Sonic Wings / AeroFighters - (Snes) – 1993


Entre os muitos shooters verticais que marcaram os anos 90, Sonic Wings, conhecido no Ocidente como AeroFighters, se destaca como um dos títulos mais intensos e carismáticos do gênero no Super Nintendo. Lançado originalmente nos arcades pela Video System em 1992, o jogo chegou ao SNES em 1993, trazendo consigo toda a essência frenética do estilo shoot 'em up, ou simplesmente shmup, para os consoles caseiros.

Lançamento e Versões

A versão arcade de Sonic Wings já tinha ganhado destaque por seu visual vibrante e jogabilidade cooperativa, o que motivou seu port para o SNES. Curiosamente, no Japão, o título manteve o nome original "Sonic Wings", enquanto nos Estados Unidos foi renomeado como AeroFighters. Embora o conteúdo dos jogos seja quase idêntico, há pequenas diferenças no idioma, tela de título e embalagem.


Hoje, a versão americana do jogo é considerada uma das mais raras e valiosas do catálogo SNES, especialmente em cartuchos completos com caixa e manual. Isso se deve à tiragem extremamente limitada da versão ocidental, já que a publisher Mc O'River, que cuidou da distribuição nos EUA, não teve uma grande operação, lançando poucas unidades no mercado. Isso transformou o cartucho americano em item de colecionador, com preços que podem ultrapassar os mil dólares.

Gráficos

Para um título de 1993, os gráficos de Sonic Wings são competentes, embora não espetaculares. Os sprites são bem desenhados, com aviões distintos para cada personagem e uma variedade de inimigos que mantém a ação interessante. Os cenários, embora simples, são coloridos e bem animados. O destaque vai para os chefes, que muitas vezes ocupam boa parte da tela e têm designs criativos.

Apesar de algumas quedas de desempenho em momentos com muitos projéteis na tela (o famoso "slowdown" típico do SNES), o jogo consegue manter uma boa fluidez na maior parte do tempo.

Jogabilidade

Aqui está o coração de Sonic Wings. A jogabilidade é ágil, precisa e extremamente viciante. Você pode escolher entre quatro personagens, cada um com seu próprio avião, estilo de disparo e bombas especiais. Cada piloto representa um país, o que adiciona uma camada leve de carisma e identidade ao jogo.


A dificuldade é progressiva, e o jogo exige reflexos rápidos e memorização dos padrões de ataque dos inimigos. É possível jogar em modo cooperativo para dois jogadores, o que torna a experiência ainda mais divertida e caótica.

O fator replay também é elevado, graças às múltiplas rotas e finais diferentes que dependem das escolhas e do desempenho do jogador.

Som e Trilha Sonora

A trilha sonora é energética, com faixas rápidas que combinam perfeitamente com a tensão constante do gameplay. Os efeitos sonoros são típicos da época: explosões satisfatórias, sons de tiros consistentes e vozes digitalizadas que dão um charme arcade ao jogo.

Não se trata de uma trilha marcante como a de jogos da franquia Mega Man ou Castlevania, mas funciona bem dentro da proposta do jogo, contribuindo para a atmosfera acelerada e intensa do shmup.

Veredito 

Sonic Wings / AeroFighters é um clássico do gênero shoot 'em up que merece o reconhecimento entre os fãs de retro games. Com sua jogabilidade precisa, visual arcade e uma boa dose de desafio, o jogo oferece uma experiência sólida e divertida até hoje.

A raridade da versão americana apenas aumenta o misticismo ao redor do título, tornando-o um dos cartuchos mais cobiçados por colecionadores do Super Nintendo.

Se você é fã de jogos de nave, ação frenética e quer experimentar um dos melhores shmups do SNES, Sonic Wings é uma pedida obrigatória, especialmente se você tiver a sorte (ou o bolso) para adquirir um cartucho original de AeroFighters.

Shadowgun (Android)– 2011 - A Revolução Gráfica nos Jogos Mobile

 


Quando Shadowgun foi lançado pela Madfinger Games em 2011 para Android, ele rapidamente chamou a atenção dos gamers mobile por um motivo muito claro: gráficos de console em um dispositivo de bolso. Mas será que o jogo ainda vale seu tempo hoje? Vamos analisar ponto a ponto.

