NiGHTS into Dreams… (Sega Saturn)

Quando pensamos no Sega Saturn, um dos primeiros títulos que vem à mente é NiGHTS into Dreams…. Lançado em 1996 pela Sonic Team, o jogo se destacou por oferecer uma experiência que ia muito além dos padrões da época, fugindo das plataformas tradicionais e mergulhando o jogador em um universo surreal de sonhos, cores vibrantes e liberdade de movimento.

Gráficos

Para a época, NiGHTS into Dreams… impressionava pelo visual colorido e cheio de vida. Cada fase representava um mundo onírico, com cenários que variavam de montanhas nevadas a jardins floridos, sempre com uma estética que remetia ao abstrato e ao surreal. O uso de efeitos de luz e transparências dava um charme especial, reforçando a sensação de estar em um sonho.

Apesar das limitações técnicas do Saturn, a direção de arte compensava qualquer detalhe mais simples. Era um jogo bonito de ver em movimento, com animações fluidas e um design que realmente transmitia a magia da proposta.

Som

A trilha sonora é um dos pontos mais marcantes de NiGHTS into Dreams…. As músicas variam entre melodias suaves e canções mais intensas, sempre acompanhando o clima de cada fase. O jogo transmite emoções diferentes através de sua sonoridade, seja com temas alegres e vibrantes ou momentos mais tensos e misteriosos.

Os efeitos sonoros complementam bem a atmosfera, com sons de vento, impactos e interações que ajudam na imersão. Tudo contribui para reforçar a ideia de que estamos explorando um mundo de sonhos.

Jogabilidade

Aqui está a grande inovação do jogo. Ao invés de simplesmente correr e pular como em muitos títulos da época, em NiGHTS into Dreams… o jogador experimenta a sensação de voar. A movimentação é fluida, permitindo realizar curvas, loopings e acrobacias em plena liberdade. Isso proporcionava algo totalmente diferente do que estávamos acostumados nos anos 90.

Outro detalhe marcante é o sistema de pontuação e ranking. Não bastava apenas completar os níveis, era preciso buscar a melhor performance, encadeando movimentos e explorando os cenários com precisão. Esse incentivo à rejogabilidade fazia com que o jogador quisesse repetir fases diversas vezes, sempre tentando superar a própria marca.

O suporte ao controle analógico, lançado junto com o jogo, foi um grande diferencial. Ele tornava os 

movimentos ainda mais suaves, reforçando a sensação de estar realmente voando.

Veredito

NiGHTS into Dreams… não é apenas um dos grandes títulos do Sega Saturn, mas também uma das experiências mais originais dos anos 90. Sua proposta de explorar os sonhos com liberdade, aliado a gráficos coloridos, trilha sonora marcante e jogabilidade inovadora, o transformaram em um clássico atemporal.

Mesmo hoje, continua sendo um jogo único, difícil de se comparar a qualquer outro. É uma verdadeira obra de arte da Sonic Team, que marcou a história dos videogames e permanece como um dos símbolos do Saturn. 

Gran Turismo 3 A-Spec (PlayStation 2)

Lançado em 2001 para o PlayStation 2, Gran Turismo 3 A-Spec marcou um salto gigantesco não apenas para a franquia, mas também para o gênero de simulação automobilística nos consoles. Desenvolvido pela Polyphony Digital, o jogo foi um dos títulos que mostraram o poder do hardware do PS2 logo em seus primeiros anos, elevando o padrão gráfico e sonoro dos games de corrida da época.

Gráficos

Se no PS1 os jogos da série já eram referência em realismo, no Gran Turismo 3 A-Spec essa característica alcançou outro patamar. Graças à potência do PS2, os modelos dos carros apresentavam curvas suaves, reflexos realistas e um detalhamento inédito até então. O jogo trouxe mais de 150 veículos licenciados de marcas famosas como Ferrari, Honda, Toyota e Nissan, todos recriados com fidelidade impressionante para a época.

