Mortal Kombat II (Mega 32X)

Quando pensamos em Mortal Kombat II, é impossível não lembrar da febre que o jogo causou nos anos 90. Depois do sucesso estrondoso do primeiro título, a sequência trouxe um salto em praticamente todos os aspectos: gráficos mais detalhados, maior variedade de personagens, golpes especiais icônicos e uma violência ainda mais marcante, consolidando a franquia como uma das mais importantes da história dos games de luta. No entanto, quando falamos das versões caseiras, nem todas foram capazes de reproduzir fielmente a experiência do arcade. É aí que entra o Mortal Kombat II para o Mega 32X, considerado por muitos como uma das melhores versões domésticas lançadas na época.

Gráficos

O 32X trouxe um poder extra ao já respeitável Mega Drive, e Mortal Kombat II soube aproveitar isso. Comparado à versão do Mega Drive puro, aqui temos personagens maiores, com mais detalhes e cores vivas, além de cenários que se aproximam bastante da qualidade vista nos fliperamas. Os fundos animados, como o lendário The Dead Pool ou Kombat Tomb, mantêm boa fidelidade visual, e os sprites apresentam menos serrilhados, resultando em uma experiência muito mais próxima do arcade.

Som

Um dos pontos mais criticados da versão de Mega Drive foi a trilha sonora e os efeitos sonoros abafados (e ausentes), algo que não fazia jus ao impacto brutal do jogo. No 32X, esse problema foi resolvido com áudio nitidamente melhorado, trazendo músicas mais próximas das originais, efeitos sonoros mais claros e vozes dos lutadores muito mais audíveis, apresentando inclusive, os efeitos sonosros ausentes na verão do Mega Drive. Esse upgrade sonoro foi um grande diferencial, tornando a experiência bem mais imersiva.

Jogabilidade

A jogabilidade manteve a mesma fluidez que já havia conquistado fãs nos arcades. Os comandos respondem bem, os golpes especiais saem com facilidade e os famosos Fatalities estão todos presentes. Além disso, a velocidade é mais equilibrada do que na versão de Mega Drive, tornando os combates mais dinâmicos e divertidos. Essa fidelidade ao original foi um dos fatores que consolidaram o 32X como a melhor opção para quem queria jogar Mortal Kombat II em casa sem perder tanto da essência dos fliperamas.

Veredito

O Mortal Kombat II de Mega 32X é um verdadeiro destaque dentro das adaptações caseiras do clássico. Com gráficos superiores, som finalmente digno do jogo e uma jogabilidade fluida, essa versão se tornou uma das mais recomendadas entre os consoles de mesa da época. Para quem viveu os anos 90 e queria trazer a brutalidade e intensidade dos arcades para dentro de casa, essa edição era quase obrigatória.

Entre as versões domésticas, o 32X certamente se coloca como uma das melhores já lançadas, mostrando o potencial que o add-on da Sega tinha, mas infelizmente não pôde explorar em sua totalidade.

Rock n’ Roll Racing (Mega Drive)

Lançado em 1993 pela Blizzard Entertainment (na época conhecida como Silicon & Synapse), Rock n’ Roll Racing é um dos títulos mais lembrados do Mega Drive e do Super Nintendo. O jogo mistura corrida futurista com combates explosivos, tudo embalado por uma trilha sonora marcante. No Mega Drive, ele manteve sua essência, mas trouxe algumas particularidades que vale a pena comentar.

Gráficos

No Mega Drive, os gráficos de Rock n’ Roll Racing são competentes, mas sofrem quando comparados à versão de Super Nintendo. O estilo isométrico dos circuitos é preservado, com pistas detalhadas, saltos, rampas e obstáculos que dão dinamismo às corridas. Porém, a paleta de cores da versão Mega Drive é mais limitada, resultando em visuais menos vibrantes. Ainda assim, os carros são bem animados e os efeitos das explosões, disparos e destruições transmitem a sensação de caos que o jogo propõe.

Som

O grande destaque da franquia é sua trilha sonora baseada em clássicos do rock, com versões digitais de músicas como Born to be Wild e Paranoid. No entanto, no Mega Drive, a limitação do chip de som fez com que essas músicas perdessem parte do impacto. Embora reconhecíveis, soam mais “raspadas” e menos nítidas do que no SNES. Já os efeitos sonoros, como tiros, derrapagens e explosões, cumprem bem o papel, transmitindo a ação frenética das corridas.