Lançamento: Um Marco na História dos FPS Mobile

Lançado originalmente em setembro de 2011, Shadowgun foi um divisor de águas para os jogos em smartphones. Na época, era raro ver um jogo com tanta qualidade gráfica e polimento nos dispositivos móveis. Inspirado claramente por títulos como Gears of War, o jogo trouxe uma experiência de tiro em terceira pessoa com foco em ação, coberturas e combate futurista, tudo embalado em uma narrativa de ficção científica envolvente.

Gráficos: O Grande Destaque

Sem dúvida, o aspecto mais impressionante de Shadowgun no lançamento, e ainda hoje digno de nota, são seus gráficos. Utilizando a Unity Engine com extrema competência, o jogo entrega modelos detalhados, efeitos de luz dinâmicos, texturas bem trabalhadas e cenários futuristas que não deixavam nada a desejar para consoles da época como o PS2 ou até mesmo o início do PS3.


Mesmo nos padrões atuais, considerando que se trata de um título antigo para mobile, Shadowgun ainda segura bem o visual. É uma prova de como a otimização e o bom design superam apenas resolução bruta.

Jogabilidade: Simples, Mas Eficiente

A jogabilidade de Shadowgun é direta e acessível. O jogador controla John Slade, um caçador de recompensas que enfrenta hordas de inimigos em um mundo dominado por cientistas loucos e mutantes. O sistema de cobertura é o coração do gameplay, incentivando estratégia em vez de tiroteio desenfreado.

Os controles na tela são bem posicionados e responsivos, algo que muitos jogos mobile ainda lutam para acertar. Mesmo assim, em dispositivos menores ou menos potentes, pode haver certa dificuldade com a precisão, algo esperado em qualquer FPS para touch screen.

Som: Trilha e Efeitos Imersivos

A trilha sonora de Shadowgun combina perfeitamente com a ambientação sci-fi do jogo, trazendo batidas eletrônicas e tons futuristas que complementam o clima sombrio da narrativa. Os efeitos sonoros também são muito bem executados, desde os disparos das armas até os grunhidos dos inimigos, tudo contribui para uma experiência mais imersiva.


Além disso, o jogo conta com dublagem em inglês, o que, embora básica, dá um toque a mais de profissionalismo.

Veredito 

Mesmo mais de uma década após seu lançamento, Shadowgun ainda é um título que impressiona. Seja pela qualidade gráfica, jogabilidade bem ajustada ou ambientação envolvente, ele merece um espaço na biblioteca de qualquer fã de jogos de ação mobile.

Se você nunca jogou ou quer revisitar um clássico moderno, Shadowgun é um lembrete poderoso de até onde os jogos Android podem chegar.

Sonic Dash (Android) - 2013


Lançado originalmente em 2013 pela SEGA, Sonic Dash é um endless runner que trouxe o ouriço azul mais famoso do mundo para os dispositivos móveis Android. Com mais de 100 milhões de downloads na Google Play, o jogo ainda mantém seu charme e velocidade após tantos anos.

Lançamento

Sonic Dash foi lançado para Android em março de 2013, pouco tempo depois de sua estreia no iOS. Desenvolvido pela Hardlight, um estúdio da SEGA especializado em títulos mobile, o jogo foi uma tentativa bem-sucedida de adaptar a frenética velocidade do Sonic aos moldes dos populares jogos de corrida infinita da época, como Temple Run e Subway Surfers.


Jogabilidade

A jogabilidade de Sonic Dash é simples e viciante. O jogador controla o Sonic (ou outros personagens desbloqueáveis da franquia) correndo automaticamente por cenários repletos de obstáculos, inimigos e argolas douradas. Com deslizes para os lados, pulos e rolamentos, o objetivo é correr o máximo possível sem bater em nada.

Há também power-ups, chefes (como o Dr. Eggman), e objetivos diários que mantêm o jogo interessante. Além disso, o sistema de progressão permite desbloquear e melhorar personagens, o que adiciona uma boa dose de replay.

