar o look and feel das versões mais robustas, mas o resultado é, previsivelmente, inferior.

  • Modelagem de Personagens: Wolverine e os inimigos são reconhecíveis, mas a contagem de polígonos é baixa, resultando em modelos mais angulares e menos detalhados.

  • Texturas e Cenários: Os ambientes são mais simples e menos repletos de detalhes visuais. Há uma sensação de que os cenários são um pouco vazios.

  • Performance: Apesar da simplificação, o jogo consegue manter uma taxa de frames razoável, crucial para um hack and slash. Pontos positivos para a violência estilizada do combate, mesmo com a limitação gráfica.

Veredito Gráfico: O jogo é bonito considerando o hardware, mas é impossível ignorar que a versão de PS2 recebeu um tratamento de segunda classe visualmente, perdendo a riqueza e o impacto das versões de alta definição.


Jogabilidade: Fúria Atrapalhada por Falhas

A jogabilidade é onde o jogo brilha e tropeça simultaneamente. A essência do combate de Wolverine está lá: combos rápidos, o uso das garras de adamantium e a regeneração.



O Bom: A Ação Pura

O sistema de combate é visceral e satisfatório. Desmembrar inimigos com as garras é a principal atração, e o jogo consegue transmitir a sensação de ser o invencível Wolverine.

O Ruim: Indicadores e Bugs de Colisão

Aqui é onde o jogo perde muitos pontos:

  1. Indicação de Objetivos (O Que Fazer): O design de fase muitas vezes é confuso. O jogo falha em dar indicações claras sobre o que o jogador deve fazer a seguir. Muitas vezes, é preciso adivinhar qual parede escalar ou qual alavanca pressionar para progredir, levando a momentos de frustrante backtracking ou simplesmente ficar perdido no mapa.

  2. Bugs de Colisão e Cenários: Este é, talvez, o problema mais crítico. É comum que Wolverine fique preso em elementos do cenário, como quinas de paredes ou pequenos objetos, exigindo que o jogador se debata para se libertar. Pior ainda, a detecção de colisão (ou hitbox) às vezes é inconsistente, levando a ataques que parecem atravessar inimigos ou a saltos que falham de maneira injusta. Esses bugs quebram a imersão e a fluidez do combate.

Som: Rugidos e Pancadas de Qualidade

O design de som é, felizmente, um dos pontos mais fortes da versão de PS2, e um dos elementos que mais se aproxima da qualidade das versões de ponta.

  • Efeitos Sonoros: O som das garras saindo, o clank do metal contra metal, e os urros de dor dos inimigos são afiados e satisfatórios. Eles dão peso e impacto a cada ataque.

  • Trilha Sonora: A música de fundo cumpre seu papel, intensificando a ação durante os combates e criando uma atmosfera sombria nas partes de exploração.

  • Dublagem: Embora possa haver variações na qualidade da compressão de áudio, as falas e a voz de Wolverine (mesmo sem a voz original do filme) são executadas de maneira competente, ajudando a contar a história.


Veredito: Para Fãs Pacientes

X-Men Origins: Wolverine no PlayStation 2 é um jogo que entrega a brutalidade que os fãs de Logan esperam, mas exige uma dose de paciência para lidar com suas falhas técnicas.

Se você procura um hack and slash visceral no seu PS2 e consegue ignorar a navegação confusa e os ocasionais bugs de colisão, ainda há diversão em encarnar a máquina de combate mutante. No entanto, é um jogo que serve mais como uma curiosidade de como um título de alta performance foi adaptado para um hardware mais antigo do que uma experiência definitiva do personagem.

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