Jogabilidade

A jogabilidade é o ponto forte do título. O controle dos veículos responde bem, mesmo com a visão isométrica que pode confundir iniciantes. O sistema de progressão, que permite comprar armas, melhorias de motor e blindagem com o dinheiro ganho nas corridas, garante longevidade e estratégia ao jogo. As disputas são intensas e exigem tanto habilidade na pilotagem quanto inteligência para usar os recursos no momento certo. O multiplayer, jogado lado a lado, é uma das maiores diversões que o jogo oferece.

Veredito

Rock n’ Roll Racing no Mega Drive é um jogo que, mesmo com algumas limitações gráficas e sonoras em relação à versão de SNES, continua sendo uma experiência empolgante. Sua mistura de corrida, ação e rock clássico o transformou em um dos títulos mais carismáticos da era 16-bit. É diversão garantida, especialmente quando jogado no modo multiplayer.

Para os fãs de corridas com adrenalina e explosões, este é um clássico que merece sempre uma revisita.

Ghost Rider (PS2)

Lançado em 2007 para PlayStation 2, Ghost Rider chegou aos consoles surfando na onda do filme estrelado por Nicolas Cage. Desenvolvido pela Climax Studios e publicado pela 2K Games, o título tenta capturar a essência sombria do personagem da Marvel, trazendo uma mistura de ação hack and slash e fases de moto que buscam dar variedade ao gameplay. Mas será que o jogo consegue se destacar na biblioteca do PS2?

Gráficos

Para a época, os gráficos de Ghost Rider são competentes, mas não impressionantes. O visual sombrio combina bem com o personagem, com cenários que remetem ao submundo infernal e áreas urbanas devastadas. O destaque, sem dúvida, fica para o próprio Motoqueiro Fantasma: sua caveira flamejante e corrente em chamas chamam a atenção, trazendo identidade visual forte. Porém, os cenários acabam sendo repetitivos e pouco detalhados, deixando claro que não havia uma superprodução por trás.

Som

A trilha sonora aposta em guitarras pesadas e batidas aceleradas, o que casa muito bem com o clima do jogo e o estilo do personagem. Os efeitos sonoros, como o estalo da corrente e o rugido da moto, ajudam a reforçar a sensação de poder. Por outro lado, a repetição de algumas faixas e efeitos pode cansar em longas sessões. Não chega a comprometer, mas também não é um ponto alto memorável.

Jogabilidade

O grande atrativo do game está no seu sistema de combate, claramente inspirado em God of War e Devil May Cry. O jogador usa a corrente flamejante, chamas do inferno e ataques físicos para enfrentar hordas de inimigos. O combate é fluido e divertido, mas tende à repetição depois de algumas horas.

Outro diferencial são as fases de moto, que lembram jogos de corrida arcade, trazendo ação em alta velocidade com direito a obstáculos, inimigos e acrobacias. Embora quebrem a monotonia, também não apresentam grande profundidade.

No geral, a jogabilidade cumpre bem seu papel: é simples, direta e entrega boas horas de diversão para quem curte ação desenfreada.

Veredito

Ghost Rider para PS2 não chega a ser um título de destaque da geração, mas agrada aos fãs do personagem e de jogos hack and slash. Com gráficos razoáveis, trilha sonora enérgica e uma jogabilidade que mistura combates intensos e fases de moto, o jogo cumpre o básico sem ousar muito.

Para quem é fã da Marvel ou do Motoqueiro Fantasma, é uma experiência divertida e um bom exemplo de adaptação de herói em formato de game no início dos anos 2000.

Metal Slug Anthology (PS2)

Quando falamos de jogos de ação no estilo run-and-gun, poucos nomes são tão marcantes quanto Metal Slug. Lançada originalmente nos arcades, a série se tornou sinônimo de explosões, humor e dificuldade insana. Em 2006, a SNK Playmore reuniu essa trajetória em uma coletânea especial para o PlayStation 2, Metal Slug Anthology. Mas será que a experiência arcade foi bem traduzida para o console da Sony?