Gráficos

Os gráficos de Sonic Dash são coloridos, vibrantes e muito bem otimizados para dispositivos móveis. Os cenários são inspirados em locais icônicos da franquia, como Seaside Hill, e as animações são suaves, mantendo a sensação de velocidade constante. Mesmo em aparelhos mais modestos, o desempenho geralmente é estável.

Som

A trilha sonora de Sonic Dash segue o estilo energético característico da série, com músicas animadas e efeitos sonoros clássicos que remetem aos jogos originais. Os sons das argolas sendo coletadas, dos saltos e dos inimigos sendo derrotados trazem uma boa dose de nostalgia.


Veredito

Sonic Dash é um excelente jogo para quem procura diversão rápida e casual no celular. Com controles simples, ótima apresentação visual e um gameplay viciante, ele agrada tanto aos fãs antigos do Sonic quanto aos jogadores casuais. Apesar de ser um título antigo, ele ainda continua relevante e divertido até hoje.

Imagens: Google Play


Doom Eternal no PlayStation 4 — 2020 - Um Banho de Sangue em Alta Velocidade

 


Lançado em março de 2020 pela id Software e publicado pela Bethesda, Doom Eternal chegou como a aguardada sequência do já aclamado Doom (2016). Disponível para várias plataformas, incluindo o PlayStation 4, o jogo elevou ainda mais os padrões do gênero FPS com sua ação frenética, brutalidade estilizada e uma ambientação infernal memorável.

Lançamento e Expectativa

Desde seu anúncio, Doom Eternal gerou grandes expectativas entre fãs da franquia. O hype foi alimentado por trailers viscerais, promessas de melhorias na jogabilidade e o retorno do icônico Doom Slayer em uma guerra ainda mais épica contra as forças do inferno, agora com a Terra como campo de batalha. O jogo foi adiado uma vez (de novembro de 2019 para março de 2020), o que só aumentou a ansiedade. Felizmente, o resultado valeu a espera.


Jogabilidade - Velocidade e Brutalidade em Perfeita Harmonia

A jogabilidade de Doom Eternal é um verdadeiro espetáculo de fluidez e agressividade. Esqueça se esconder atrás de coberturas: aqui, a palavra de ordem é movimento constante. O jogo recompensa o jogador que ataca de forma estratégica e impiedosa.


Os recursos foram ampliados em relação ao título anterior. Agora, o jogador conta com novas armas, como a Meat Hook (um gancho acoplado à escopeta que permite alcançar rapidamente inimigos), um lança-chamas montado no ombro, granadas e a tão desejada Espada Crucible nos momentos finais.


Os inimigos também são mais desafiadores e diversos, exigindo abordagens distintas para derrotá-los de forma eficiente. O jogo introduz um sistema de "glory kills" ainda mais visceral, além de melhorias nos combates corpo a corpo e nas execuções.

Gráficos - Um Inferno Belíssimo

No PlayStation 4, Doom Eternal surpreende pela qualidade gráfica. Mesmo rodando em hardware da geração passada, o jogo mantém uma taxa de quadros estável e ambientes ricos em detalhes.



Os cenários vão desde cidades devastadas na Terra até fortalezas demoníacas e instalações futuristas no espaço. A direção de arte merece destaque: tudo parece meticulosamente projetado para evocar o caos e a decadência de um mundo tomado por demônios.

As animações são suaves, os efeitos de partículas intensos e o design dos inimigos é grotesco e memorável. Em resumo: é um deleite visual, especialmente considerando os limites técnicos do PS4.

Trilha Sonora e Som - Metal e Massacre

A trilha sonora de Doom Eternal, composta por Mick Gordon, é uma aula de como música e gameplay podem se complementar. O metal pesado pulsante combina perfeitamente com a intensidade da ação, elevando cada tiroteio a níveis quase cinematográficos de adrenalina.

Os efeitos sonoros também são extremamente bem trabalhados, cada disparo, grunhido demoníaco ou impacto tem peso e presença. Jogar com fones de ouvido é uma experiência imersiva e brutal.