As pistas também receberam um cuidado especial, com cenários muito mais vivos e texturas que transmitiam melhor a sensação de velocidade. O clima de “simulação” foi reforçado pela qualidade visual, tornando o jogo um verdadeiro espetáculo gráfico no início da era 128 bits.

Som

O design sonoro também acompanhou a evolução. Cada carro contava com sons de motor distintos, reproduzidos com uma fidelidade que impressionava os fãs de automobilismo. A trilha sonora licenciada, que misturava rock, eletrônico e músicas marcantes, dava um clima empolgante às corridas. Além disso, o som dos pneus cantando no asfalto, freadas bruscas e colisões transmitiam ainda mais a sensação de realismo que a série sempre buscou.

Jogabilidade

A jogabilidade manteve o DNA da série: um foco absoluto em simulação. Ao contrário de outros jogos de corrida mais arcade, Gran Turismo 3 exigia atenção aos detalhes, como curvas, aceleração e ajustes de carro. Isso proporcionava uma experiência mais técnica e recompensadora, especialmente para quem buscava uma simulação próxima do real.

Outro ponto de destaque foi a inclusão de carros de competição, como protótipos de Le Mans e veículos de corrida profissionais, que adicionavam variedade e desafiavam ainda mais o jogador. A progressão também era bem estruturada: iniciar com carros simples, conquistar licenças e, aos poucos, avançar para máquinas mais potentes se tornou parte da diversão e do vício do jogo.

Veredito

Gran Turismo 3 A-Spec não foi apenas um jogo de corrida, mas sim uma vitrine tecnológica do PlayStation 2. Seus gráficos refinados, som realista e jogabilidade focada na simulação consolidaram a franquia como referência absoluta no gênero. O título marcou uma geração de jogadores e até hoje é lembrado como um dos melhores simuladores de corrida já lançados em consoles.

Resident Evil Director’s Cut – PlayStation

 


Quando a Capcom lançou Resident Evil em 1996 para o PlayStation, o título redefiniu o gênero do survival horror, trazendo tensão, atmosfera pesada e um enredo digno de filme de terror B. No entanto, pouco mais de um ano depois, em 1997, foi lançado o Resident Evil Director’s Cut, uma versão especial que buscava dar um novo fôlego ao jogo, incluindo novidades e melhorias em relação ao original.

Melhorias em relação ao original

O Director’s Cut trouxe três modos distintos de jogo: Original, Arranged e Beginner.

  • O Original mantém a experiência idêntica à de 1996, preservando o desafio clássico.

  • O Arranged Mode muda completamente a posição de itens, inimigos e até mesmo das armas, criando um fator surpresa até para quem já dominava o jogo. Além disso, alguns personagens receberam roupas alternativas.

  • Já o Beginner Mode foi pensado para jogadores que desejavam experimentar a história sem tanta frustração, reduzindo a dificuldade.

Essa variedade foi um grande atrativo, dando longevidade ao título e ampliando o público que poderia aproveitá-lo.


Gráficos

Visualmente, o Director’s Cut não trouxe grandes avanços gráficos em relação ao jogo original, já que se tratava essencialmente da mesma base. Ainda assim, a atmosfera continua impressionando: os cenários pré-renderizados transmitem uma sensação de isolamento e tensão constante, e os modelos dos personagens, embora limitados pelo hardware do PlayStation, cumprem bem seu papel.

Vale lembrar que, na época, o jogo já se destacava pela cinematografia e pelos ângulos de câmera fixos, que ajudavam a intensificar o suspense. Mesmo sem alterações técnicas significativas, a direção artística mantém o charme sombrio que marcou o primeiro título.

Som

No quesito sonoro, o jogo manteve os efeitos assustadores que já eram marca registrada: o som de passos ecoando nos corredores, portas rangendo e gemidos distantes de zumbis continuam eficazes em criar tensão. Porém, existe uma curiosidade: a trilha sonora da versão Dual Shock (também considerada uma edição do Director’s Cut) foi alvo de críticas, já que a música regravada por Mamoru Samuragochi foi considerada de qualidade inferior e menos atmosférica. Ainda assim, a versão original preserva o peso e a ambientação que ajudaram a consolidar o clima de terror.