Conteúdo da coletânea

A coletânea é generosa: traz todos os seis primeiros jogos da série, além de Metal Slug X (versão revisada do 2). Ou seja, temos aqui:

  • Metal Slug

  • Metal Slug 2

  • Metal Slug X

  • Metal Slug 3

  • Metal Slug 4

  • Metal Slug 5

  • Metal Slug 6

No total, sete aventuras completas, cada uma trazendo novas armas, veículos e inimigos, além de extras como galeria de artes e músicas. É praticamente uma linha do tempo completa da franquia em um único disco.

Gráficos

Os gráficos mantêm o charme inconfundível dos sprites 2D, com animações fluídas, cenários detalhados e muito carisma nos inimigos. Explosões, tanques, naves e até os soldados inimigos têm uma personalidade cartunesca que faz parte da identidade da série.

O ponto negativo fica para a conversão no PS2, que apresenta algumas perdas na nitidez e momentos de lentidão quando a tela fica muito carregada de ação. Ainda assim, nada que comprometa a diversão.

Som

A trilha sonora continua épica, misturando batidas militares com riffs animados que embalam perfeitamente o caos na tela. Os efeitos sonoros, como tiros e explosões, são marcantes e ajudam a manter o ritmo acelerado.

Em alguns jogos, como Metal Slug 6, percebe-se uma leve queda na qualidade sonora em comparação aos anteriores, mas no geral o pacote mantém o padrão arcade.

Jogabilidade

Aqui está o verdadeiro coração de Metal Slug Anthology. O gameplay continua viciante: correr, atirar em tudo que aparece, resgatar prisioneiros e pilotar veículos malucos. A dificuldade segue alta, como manda a tradição, mas a coletânea oferece algumas opções que ajudam, como ajuste de vidas e disparo automático.

O grande destaque é o modo cooperativo: jogar a dois transforma a experiência em uma festa caótica de tiros e risadas, exatamente como nos arcades.


Veredito

Metal Slug Anthology para PS2 é um prato cheio para fãs da série e para quem gosta de ação arcade sem frescura. Apesar de pequenas falhas técnicas, a coletânea entrega uma quantidade generosa de conteúdo, mantém a essência dos originais e garante muitas horas de diversão, seja sozinho ou em dupla.

Se você cresceu jogando Metal Slug no fliperama, essa coletânea é praticamente obrigatória na sua estante.

X-Men Origins: Wolverine - Ps3

Lançado em 2009, X-Men Origins: Wolverine é um jogo de ação estilo hack-and-slash baseado no filme homônimo. Na versão de PS3 ele é vários graus mais explícito do que muitas adaptações de filme, justamente na parte de violência, sendo essa uma de suas características mais destacadas. 

Gráficos

Pontos fortes:

  • Os modelos dos personagens principais (Wolverine, Sabretooth, etc.) têm boa fidelidade visual, especialmente no rosto, nas expressões, e quando comparados às versões do filme. 

  • Efeitos de dano corporal são bem trabalhados: cortes, rasgos na roupa, exposição de carne/músculo/boneco em determinadas situações de combate; assim como detalhes de regeneração visível. 

  • Ambientes variados, e, à medida que se avança, cenários visuais interessantes, selva, bases militares, instalações de laboratório etc. 


Limitações:

  • Quedas de performance em certas fases: frame rate que engasga, efeitos de lentidão em trechos muito carregados. 

  • Texturas às vezes simples ou inferiores em objetos menores ou em cenários secundários; há momentos em que o jogo parece “cortar caminho” visualmente. 

  • Cut-scenes ou transições variam bastante: algumas impressionam, outras menos. 

Som

Aspectos positivos:

  • A trilha sonora cumpre bem seu papel em cenas de ação; ela ajuda a dar peso às lutas e momentos mais intensos. 

  • Os efeitos sonoros, particularmente o som das garras (arranhões, cortes, impactos), dos ossos se quebrando ou membros sendo separados, dos gritos, são um dos destaques de brutalidade do jogo, reforçando sua atmosfera agressiva. 

  • A atuação de voz de Hugh Jackman como Wolverine (versão PS3 / Xbox 360), entre outros, agrega credibilidade ao personagem; sua raiva, seus grunhidos e os efeitos de voz nas cenas de dano estão bem feitos.


Aspectos fracos:

  • Embora as vozes principais e efeitos de armas / garras chamem atenção, diálogos de NPCs ou sons ambientes algumas vezes repetitivos. 