Recepção Crítica e do Público

Na época do lançamento, Doom Eternal foi amplamente elogiado por crítica e jogadores. Sites especializados como IGN e GameSpot destacaram sua jogabilidade refinada e o design de níveis complexo e satisfatório. No Metacritic, a versão de PS4 manteve uma média superior a 85, consolidando o jogo como um dos grandes títulos do ano.

Os fãs elogiaram principalmente a curva de aprendizado recompensadora, o ritmo frenético e a criatividade das fases. Alguns criticaram a dificuldade elevada e a complexidade de certas mecânicas para iniciantes, mas para a maioria, isso só aumentava o desafio.

Veredito

Doom Eternal para PS4 é uma obra-prima do gênero FPS. Ele mantém a essência visceral da franquia, enquanto adiciona camadas de profundidade e estratégia. Com visuais impressionantes, trilha sonora inesquecível e jogabilidade afiada, é uma experiência imperdível para quem gosta de ação intensa, desafios à altura e uma boa dose de carnificina infernal.

Gran Turismo 4 – (PS2) - 2004 - O ápice da simulação de corridas na Sexta Geração

 

Lançado em dezembro de 2004 no Japão e em março de 2005 nas Américas, Gran Turismo 4 marcou um dos momentos mais altos da era do PlayStation 2. Desenvolvido pela Polyphony Digital, o título era altamente aguardado após o sucesso de Gran Turismo 3: A-Spec e prometia levar a experiência de simulação de corridas a um novo patamar. A promessa foi cumprida — e talvez até superada.

Lançamento e expectativas

Anunciado com grande expectativa desde 2003, GT4 passou por adiamentos até chegar ao mercado. A ausência de um modo online, inicialmente prometido, foi um dos poucos pontos de decepção na época. Mesmo assim, o volume de conteúdo e o capricho técnico rapidamente ofuscaram qualquer crítica.


Aprimoramentos em relação ao antecessor

Comparado ao já excelente Gran Turismo 3, GT4 traz uma evolução significativa em quase todos os aspectos:

  • Engine gráfica renovada que permitiu melhor detalhamento de carros e pistas.

  • Um modelo de física mais realista, especialmente na simulação de tração e frenagem.

  • Novos modos de jogo, como o Modo B-Spec, onde o jogador atua como chefe de equipe, comandando estratégias em vez de pilotar.

Jogabilidade

A jogabilidade continua com o DNA clássico da série: foco em realismo, física refinada e uma abordagem quase acadêmica da pilotagem. O jogador é incentivado a dominar cada curva, entender as diferenças entre tração dianteira, traseira e integral, e ajustar minuciosamente cada veículo para maximizar o desempenho.


O licenciamento de carteiras permanece como um dos pilares do progresso, incentivando o aprendizado progressivo das técnicas de pilotagem.

Gráficos e resoluções

Mesmo sendo um jogo de PS2, GT4 impressiona com seus gráficos. Os carros são altamente detalhados e os cenários têm um nível de realismo sem precedentes para a geração. Um destaque técnico é a compatibilidade com resoluções acima do padrão, incluindo 480p e até 1080i em televisores compatíveis, algo raríssimo na época.


Essa funcionalidade permitiu imagens mais nítidas e uma experiência visual que chegava a rivalizar com os primeiros títulos do PlayStation 3.

Som

A qualidade sonora de GT4 também é um salto em relação ao anterior. Os sons dos motores foram capturados com mais fidelidade, oferecendo variações reais de acordo com o modelo e tipo de veículo. A trilha sonora traz uma mistura de rock, eletrônico e jazz, com faixas licenciadas e composições originais que combinam perfeitamente com o estilo do jogo.


Conteúdo: pistas, veículos e eventos

Um dos maiores trunfos de GT4 é sua quantidade insana de conteúdo:

  • Mais de 720 carros de fabricantes do mundo todo, de clássicos a superesportivos modernos.

  • Mais de 50 pistas, incluindo circuitos reais como Nürburgring Nordschleife e Laguna Seca, além de fictícios, como Trial Mountain e High Speed Ring.