Jogabilidade

A jogabilidade manteve o estilo “tanque”, característico da série inicial, que exige prática e paciência do jogador. Isso significa que movimentar-se exige precisão, mas ao mesmo tempo reforça a tensão, já que cada confronto parece mais arriscado.

A adição do modo Arranged muda bastante a experiência: não dá para confiar na memória para atravessar a mansão, e o jogo constantemente surpreende. Isso dá uma sobrevida significativa a quem já havia explorado cada canto do original.

Veredito

Resident Evil Director’s Cut é mais do que uma simples reedição: é uma forma de reviver um dos maiores clássicos do PlayStation sob diferentes perspectivas. Apesar de não trazer evoluções gráficas ou sonoras significativas, os novos modos de jogo acrescentam variedade e aumentam o fator replay.

Para quem jogou o original, ele oferece uma experiência renovada; para quem nunca tinha encarado o terror da Mansão Spencer, essa versão foi, durante anos, a melhor porta de entrada para o universo de Resident Evil.

Um clássico obrigatório para os fãs do survival horror e uma peça fundamental da história dos videogames.

Kenseiden (Master System)

Lançado em 1988 para o Master System, Kenseiden é um dos títulos que marcaram a biblioteca do console, trazendo uma proposta única dentro do gênero ação/aventura. Inspirado fortemente na cultura japonesa feudal, o jogo coloca o jogador na pele de Hayato, um samurai que deve enfrentar criaturas sombrias e guerreiros demoníacos para recuperar pergaminhos roubados e restaurar a paz.

Gráficos

Para a época, os gráficos de Kenseiden se destacavam bastante. O jogo apresenta cenários variados que representam bem a ambientação do Japão feudal: florestas, templos, montanhas e até campos de batalha devastados. As cores são bem utilizadas, com tons mais sombrios que dão um clima sério e diferente do que era comum em muitos jogos do Master System, geralmente mais coloridos e vibrantes.
Os inimigos também têm design marcante, indo de guerreiros mascarados a monstros grotescos, todos transmitindo a sensação de estar em um mundo repleto de ameaças sobrenaturais.

Som

A trilha sonora de Kenseiden acompanha bem a jornada. Embora limitada pelo hardware do Master System, as músicas carregam uma sonoridade oriental que reforça a temática japonesa do jogo. Os efeitos sonoros são simples, mas cumprem o papel, principalmente o som da espada ao atingir inimigos, que transmite uma sensação satisfatória de impacto.

Jogabilidade

Kenseiden se apresenta como um jogo de ação e plataforma com elementos de exploração. O jogador percorre um mapa do Japão, podendo escolher rotas diferentes, o que adiciona certo fator estratégico e de rejogabilidade.
A jogabilidade exige precisão: os saltos e os golpes da espada precisam ser bem calculados, já que o jogo é conhecido por sua alta dificuldade. O protagonista pode aprender novas técnicas ao longo da jornada, o que ajuda a enfrentar inimigos cada vez mais fortes. Essa progressão dá um bom senso de evolução ao personagem, mas também exige paciência do jogador.

Veredito

Kenseiden é um dos títulos mais marcantes do Master System por trazer uma experiência única, sombria e desafiadora. Seus gráficos criam uma atmosfera diferenciada, o som reforça o clima oriental e a jogabilidade, embora punitiva, recompensa quem insiste e domina suas mecânicas.
Para os fãs de jogos clássicos de ação, Kenseiden é um verdadeiro tesouro do Master System, que até hoje mantém seu charme e sua aura de desafio.