  • Em alguns momentos de cut-scene ou transição, há descompasso entre qualidade visual e qualidade de som; o som pode soar menos “rico” quando há muitos efeitos simultâneos. 

Jogabilidade

O que funciona bem:

  • O combate é visceral e satisfatório para quem gosta de poder esmagador, visceralidade: combinações de ataques leves, pesados, ataques especiais de fúria (rage mode), uso de ambiente para matar inimigos. 

  • Mecânicas como "lunge", “fury attacks”, contra-ataques, execução de movimentos fortes que dão sensação de poder. 

  • Elementos de plataforma e quebra-cabeças menores servem como variação, ainda que não dominem o jogo. 


Críticas:

  • Repetitividade: após certo ponto, inimigos tendem a se repetir, padrões de combate se tornam previsíveis. Isso diminui o frescor à medida que se avança. 

  • Dificuldade que pode escalar de maneira abrupta em alguns momentos, especialmente em chefes ou mini-chefes, tornando certas partes frustrantes.

  • Pouca profundidade em alguns sistemas de progressão ou variação: ainda que existam melhorias, algumas críticas apontam que os upgrades não “abrem” jogabilidade nova suficiente, ou que inimigos “crescem com você”, diluindo o diferencial. 

Violência e “Brutalidade”

Esse é um dos pontos mais distintivos desse jogo no gênero de super-heróis:

  • Ele assume um tom muito mais sombrio e sanguinolento do que muitos jogos licenciados de super-heróis, especialmente aqueles vinculados a filmes. A “Uncaged Edition” permite ver Wolverine realmente usar suas garras para desmembrar, decapitar, rasgar membros, etc.]

  • Os efeitos visuais de dano corporal crescente Wolverine “apari”, tecidos rasgados, ossos visíveis, tornam isso mais palpável.

  • O uso de ambiente como arma (espinhos, quedas, obstáculos) agrega à sensação de violência não apenas como “eficiência de combate”, mas como espetáculo meio grotesco. 


Raridade / Valorização

Quanto ao quão “raro” ou colecionável o jogo é:

  • Não encontrei fontes confiáveis que digam que X-Men Origins: Wolverine para PS3 seja extremamente raro, no sentido de tiragem muito limitada. Ele foi publicado amplamente, com versões físicas.

  • Porém, há indícios de valorização entre colecionadores. Algumas comunidades apontam que, após certos momentos dele sair de lojas digitais ou decair a disponibilidade, os preços de cópias físicas usadas ou completas com manual/case (em bom estado) aumentam.

  • Também, como muitos jogos ligados a licenças de filmes, após a licença expirar, reimpressões tendem a parar, o que contribui para tornar os exemplares físicos mais desejados com o tempo.

Seu lugar no gênero de super-heróis

X-Men Origins: Wolverine se destaca no gênero por alguns motivos:

  • Tom mais maduro — enquanto muitos jogos de heróis buscam apelo mais amplo/familiar, esse jogo abraça a violência e as características sombrias de Wolverine, que nos quadrinhos é um anti-herói com um lado brutal. Isso dá algo de diferencial.

  • Combate corpo a corpo visceral — muitas adaptações de super-heróis envolvem poderes mais “visuais” ou superpoderes tradicionais (projéteis, voo, etc.). Wolverine exige proximidade, exige que o jogador participe ativamente do momento de violência, “sinta” a dureza do combate corpo a corpo.

  • Fidelidade à personalidade — o jogo não suaviza Wolverine. A regeneração, a fúria, o esmagamento, o dano incessante são partes centrais. Isso ajuda a que fãs sintam que estão jogando Wolverine de verdade, não uma versão “light”.

  • Limitações que o impedem de ser um clássico absoluto — apesar de tudo isso, os defeitos de repetitividade, de narrativa menos memorável, de algumas falhas de performance ou falta de refinamento em certos sistemas fazem com que ele não alcance o nível de referência máxima do gênero. Jogos como Batman: Arkham Asylum, Spider-Man (diversas versões), Marvel: Ultimate Alliance etc., oferecem outras dimensões (mundo aberto, exploração, elementos de RPG, etc.) que esse jogo não explora tão profundamente.