  • Centenas de eventos, entre corridas únicas, campeonatos e desafios de resistência.

A variedade garante longevidade absurda ao jogo — é possível investir centenas de horas sem repetir a experiência.

Veredito 

Gran Turismo 4 é mais do que um jogo de corrida: é uma celebração do automobilismo. Com física realista, gráficos à frente de seu tempo, trilha sonora marcante e um volume colossal de conteúdo, ele consolidou a franquia como a principal referência em simulação de corridas nos consoles.

Mesmo anos após seu lançamento, GT4 continua sendo um marco técnico e artístico, digno de ser revisitado por fãs e novos jogadores curiosos sobre o passado glorioso do gênero.

Road Fighter (NES) – 1985 - Corrida insana e nostalgia pixelada


Lançado em 1984 nos arcades e posteriormente portado para o NES pela Konami, Road Fighter é um daqueles clássicos que marcaram a infância de muitos jogadores dos anos 80 e 90. Apesar de sua simplicidade, o game oferece uma dose sólida de desafio e diversão, sendo um ótimo exemplo de como a limitação técnica da época não impedia uma experiência envolvente.

Jogabilidade

A jogabilidade de Road Fighter é direta e objetiva: você controla um carro de corrida que deve chegar ao final de cada fase antes que o combustível acabe, desviando de obstáculos e carros adversários. A perspectiva é vertical, com o carro sempre no centro da tela, e o jogador tem controle apenas da direção lateral e da velocidade (acelerar e desacelerar).


O ponto forte da jogabilidade é o ritmo frenético, exigindo reflexos rápidos e atenção constante. Qualquer toque lateral em outro carro ou objeto pode fazer você capotar, o que custa tempo e combustível. Há ainda carros coloridos que se movem imprevisivelmente, dificultando a ultrapassagem e aumentando a tensão.

Gráficos

Os gráficos são simples, mas funcionais. A estrada, os carros e os cenários laterais são feitos com sprites bem básicos, porém coloridos o suficiente para manter a visibilidade clara do que está acontecendo. O design dos veículos é bem característico para o padrão do NES, e cada fase apresenta variações sutis no ambiente, como mudanças de cor ou paisagem, que ajudam a quebrar a monotonia visual.


Som e trilha sonora

O som em Road Fighter é minimalista. A trilha sonora é praticamente inexistente durante as fases, com a ação sendo acompanhada por efeitos sonoros simples: o ronco do motor, o som de colisões e um breve jingle ao final de cada fase. Apesar de básico, o som cumpre seu papel e ajuda a manter o foco na tensão da corrida. Para os nostálgicos, esses efeitos são pura memória auditiva.


Simplicidade e Dificuldade

Um dos aspectos mais marcantes de Road Fighter é seu equilíbrio entre simplicidade e dificuldade. O conceito do jogo é extremamente simples de entender, mas a execução pode ser brutal. O controle do carro é sensível, os adversários são imprevisíveis, e o limite de combustível torna cada erro um custo alto. É um típico "easy to learn, hard to master".


O desafio vem tanto da precisão exigida quanto da necessidade de tomar decisões rápidas, principalmente em alta velocidade. Jogadores iniciantes podem achar frustrante no início, mas para os persistentes, superar cada fase é extremamente recompensador.

Fases

A versão do NES conta com seis fases (ou pistas), cada uma com cenário e dificuldade progressiva. As fases aumentam a velocidade média dos adversários, a quantidade de obstáculos e a imprevisibilidade dos carros "loucos". Apesar de curtas, cada pista exige domínio da mecânica e muito reflexo. O número limitado de fases é compensado pela dificuldade crescente e pela sensação de urgência constante.

Veredito 

Road Fighter é um ótimo exemplo de como um jogo simples pode proporcionar diversão duradoura. Seus gráficos e sons podem parecer ultrapassados hoje, mas sua jogabilidade desafiadora ainda é capaz de prender jogadores por horas. É um jogo rápido, direto e intenso, ideal para quem gosta de títulos com cara de fliperama e que exigem reflexos afiados.