Alone in the Dark (3DO)



Quando pensamos em jogos que ajudaram a moldar o gênero Survival Horror, um dos primeiros nomes que vem à mente é Alone in the Dark. Lançado originalmente para PC no início dos anos 90 e mais tarde adaptado para o 3DO, o título da Infogrames se consolidou como uma experiência única para a época, trazendo elementos que mais tarde inspirariam franquias consagradas como Resident Evil e Silent Hill.

Um dos Precursores do Survival Horror

A versão para 3DO manteve a essência inovadora do jogo original, oferecendo uma atmosfera de terror psicológico, exploração e quebra-cabeças em um casarão sombrio repleto de mistérios. A sensação de isolamento e vulnerabilidade do protagonista foi um dos pontos altos, ajudando a consolidar o gênero.

Gráficos

Para a época, Alone in the Dark impressionava por seus personagens em 3D poligonais inseridos em cenários pré-renderizados em 2D. No 3DO, essa estética foi preservada com um certo refinamento, mantendo a atmosfera pesada e ao mesmo tempo destacando o contraste entre os modelos tridimensionais e os ambientes estáticos. Embora rudimentar para os padrões atuais, essa escolha visual foi extremamente marcante e ajudou a reforçar a tensão do jogo.

Som

O áudio é um dos grandes responsáveis pelo clima de suspense constante. A trilha sonora, com tons sombrios e sutis, combinava perfeitamente com os efeitos sonoros, como portas rangendo, passos ecoando e ruídos misteriosos dentro da mansão. A versão do 3DO manteve esse cuidado, potencializando a imersão e deixando o jogador sempre em alerta.

Jogabilidade

A jogabilidade segue o estilo “tank control”, comum nos jogos da época: movimentação lenta e travada, mas que contribui para a sensação de dificuldade e tensão. O jogo mescla exploração, resolução de puzzles e momentos de combate, exigindo do jogador raciocínio e estratégia para sobreviver. Cada encontro com criaturas é tenso, já que a munição e os recursos são escassos.

Veredito

Alone in the Dark no 3DO é mais do que uma simples adaptação, e é um marco na história dos videogames. Um título que ajudou a pavimentar o caminho para todo um gênero, apostando em clima, narrativa e inovação tecnológica. Mesmo com suas limitações, continua sendo uma experiência fascinante para quem aprecia a história dos videogames e o surgimento do Survival Horror.

Alien vs Predator – Atari Jaguar



Quando falamos sobre o Atari Jaguar, um dos títulos que imediatamente vem à mente é Alien vs Predator. Lançado em 1994, o jogo rapidamente se consolidou como um dos principais destaques da biblioteca limitada do console, sendo frequentemente citado como o grande cartão de visitas do Jaguar. Em uma época em que os consoles de 16-bits ainda dominavam, esse título mostrou do que o hardware da Atari era capaz, oferecendo uma experiência única para os fãs da franquia.

Gráficos

Para o início dos anos 90, Alien vs Predator impressionava bastante. O Jaguar trouxe cenários em primeira pessoa com gráficos mais realistas, corredores bem detalhados e personagens que, embora pixelados pelos padrões atuais, transmitiam muito bem a atmosfera sombria e claustrofóbica do universo Alien. A sensação de estar dentro de uma nave infestada de criaturas era intensa, lembrando bastante o clima dos filmes. Sem dúvidas, foi um salto visual considerável em relação ao que outros consoles conseguiam entregar naquele período.

Som

O áudio também é um dos grandes trunfos do jogo. Os efeitos sonoros – desde os rugidos assustadores dos Aliens até os ecos dos corredores vazios – criavam uma tensão constante. A música é sutil e muitas vezes dá lugar ao silêncio, o que intensifica a imersão. Essa escolha de design sonoro foi muito eficaz, pois deixava o jogador sempre em alerta, aumentando a sensação de suspense e perigo iminente.

Jogabilidade

A jogabilidade se destacava por oferecer três campanhas distintas: você podia jogar como Marine, Predador ou Alien, cada um com sua própria perspectiva, habilidades e estilo de jogo.

  • Como Marine, a experiência era de sobrevivência, com munição limitada e a necessidade de cautela.