Veredito

Se você gosta de jogos de super-heróis que não têm medo de mostrar “o sangue na lama”, X-Men Origins: Wolverine no PS3 é uma das melhores opções nesse subgênero de violência gráfica. Ele entrega aquilo que muitos fãs esperavam: ver Wolverine sendo violento, com um combate físico sólido, com sensação de peso. As imperfeições existem, principalmente em repetitividade e variação de missões, mas o que importa para esse tipo de experiência, brutalidade, sensação de poder, visuais impactantes, ele acerta bem.


Final Fantasy VII (PlayStation 1)

Lançado em 1997 para o PlayStation 1, Final Fantasy VII não é apenas mais um título da icônica franquia da Square (hoje Square Enix), é um marco na história dos videogames. Considerado por muitos como um dos melhores jogos já lançados, o sétimo capítulo trouxe inovações que redefiniram o gênero RPG e ajudaram a consolidar o sucesso do PlayStation no mercado mundial.

Gráficos

FFVII foi o primeiro jogo da série a utilizar gráficos 3D, trazendo cenários pré-renderizados combinados com personagens poligonais. Para a época, isso representava um salto gigantesco em comparação aos jogos anteriores, que ainda seguiam o estilo 2D. As cutscenes em CGI impressionaram jogadores e críticos, com momentos icônicos que ficaram gravados na memória, como a introdução em Midgar ou a famosa cena da floricultura de Aerith. Apesar de hoje parecerem datados, os gráficos marcaram um divisor de águas, mostrando até onde a tecnologia poderia levar os RPGs.

Som

A trilha sonora composta por Nobuo Uematsu é um espetáculo à parte. Cada faixa traduz perfeitamente o clima do jogo, indo de músicas melancólicas a temas épicos de batalha. Quem jogou certamente se lembra de faixas inesquecíveis como o tema de Aerith, a One-Winged Angel de Sephiroth ou o tema de abertura em Midgar. Mesmo com as limitações do hardware do PS1, a sonoridade de FFVII criou uma atmosfera única e permanece até hoje como uma das trilhas mais celebradas da história dos games.

Jogabilidade

No quesito jogabilidade, Final Fantasy VII trouxe o sistema ATB (Active Time Battle) já conhecido, mas com adições que ampliaram a profundidade estratégica, como o sistema de Materias, que permitia customizar magias, habilidades e invocações. A exploração por um vasto mapa-múndi, minigames variados (como o Gold Saucer) e momentos de ação diversificados mostravam a riqueza do design. Além disso, a narrativa cinematográfica e os personagens carismáticos elevaram a experiência a um novo patamar, envolvendo o jogador em uma trama de conspirações, amizades e sacrifícios.

Veredito

Final Fantasy VII não foi apenas mais um RPG de sucesso: foi um divisor de águas para a franquia e para toda a indústria. Seus gráficos em 3D, a trilha sonora memorável e a jogabilidade envolvente o transformaram em um clássico atemporal. Até hoje, continua sendo revisitado em remakes, spin-offs e coleções, provando que sua importância transcende gerações.

Um jogo que marcou época e que permanece como um dos maiores RPGs já lançados.

Luigi’s Mansion (GameCube)

Quando o Nintendo GameCube foi lançado em 2001, muitos esperavam um novo Super Mario para acompanhar o console. Porém, a Nintendo surpreendeu ao entregar Luigi’s Mansion como título de estreia. O jogo não apenas colocou Luigi como protagonista, mas também trouxe uma proposta diferente, misturando aventura, exploração e um toque de comédia no universo do terror cartunesco.

Gráficos

Para um jogo de lançamento, Luigi’s Mansion impressionou bastante. O design da mansão é cheio de detalhes, desde móveis antigos até cortinas balançando com o vento, passando por efeitos de partículas que simulam poeira e luz. O uso da iluminação foi um dos grandes destaques: a lanterna de Luigi cria sombras realistas e dá um ar sombrio, mas sem perder o tom divertido.
As animações também são um show à parte — Luigi treme, canta nervosamente para se acalmar e reage de forma caricata a cada assombração, o que dá personalidade e humor ao jogo.

Som

O áudio é fundamental para criar a atmosfera de suspense cômico. A trilha sonora é minimalista, repetindo uma melodia assombrosa que Luigi chega a assobiar quando anda pela mansão — um detalhe que reforça sua personalidade medrosa.
Os efeitos sonoros são marcantes: portas rangendo, trovões no fundo, gemidos dos fantasmas e até o barulho do aspirador de pó Poltergust 3000 sugando os inimigos. O trabalho de voz, ainda que limitado, é memorável, especialmente com os murmúrios e resmungos engraçados de Luigi.

