Quando a febre de Jurassic Park tomou conta do mundo em 1993, era inevitável que os consoles da época recebessem adaptações do filme que revolucionou os efeitos especiais no cinema. No Super Nintendo, a Ocean trouxe sua versão do jogo, um título que mistura ação em terceira pessoa com exploração em primeira, resultando em uma experiência única, em muitos aspectos, controversa.
Gráficos
Para a época, Jurassic Park no SNES impressionava. A visão aérea usada nas fases externas lembrava bastante jogos como Zelda: A Link to the Past, com cenários coloridos, florestas densas, lagos, áreas industriais e muitos detalhes espalhados pelo mapa da ilha. Os dinossauros, como os velociraptores e triceratops, tinham sprites bem animados, transmitindo uma boa sensação de ameaça.
O grande destaque, porém, vinha quando o jogo mudava para a perspectiva em primeira pessoa ao entrar em prédios. Era uma ousadia no SNES, já que lembrava os primeiros jogos de PC com estilo “Doom-like”, embora de forma mais limitada. Esses trechos eram atmosféricos, mas ao mesmo tempo escuros e repetitivos, o que dificultava a navegação.
Som
A trilha sonora é marcante, com músicas tensas e atmosféricas que ajudam a passar a sensação de estar isolado em uma ilha cheia de criaturas perigosas. O destaque fica para o tema principal, que cria uma ambientação de suspense constante.
Os efeitos sonoros também cumprem bem o papel: o rugido dos dinossauros é intimidador, os tiros têm impacto satisfatório, e até pequenos detalhes, como passos e alarmes, contribuem para a imersão. Embora não tenha a grandiosidade da trilha orquestrada do filme, o áudio do jogo se destaca por sua capacidade de gerar tensão.
Jogabilidade
A jogabilidade é um dos pontos mais divisivos do título. No mundo aberto visto de cima, o jogador controla o Dr. Alan Grant em tempo real, explorando a ilha, enfrentando dinossauros, coletando cartões de acesso e tentando completar os objetivos. Há uma boa variedade de armas, como dardos tranquilizantes, granadas de gás e até lança-mísseis, que tornam a experiência divertida.
Por outro lado, o jogo não conta com sistema de saves ou passwords, o que significa que o jogador precisa zerar tudo de uma vez, um verdadeiro desafio, considerando a extensão da aventura. Além disso, as fases em primeira pessoa, apesar de inovadoras, tinham movimentação lenta e labiríntica, o que acabava cansando rapidamente.
Ainda assim, para quem tinha paciência, o jogo oferecia um misto interessante de ação e exploração, diferente de outros títulos licenciados da época.
Veredito
Jurassic Park de SNES é um jogo ambicioso e peculiar. Seus gráficos ousados, especialmente nos trechos em primeira pessoa, e sua atmosfera sonora tensa criavam uma experiência imersiva. No entanto, a dificuldade elevada, a falta de sistema de salvamento e a repetitividade em algumas áreas afastaram parte dos jogadores.
Mesmo com seus defeitos, continua sendo um título memorável do 16-bits, especialmente para os fãs que viveram a febre dos dinossauros nos anos 90. Um jogo que tentou ser tão grandioso quanto o filme, e que, de certa forma, conseguiu marcar época.
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