  • Jogando como Predador, o foco estava em caçar usando tecnologia avançada e diferentes modos de visão.

  • Já como Alien, a proposta era de pura agressividade, explorando a mobilidade e a brutalidade da criatura.



Essa variedade de estilos de jogo dava ao título uma longevidade maior do que a média dos games da época, além de torná-lo bastante inovador.

Veredito

Alien vs Predator é, sem dúvidas, um dos jogos mais emblemáticos do Atari Jaguar. Ele conseguiu unir gráficos avançados para a época, um design sonoro imersivo e uma jogabilidade diversificada, que permitia ao jogador vivenciar o universo da franquia sob diferentes pontos de vista. Em meio à escassa biblioteca do Jaguar, este título brilhou como um dos poucos verdadeiros clássicos do console, sendo lembrado até hoje como uma experiência obrigatória para quem gosta de explorar os capítulos menos conhecidos da história dos videogames.

Se existe um jogo que justifica a fama cult do Atari Jaguar, Alien vs Predator certamente é ele.

Mortal Kombat II (Mega 32X)

Quando pensamos em Mortal Kombat II, é impossível não lembrar da febre que o jogo causou nos anos 90. Depois do sucesso estrondoso do primeiro título, a sequência trouxe um salto em praticamente todos os aspectos: gráficos mais detalhados, maior variedade de personagens, golpes especiais icônicos e uma violência ainda mais marcante, consolidando a franquia como uma das mais importantes da história dos games de luta. No entanto, quando falamos das versões caseiras, nem todas foram capazes de reproduzir fielmente a experiência do arcade. É aí que entra o Mortal Kombat II para o Mega 32X, considerado por muitos como uma das melhores versões domésticas lançadas na época.

Gráficos

O 32X trouxe um poder extra ao já respeitável Mega Drive, e Mortal Kombat II soube aproveitar isso. Comparado à versão do Mega Drive puro, aqui temos personagens maiores, com mais detalhes e cores vivas, além de cenários que se aproximam bastante da qualidade vista nos fliperamas. Os fundos animados, como o lendário The Dead Pool ou Kombat Tomb, mantêm boa fidelidade visual, e os sprites apresentam menos serrilhados, resultando em uma experiência muito mais próxima do arcade.

Som

Um dos pontos mais criticados da versão de Mega Drive foi a trilha sonora e os efeitos sonoros abafados (e ausentes), algo que não fazia jus ao impacto brutal do jogo. No 32X, esse problema foi resolvido com áudio nitidamente melhorado, trazendo músicas mais próximas das originais, efeitos sonoros mais claros e vozes dos lutadores muito mais audíveis, apresentando inclusive, os efeitos sonosros ausentes na verão do Mega Drive. Esse upgrade sonoro foi um grande diferencial, tornando a experiência bem mais imersiva.

Jogabilidade

A jogabilidade manteve a mesma fluidez que já havia conquistado fãs nos arcades. Os comandos respondem bem, os golpes especiais saem com facilidade e os famosos Fatalities estão todos presentes. Além disso, a velocidade é mais equilibrada do que na versão de Mega Drive, tornando os combates mais dinâmicos e divertidos. Essa fidelidade ao original foi um dos fatores que consolidaram o 32X como a melhor opção para quem queria jogar Mortal Kombat II em casa sem perder tanto da essência dos fliperamas.

Veredito

O Mortal Kombat II de Mega 32X é um verdadeiro destaque dentro das adaptações caseiras do clássico. Com gráficos superiores, som finalmente digno do jogo e uma jogabilidade fluida, essa versão se tornou uma das mais recomendadas entre os consoles de mesa da época. Para quem viveu os anos 90 e queria trazer a brutalidade e intensidade dos arcades para dentro de casa, essa edição era quase obrigatória.

Entre as versões domésticas, o 32X certamente se coloca como uma das melhores já lançadas, mostrando o potencial que o add-on da Sega tinha, mas infelizmente não pôde explorar em sua totalidade.