Jogabilidade

A jogabilidade mistura exploração, puzzle e combate de forma criativa. Armado com o Poltergust 3000, Luigi deve investigar a mansão, resolver pequenos quebra-cabeças e capturar fantasmas. O processo de enfraquecer os fantasmas com a lanterna e depois sugá-los adiciona uma camada estratégica, já que exige coordenação entre analógicos e tempo de reação.
Apesar de relativamente curto, o jogo mantém um ritmo envolvente, recompensando a exploração com chaves, segredos e fantasmas únicos que exigem estratégias diferentes.

Veredito 

Luigi’s Mansion pode não ter sido o “Mario tradicional” que muitos esperavam, mas acabou se tornando um clássico por conta de sua atmosfera charmosa, inovação na jogabilidade e carisma do Luigi. Ele mostrou que a Nintendo podia ousar com novas ideias, transformando o “irmão medroso” em protagonista de uma aventura memorável.

Uma estreia digna do GameCube, que até hoje é lembrada com carinho pelos fãs.

Capcom vs. SNK – Dreamcast: Uma Batalha de Gigantes em Casa

Quando Capcom vs. SNK: Millennium Fight 2000 chegou ao Dreamcast, fãs de luta de todo o mundo puderam finalmente experimentar a fusão entre dois universos de peso: os lutadores clássicos da Capcom e os heróis da SNK. Mas o que fez dessa versão algo especial não foi apenas o crossover, mas também a excelente conversão do arcade para o console doméstico.

Conversão Arcade para Console: A Magia do Dreamcast

O Dreamcast, com sua arquitetura inspirada no hardware Naomi, tornou a transição quase perfeita. O jogo original de arcade rodava na placa Naomi, que compartilhava várias características técnicas com o console da Sega: processador semelhante, memória compatível e capacidades gráficas próximas. O resultado? Uma conversão quase idêntica ao arcade, sem perda de frames, texturas ou efeitos especiais. Para os jogadores, isso significava desfrutar da experiência arcade no conforto da sala de casa, com tempos de carga mínimos e controles responsivos.

Gráficos: Fiel ao Estilo Anime

Visualmente, o jogo impressiona até hoje. Os sprites, desenhados à mão, mantêm o estilo anime característico da Capcom e SNK, com cores vivas e animações fluidas. O Dreamcast conseguiu reproduzir todas as transições e efeitos especiais do arcade, incluindo golpes especiais e super moves, sem comprometer a taxa de quadros. O resultado é um espetáculo visual que honra cada detalhe dos personagens.

Som: Adrenalina em Cada Impacto

A trilha sonora mistura músicas eletrizantes de ambos os universos, mantendo o ritmo frenético das batalhas. Os efeitos sonoros são crisp e nítidos, do impacto dos socos ao rugido dos personagens especiais. Cada vitória, cada combo, é acompanhado de sons que intensificam a sensação de estar em um verdadeiro campeonato mundial de luta.

Jogabilidade: Simples de Aprender, Difícil de Dominar

O sistema de combate continua fiel ao arcade: combos fáceis de executar, mas com profundidade suficiente para satisfazer jogadores competitivos. A mecânica de Groove System, inspirada em Street Fighter e King of Fighters, permite escolher estilos de luta diferentes, adicionando estratégia e variedade a cada partida. A resposta dos controles do Dreamcast é excepcional, proporcionando uma experiência rápida e precisa, essencial para jogos de luta.

Veredito 

O Capcom vs. SNK de Dreamcast não é apenas uma adaptação; é uma celebração do crossover entre duas gigantes da luta. Graças à semelhança com o hardware Naomi, o jogo chega quase intacto do arcade, com gráficos vibrantes, som envolvente e jogabilidade sólida. Para fãs de luta, é uma experiência obrigatória e um exemplo de como uma conversão bem-feita pode manter toda a magia do original.

Raiden Trad (Atari Jaguar)

 


Quando pensamos no Atari Jaguar, inevitavelmente lembramos de uma biblioteca limitada e irregular, onde poucos títulos realmente conseguiam justificar o potencial do hardware. Dentro desse cenário, Raiden Trad se destaca como uma das experiências mais sólidas e competentes do console, trazendo o clássico estilo de tiro vertical para um sistema que carecia de bons representantes do gênero.