Guerrilla War (NES) – 1988 - A Revolução Explosiva de 8 Bits


Lançado para o Nintendo Entertainment System (NES) em 1988 pela SNK, Guerrilla War é um daqueles clássicos esquecidos que merecem mais atenção. Com uma proposta simples, mas execução intensa, o jogo coloca os jogadores no papel de revolucionários lutando contra um regime opressor numa ilha fictícia inspirada claramente na Cuba revolucionária. No Japão, curiosamente, o jogo foi lançado com os protagonistas assumidamente inspirados em Che Guevara e Fidel Castro, mas nos EUA, os nomes foram removidos por razões políticas.


Jogabilidade: Caos de Tiro em Dupla

Guerrilla War é um run and gun com visão aérea, nos moldes de Ikari Warriors, também da SNK. O jogador avança por fases lineares, atirando em hordas de inimigos e resgatando prisioneiros. Os controles são simples: movimentar com o direcional, atirar com um botão e lançar granadas com o outro. Ainda que o NES não tivesse um joystick rotacional como nos fliperamas, o sistema funciona bem, mantendo a ação fluida e frenética.


O jogo brilha ainda mais no modo cooperativo para dois jogadores, que transforma a experiência em um verdadeiro campo de guerra cooperativo. A quantidade de inimigos na tela é grande, e há sempre algo acontecendo – seja um tanque explodindo, um refém a ser salvo, ou uma emboscada inimiga.

Gráficos: Detalhados para a Época

Visualmente, Guerrilla War é impressionante dentro das limitações do NES. Os cenários são variados – vilarejos, selvas, fortalezas – e os sprites são bem desenhados, com uma boa distinção entre aliados e inimigos. As animações de explosões e veículos destruídos adicionam um toque satisfatório ao caos generalizado. Não há muita sutileza ou beleza artística, mas o jogo compensa com carisma e clareza visual.



Trilha Sonora e Efeitos Sonoros

A trilha sonora é energética e combina com o ritmo acelerado da jogabilidade. As músicas, apesar de repetitivas, são cativantes e ajudam a manter o jogador engajado. Os efeitos sonoros, por outro lado, são básicos, mas funcionais – tiros, explosões e gritos de prisioneiros resgatados cumprem seu papel sem ofuscar a música.

Dificuldade: Um Campo de Guerra Brutal

Guerrilla War é conhecido por sua alta dificuldade, mas de forma justa. Os inimigos são rápidos, aparecem em grandes grupos e atiram com precisão, o que exige reflexos rápidos e boa coordenação – especialmente no modo solo. A curva de dificuldade sobe rapidamente, o que pode frustrar iniciantes, mas também dá um senso de recompensa após cada fase vencida. Felizmente, o jogo oferece continues infinitos, o que ameniza um pouco a frustração.

Diversão: Caótica, Viciante e Melhor Com um Amigo

A verdadeira essência de Guerrilla War está em sua diversão descompromissada. Não há cutscenes longas ou enredo complexo – é pura ação arcade do começo ao fim. O jogo é ideal para sessões rápidas e intensas, com aquele charme retrô dos anos 80. E jogá-lo em dupla transforma cada fase em uma experiência cooperativa caótica e memorável.

Veredito 

Apesar de não ser tão lembrado quanto outros clássicos do NES, Guerrilla War é um título que merece ser revisitado. Com sua jogabilidade acelerada, dificuldade elevada e atmosfera de guerra revolucionária, ele oferece uma experiência arcade pura que continua divertida até hoje. Especialmente se você tiver um segundo jogador ao lado, o jogo brilha como um dos melhores exemplos de ação cooperativa no NES.


Doom (SNES) – 1995 - A Batalha Contra o Inferno no Super Nintendo

 

Lançado originalmente em 1993 para PCs, Doom rapidamente se tornou um marco dos jogos de tiro em primeira pessoa, redefinindo o gênero e influenciando gerações. Mas em 1995, a id Software surpreendeu ao trazer esse ícone sangrento para o Super Nintendo, um console que, à primeira vista, parecia longe de ter o poder necessário para rodar tamanha brutalidade gráfica e sonora. O resultado? Uma versão tecnicamente curiosa, ousada e, acima de tudo, histórica.