Rock n’ Roll Racing (Mega Drive)

Lançado em 1993 pela Blizzard Entertainment (na época conhecida como Silicon & Synapse), Rock n’ Roll Racing é um dos títulos mais lembrados do Mega Drive e do Super Nintendo. O jogo mistura corrida futurista com combates explosivos, tudo embalado por uma trilha sonora marcante. No Mega Drive, ele manteve sua essência, mas trouxe algumas particularidades que vale a pena comentar.

Gráficos

No Mega Drive, os gráficos de Rock n’ Roll Racing são competentes, mas sofrem quando comparados à versão de Super Nintendo. O estilo isométrico dos circuitos é preservado, com pistas detalhadas, saltos, rampas e obstáculos que dão dinamismo às corridas. Porém, a paleta de cores da versão Mega Drive é mais limitada, resultando em visuais menos vibrantes. Ainda assim, os carros são bem animados e os efeitos das explosões, disparos e destruições transmitem a sensação de caos que o jogo propõe.

Som

O grande destaque da franquia é sua trilha sonora baseada em clássicos do rock, com versões digitais de músicas como Born to be Wild e Paranoid. No entanto, no Mega Drive, a limitação do chip de som fez com que essas músicas perdessem parte do impacto. Embora reconhecíveis, soam mais “raspadas” e menos nítidas do que no SNES. Já os efeitos sonoros, como tiros, derrapagens e explosões, cumprem bem o papel, transmitindo a ação frenética das corridas.

Jogabilidade

A jogabilidade é o ponto forte do título. O controle dos veículos responde bem, mesmo com a visão isométrica que pode confundir iniciantes. O sistema de progressão, que permite comprar armas, melhorias de motor e blindagem com o dinheiro ganho nas corridas, garante longevidade e estratégia ao jogo. As disputas são intensas e exigem tanto habilidade na pilotagem quanto inteligência para usar os recursos no momento certo. O multiplayer, jogado lado a lado, é uma das maiores diversões que o jogo oferece.

Veredito

Rock n’ Roll Racing no Mega Drive é um jogo que, mesmo com algumas limitações gráficas e sonoras em relação à versão de SNES, continua sendo uma experiência empolgante. Sua mistura de corrida, ação e rock clássico o transformou em um dos títulos mais carismáticos da era 16-bit. É diversão garantida, especialmente quando jogado no modo multiplayer.

Para os fãs de corridas com adrenalina e explosões, este é um clássico que merece sempre uma revisita.

Ghost Rider (PS2)

Lançado em 2007 para PlayStation 2, Ghost Rider chegou aos consoles surfando na onda do filme estrelado por Nicolas Cage. Desenvolvido pela Climax Studios e publicado pela 2K Games, o título tenta capturar a essência sombria do personagem da Marvel, trazendo uma mistura de ação hack and slash e fases de moto que buscam dar variedade ao gameplay. Mas será que o jogo consegue se destacar na biblioteca do PS2?

Gráficos

Para a época, os gráficos de Ghost Rider são competentes, mas não impressionantes. O visual sombrio combina bem com o personagem, com cenários que remetem ao submundo infernal e áreas urbanas devastadas. O destaque, sem dúvida, fica para o próprio Motoqueiro Fantasma: sua caveira flamejante e corrente em chamas chamam a atenção, trazendo identidade visual forte. Porém, os cenários acabam sendo repetitivos e pouco detalhados, deixando claro que não havia uma superprodução por trás.

Som

A trilha sonora aposta em guitarras pesadas e batidas aceleradas, o que casa muito bem com o clima do jogo e o estilo do personagem. Os efeitos sonoros, como o estalo da corrente e o rugido da moto, ajudam a reforçar a sensação de poder. Por outro lado, a repetição de algumas faixas e efeitos pode cansar em longas sessões. Não chega a comprometer, mas também não é um ponto alto memorável.