Gráficos

Visualmente, o jogo se apresenta com cenários detalhados e inimigos bem definidos, mantendo a identidade dos arcades da época. Apesar de não explorar o poder máximo prometido pelo Jaguar, a transição foi fiel, com sprites coloridos e animações suaves. Os efeitos de explosão são convincentes e transmitem a intensidade dos combates, ainda que não cheguem ao nível de impacto visual de outros consoles contemporâneos como o PlayStation ou o Saturn.

Som

A trilha sonora segue o padrão vibrante e acelerado da franquia, com músicas que acompanham bem o ritmo frenético do jogo. O destaque, porém, vai para os efeitos sonoros: tiros, explosões e alarmes têm bastante peso, ajudando na imersão. O áudio não impressiona tecnicamente, mas cumpre sua função com eficiência, sem o abafamento ou cortes comuns em ports de menor qualidade.

Jogabilidade

O ponto mais forte de Raiden Trad no Jaguar é a jogabilidade. O controle é preciso, a resposta aos comandos é imediata e o sistema de armas, com a clássica troca entre tiros espalhados e lasers concentrados, mantém o fator estratégico característico da série. O nível de dificuldade também foi bem preservado: desafiador sem ser injusto, exigindo reflexos rápidos e memorização de padrões de inimigos.

Recepção na Época

Na época de seu lançamento, Raiden Trad foi bem recebido pelos poucos jogadores que tinham acesso ao Jaguar. Críticos apontaram que, embora não fosse um título revolucionário, era uma das experiências mais polidas e divertidas do console. Em meio a jogos problemáticos e promessas não cumpridas do Jaguar, Raiden se destacou por oferecer exatamente aquilo que prometia: um shmup clássico, fiel e divertido.

Legado no Jaguar

Dentro da limitada biblioteca do Atari Jaguar, Raiden Trad é lembrado como um dos melhores títulos do sistema. Ele não redefiniu o gênero, mas trouxe consistência e qualidade a um console que sofria com lançamentos medianos. Para colecionadores e fãs de jogos retrô, ele é quase obrigatório, não só pela jogabilidade sólida, mas também como um dos raros exemplos de quando o Jaguar conseguiu entregar uma experiência realmente competente.

Veredito 

Raiden Trad pode não ser o mais impressionante graficamente, mas é um jogo que carrega a bandeira de "bom uso do Jaguar". Um clássico do shmup que, dentro da biblioteca limitada do console, se tornou um verdadeiro destaque.

DmC: Devil May Cry (PS3)

Lançado em 2013 pela Ninja Theory e publicado pela Capcom, DmC: Devil May Cry marcou um ponto de ruptura na franquia. Com a proposta de ser um reboot, o jogo buscava modernizar Dante e a série, trazendo uma nova visão estética e narrativa, além de ajustes no sistema de combate. A decisão dividiu a comunidade de fãs, mas também trouxe olhares curiosos para a franquia.

Reboot da franquia e recepção

A Capcom decidiu entregar a produção à Ninja Theory, que já tinha experiência em jogos de ação cinematográficos (Heavenly Sword, Enslaved). O estúdio optou por um Dante repaginado: mais jovem, rebelde e com um visual urbano, distante do “rockstar estiloso” clássico.

  • Recepção da crítica: de forma geral, a imprensa especializada recebeu o jogo positivamente, elogiando a fluidez da jogabilidade, o design criativo dos cenários e a nova narrativa.

  • Recepção dos fãs: o público, em especial fãs veteranos, ficou dividido. Muitos rejeitaram o novo Dante, sentindo que a essência do personagem e da franquia havia sido descaracterizada.

  • Apesar das críticas, o jogo conquistou boa base de admiradores e ao longo do tempo passou a ser reconhecido como uma abordagem alternativa interessante, mesmo que não tenha substituído a linha principal da franquia (que voltaria com Devil May Cry 5 em 2019).

Gráficos

  • Estilo visual: a direção de arte foi ousada, com cenários distorcidos e ambientes que se transformam em tempo real, o “Limbo” é um dos grandes destaques, criando cidades que se dobram, ruas que se quebram e mensagens ocultas que se revelam conforme Dante avança.

