Art of Fighting 2 (SNES)

Quando falamos em jogos de luta da SNK, a série Art of Fighting sempre aparece como um dos pilares ao lado de Fatal Fury e The King of Fighters. Porém, ao contrário do Neo Geo, onde o poder de hardware fazia brilhar os gráficos detalhados e as animações robustas, as conversões para consoles de 16 bits precisavam enfrentar muitas limitações. O Super Nintendo recebeu uma versão de Art of Fighting 2, lançada em 1994 exclusivamente no Japão, sob a responsabilidade da Saurus, estúdio que trabalhou em outras adaptações da SNK para consoles caseiros.

Peculiaridades da Conversão

A principal característica dessa versão é o esforço de transportar um jogo pensado para o poderoso Neo Geo para um hardware mais limitado. Muitos sprites foram redesenhados com menos detalhes, a escala dos personagens foi diminuída e alguns cenários sofreram cortes de animação. Além disso, elementos técnicos importantes ficaram de fora, como os close-ups durante golpes especiais e o famoso sistema de zoom dinâmico da tela, marca registrada do original, impossível de ser replicado no Super Nintendo com a mesma fluidez.

Ainda assim, a conversão tentou manter a essência do jogo. Todos os personagens jogáveis estão presentes, e a atmosfera mais séria da série foi preservada, mesmo que o impacto visual e técnico tenha ficado bem aquém do arcade.

Gráficos

No Super Nintendo, Art of Fighting 2 perdeu parte da imponência que ajudava a diferenciá-lo nos fliperamas. Os sprites são menores e menos detalhados, e alguns cenários parecem estáticos em comparação ao Neo Geo. Apesar disso, as cores foram bem trabalhadas e os fundos, ainda que simplificados, mantêm a identidade dos estágios originais.

Para os padrões do console, o jogo está longe de ser dos mais impressionantes, sobretudo quando comparado a títulos como Street Fighter II ou Mortal Kombat II, que exploravam melhor o hardware.

Som

O áudio foi outro ponto bastante afetado. As vozes digitalizadas, que no Neo Geo impressionavam pela clareza, aqui surgem abafadas e com baixa qualidade. Os efeitos de impacto dos golpes soam fracos, diminuindo a sensação de força nos confrontos. As trilhas musicais, por sua vez, preservam as composições marcantes da SNK, mas em versões bem mais simples e limitadas.

Jogabilidade

A jogabilidade manteve a proposta original, com comandos de golpes especiais exigentes e um ritmo mais cadenciado do que outros jogos de luta da época. O sistema de energia especial, que se esgota ao executar golpes fortes ou especiais, também foi mantido, adicionando uma camada de estratégia às batalhas.

Por outro lado, os controles no SNES não são tão responsivos quanto no Neo Geo, e a ausência do zoom dinâmico deixa as lutas menos intensas, tirando um dos diferenciais mais marcantes da série.

Veredito 

Art of Fighting 2 no Super Nintendo é uma conversão curiosa, o que já indica seu caráter de produto voltado para um público específico. Apesar de trazer todo o elenco e preservar a essência do jogo, o título perde muito de seu impacto visual e sonoro na transição para o console de 16 bits.

Para quem, na época, não tinha acesso ao Neo Geo, essa adaptação foi uma forma de experimentar o jogo em casa, mas hoje funciona mais como uma peça histórica do que como um grande destaque do gênero no SNES.

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