Jogabilidade

O grande atrativo do game está no seu sistema de combate, claramente inspirado em God of War e Devil May Cry. O jogador usa a corrente flamejante, chamas do inferno e ataques físicos para enfrentar hordas de inimigos. O combate é fluido e divertido, mas tende à repetição depois de algumas horas.

Outro diferencial são as fases de moto, que lembram jogos de corrida arcade, trazendo ação em alta velocidade com direito a obstáculos, inimigos e acrobacias. Embora quebrem a monotonia, também não apresentam grande profundidade.

No geral, a jogabilidade cumpre bem seu papel: é simples, direta e entrega boas horas de diversão para quem curte ação desenfreada.

Veredito

Ghost Rider para PS2 não chega a ser um título de destaque da geração, mas agrada aos fãs do personagem e de jogos hack and slash. Com gráficos razoáveis, trilha sonora enérgica e uma jogabilidade que mistura combates intensos e fases de moto, o jogo cumpre o básico sem ousar muito.

Para quem é fã da Marvel ou do Motoqueiro Fantasma, é uma experiência divertida e um bom exemplo de adaptação de herói em formato de game no início dos anos 2000.

Metal Slug Anthology (PS2)

Quando falamos de jogos de ação no estilo run-and-gun, poucos nomes são tão marcantes quanto Metal Slug. Lançada originalmente nos arcades, a série se tornou sinônimo de explosões, humor e dificuldade insana. Em 2006, a SNK Playmore reuniu essa trajetória em uma coletânea especial para o PlayStation 2, Metal Slug Anthology. Mas será que a experiência arcade foi bem traduzida para o console da Sony?

Conteúdo da coletânea

A coletânea é generosa: traz todos os seis primeiros jogos da série, além de Metal Slug X (versão revisada do 2). Ou seja, temos aqui:

  • Metal Slug

  • Metal Slug 2

  • Metal Slug X

  • Metal Slug 3

  • Metal Slug 4

  • Metal Slug 5

  • Metal Slug 6

No total, sete aventuras completas, cada uma trazendo novas armas, veículos e inimigos, além de extras como galeria de artes e músicas. É praticamente uma linha do tempo completa da franquia em um único disco.

Gráficos

Os gráficos mantêm o charme inconfundível dos sprites 2D, com animações fluídas, cenários detalhados e muito carisma nos inimigos. Explosões, tanques, naves e até os soldados inimigos têm uma personalidade cartunesca que faz parte da identidade da série.

O ponto negativo fica para a conversão no PS2, que apresenta algumas perdas na nitidez e momentos de lentidão quando a tela fica muito carregada de ação. Ainda assim, nada que comprometa a diversão.

Som

A trilha sonora continua épica, misturando batidas militares com riffs animados que embalam perfeitamente o caos na tela. Os efeitos sonoros, como tiros e explosões, são marcantes e ajudam a manter o ritmo acelerado.

Em alguns jogos, como Metal Slug 6, percebe-se uma leve queda na qualidade sonora em comparação aos anteriores, mas no geral o pacote mantém o padrão arcade.

Jogabilidade

Aqui está o verdadeiro coração de Metal Slug Anthology. O gameplay continua viciante: correr, atirar em tudo que aparece, resgatar prisioneiros e pilotar veículos malucos. A dificuldade segue alta, como manda a tradição, mas a coletânea oferece algumas opções que ajudam, como ajuste de vidas e disparo automático.

O grande destaque é o modo cooperativo: jogar a dois transforma a experiência em uma festa caótica de tiros e risadas, exatamente como nos arcades.


Veredito

Metal Slug Anthology para PS2 é um prato cheio para fãs da série e para quem gosta de ação arcade sem frescura. Apesar de pequenas falhas técnicas, a coletânea entrega uma quantidade generosa de conteúdo, mantém a essência dos originais e garante muitas horas de diversão, seja sozinho ou em dupla.

Se você cresceu jogando Metal Slug no fliperama, essa coletânea é praticamente obrigatória na sua estante.