  • Cenários urbanos: a estética mistura o urbano moderno com o grotesco demoníaco. Fases em boates, fábricas e até um noticiário de TV satírico mostraram criatividade.

  • Personagens: Dante e Vergil receberam visuais mais realistas e sombrios, o que gerou polêmica entre fãs, mas ainda assim apresentam boa modelagem e expressividade.

  • Performance: no PS3, o jogo roda de forma estável, mas não na mesma fluidez de 60fps da série clássica, limitando-se a 30fps. Isso incomodou parte dos fãs, já que a franquia era conhecida pela suavidade do combate.

Resumo (gráficos): direção de arte criativa e cenários dinâmicos impressionam, mesmo que a performance não alcance o padrão técnico que a série tinha estabelecido.

Som

  • Trilha sonora: a música é uma mistura de rock pesado, eletrônico e industrial, combinando perfeitamente com a atmosfera caótica e irreverente do jogo. Bandas como Combichrist e Noisia colaboraram na trilha, trazendo peso e agressividade.

  • Efeitos sonoros: os golpes das espadas, disparos e distorções demoníacas têm impacto satisfatório, reforçando o ritmo rápido do combate.

  • Dublagem e atuação: Dante ganhou um tom sarcástico e rebelde, coerente com a nova proposta. O elenco de voz, no geral, entrega atuações convincentes, embora alguns jogadores tenham achado o novo Dante “forçado” no humor e atitude.

  • Mixagem: intensa, com destaque para momentos de combate onde a música acelera, dando ainda mais adrenalina.

Resumo (som): enérgico e moderno, a trilha e os efeitos ajudam a definir a identidade própria do reboot.

Jogabilidade

  • Combate: o núcleo ainda é o hack and slash rápido e estiloso, mas com algumas diferenças. Dante alterna entre armas angelicais (rápidas e leves) e demoníacas (pesadas e poderosas), criando um sistema de fluxo em que o jogador precisa adaptar combos.

  • Estilo: como na série clássica, há a contagem de estilo (de D a SSS), incentivando variedade nos ataques e criatividade nos combos.

  • Controles: bastante responsivos, com fluidez no encadeamento de combos. O sistema de agarrar inimigos com o “gancho” (tanto angelical quanto demoníaco) foi um diferencial que ampliou as possibilidades de movimentação.

  • Exploração e plataforma: o jogo também incorporou mais seções de plataforma, aproveitando a mecânica de puxar/atrair elementos com as armas especiais. Isso deu variedade, mas não agradou tanto os fãs que preferiam foco quase total em combate.

  • Dificuldade: mais acessível do que os Devil May Cry clássicos, o que dividiu opiniões. Para veteranos, parecia mais “fácil”, mas ainda oferecia modos desafiadores para quem buscasse um teste de habilidade.

  • Chefes: enfrentamentos criativos, como a luta contra o apresentador de TV no estilo de programa noticioso demoníaco, são pontos altos.

Resumo (jogabilidade): combate fluido e variado, com novas ideias que funcionam bem, ainda que simplifique alguns aspectos da fórmula clássica.

Pontos fortes

  • Direção de arte criativa, com cenários vivos e mutantes.

  • Trilha sonora agressiva que dá energia às batalhas.

  • Combate fluido, responsivo e com novas mecânicas interessantes.

  • Narrativa alternativa que traz novos olhares para Dante e Vergil.

Pontos fracos

  • Visual e personalidade do novo Dante desagradaram a muitos fãs.

  • Performance em 30fps no PS3 frustra quem esperava fluidez total.

  • Dificuldade menos punitiva, vista como “diluída” por veteranos.

  • Parte das fases de plataforma pode parecer deslocada.

Veredito 

DmC: Devil May Cry para PS3 foi um reboot ousado, que trouxe frescor à franquia com direção de arte vibrante, combate criativo e trilha marcante. No entanto, mexer na identidade de um ícone como Dante cobrou seu preço, gerando rejeição entre fãs mais tradicionais. Apesar da polêmica, é um hack and slash sólido e divertido, que envelheceu bem como experiência alternativa dentro da série

Para quem busca experimentar algo diferente, sem estar preso ao legado clássico, DmC é uma ótima pedida. Mas para puristas da franquia, ele segue sendo um capítulo polêmico e divisivo.