Lançado em 1999 para o Neo Geo, Garou: Mark of the Wolves é, sem dúvida, uma joia rara da SNK. Considerado por muitos o auge técnico e artístico da série Fatal Fury, o jogo marcou uma nova era na franquia, oferecendo visuais impressionantes, uma jogabilidade refinada e personagens carismáticos. Mais que um simples sucessor, Garou é uma reinvenção ousada que honra seu legado ao mesmo tempo em que abre novos caminhos.
Gráficos – A perfeição em sprites 2D
Mesmo tendo sido lançado no final da vida do Neo Geo, Mark of the Wolves prova o quanto o hardware ainda podia oferecer. Os sprites dos personagens são enormes, detalhados e extremamente fluidos. A animação é impecável, com movimentos suaves e expressivos. Cada golpe, cada esquiva e cada especial transmite impacto visual com maestria.
Os cenários também merecem destaque: são vivos, ricos em detalhes e com uma atmosfera que complementa perfeitamente a ambientação urbana e moderna do jogo. O estilo visual abandona a estética exagerada dos anos 90 e aposta em algo mais sóbrio e maduro, refletindo a nova geração de lutadores.
Jogabilidade – Menos é mais
Em termos de jogabilidade, Garou representa uma ruptura significativa com seus antecessores da série Fatal Fury. O sistema de luta é mais técnico e direto, com ênfase no timing e na precisão. Os planos de luta duplos (foreground/background), característicos dos primeiros Fatal Fury, foram completamente removidos, o que torna os combates mais focados e estratégicos.
Além disso, os Just Defends (defesas perfeitas feitas no timing exato do ataque inimigo) recompensam jogadores habilidosos com recuperação de vida e abertura para contra-ataques, elevando o nível técnico do jogo.
Som – Uma trilha que embala os combates
A trilha sonora de Garou é moderna, vibrante e bem distinta dos jogos anteriores da SNK. Com influências de jazz, rock e eletrônico, cada faixa combina com a personalidade e o cenário dos personagens. Destaque para temas como o de Rock Howard, que mescla emoção e energia, representando bem o espírito do protagonista.
Os efeitos sonoros são potentes, com impacto nos golpes e vozes bem dubladas, dando ainda mais vida ao jogo. Embora o Neo Geo já tivesse mostrado do que era capaz em termos de áudio, Garou consegue extrair o melhor da plataforma.
Enredo – O legado continua
Ambientado anos após os eventos de Fatal Fury, Garou: Mark of the Wolves apresenta uma nova geração de lutadores. Terry Bogard retorna, mas agora mais velho, servindo como mentor de Rock Howard, filho de Geese Howard — o antigo antagonista da série.
Rock é o grande destaque do enredo. Criado por Terry, ele representa a fusão do legado do bem (Terry) e do mal (Geese), em conflito interno sobre qual caminho seguir. Esse dilema traz um peso emocional ao jogo e renova a narrativa da série.
A história gira em torno do torneio "King of Fighters: Maximum Mayhem", onde novos personagens entram em cena, cada um com motivações próprias e estilos únicos.
Novos personagens – A nova geração brilha
Com um elenco quase totalmente inédito, Garou aposta em rostos novos para renovar o universo Fatal Fury. Entre os destaques:
- Rock Howard – Protagonista carismático com golpes que misturam os estilos de Geese e Terry.
- Hotaru Futaba – Lutadora ágil e graciosa, com um estilo de luta fluido.
- Gato – Um dos personagens mais técnicos e agressivos do jogo.
- Tizoc (The Griffon Mask) – Um lutador de wrestling teatral e poderoso, que se tornaria figura frequente em outros jogos da SNK.
- Freeman – Um serial killer misterioso, com visual e estilo de luta únicos.
- Kain R. Heinlein – O carismático vilão final, com ataques poderosos e um plano ambicioso.
Cada personagem tem um design bem trabalhado e um estilo de luta distinto, reforçando o equilíbrio e a diversidade do elenco.
Veredito
Garou: Mark of the Wolves não é apenas um excelente jogo de luta: é um marco na história da SNK e do Neo Geo. Com gráficos deslumbrantes, trilha sonora de qualidade, mecânicas refinadas e personagens cativantes, ele conseguiu revitalizar uma franquia clássica e conquistar uma nova geração de fãs. Mesmo décadas após seu lançamento, continua relevante, sendo presença constante em torneios e aclamado como um dos melhores jogos de luta 2D de todos os tempos.
Se você é fã do gênero e ainda não jogou Garou, está perdendo uma verdadeira obra-prima.
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