Lançamento e o Desafio Técnico

O Doom para SNES foi lançado em setembro de 1995, no fim do ciclo de vida do console. Desenvolvido pela Sculptured Software e publicado pela Williams Entertainment, essa versão chamou atenção por um motivo técnico interessante: para tornar o jogo possível no SNES, foi utilizado o Super FX 2, um chip especial embutido no cartucho. Esse chip já era conhecido por jogos como Star Fox e permitia renderizar gráficos poligonais e efeitos avançados em um hardware que, por si só, não teria força suficiente para processar Doom em tempo real.


Gráficos: Superando Limites com o Super FX 2

Graficamente, Doom no SNES é um milagre técnico. Considerando as limitações do console, conseguir rodar o jogo com mapas relativamente fiéis ao original e com uma taxa de quadros minimamente aceitável foi uma conquista. No entanto, o visual sofreu perdas: os inimigos são representações em sprites planos com pouca animação, e os ambientes perderam detalhes e iluminação dinâmica. A resolução também é bem baixa, o que pode causar confusão visual em ambientes mais movimentados.



Ainda assim, é impressionante ver como o Super FX 2 possibilitou a recriação do universo de Doom, mesmo que simplificado. Ver o icônico Cacodemon ou explorar os corredores escuros do UAC em um SNES era algo impensável até então.

Jogabilidade: Reconhecível, mas Comprometida

A jogabilidade de Doom no SNES tenta seguir a essência do original, mas esbarra nas limitações de controle e processamento. Com apenas alguns botões disponíveis, o mapeamento dos comandos exigiu adaptações. Mirar, andar, atirar e trocar armas é possível, mas longe da fluidez da versão de PC.


Além disso, a taxa de quadros baixa (geralmente abaixo de 15fps) torna o combate menos responsivo, e a movimentação parece mais “trancada”. A inteligência artificial dos inimigos também foi simplificada, resultando em combates menos desafiadores. Ainda assim, o design dos mapas foi surpreendentemente preservado, com os labirintos e chaves coloridas que os fãs já conheciam.

Som: Um Esforço Notável, Mas Limitado

A trilha sonora de Doom é uma das mais icônicas da história dos jogos, com influências diretas de bandas como Metallica e Slayer. No SNES, as músicas foram recriadas usando o chip de som do console, com resultados mistos. Algumas faixas mantêm o clima pesado e metálico, enquanto outras soam abafadas e perdem impacto. Os efeitos sonoros são funcionais, mas repetitivos, e a ausência de vozes ou gritos mais detalhados tira um pouco da atmosfera agressiva do original.

Comparação com o Doom de PC

Naturalmente, comparar Doom do SNES com o original de PC é injusto do ponto de vista técnico, mas essencial para entender a ambição do projeto. A versão de PC oferecia gráficos mais nítidos, jogabilidade fluida, trilha sonora com qualidade superior e controles precisos. Já no SNES, o jogo é mais uma demonstração de força de vontade do que uma alternativa real.

Ainda assim, para os fãs da época que só tinham acesso ao SNES, essa versão de Doom foi uma oportunidade de experimentar um clássico — mesmo que de forma diluída.

Conclusão

Doom para Super Nintendo não é a forma definitiva de jogar esse clássico, mas é uma versão que merece respeito. Ela representa um esforço técnico admirável e ousado, colocando um jogo extremamente exigente em um hardware que parecia totalmente inadequado. Apesar das limitações, é possível reconhecer a alma de Doom ali — e isso, por si só, já é uma vitória.

Se você é fã da série ou entusiasta da história dos videogames, vale a pena conferir essa versão como curiosidade e marco técnico. Doom no SNES é menos sobre perfeição e mais sobre possibilidade.

R-Type DX (GBC) – 1999 - Clássico em dose dupla no portátil da Nintendo


Lançado em 1999 pela Irem e publicado pela Nintendo, R-Type DX para Game Boy Color é mais do que uma simples adaptação portátil de um clássico arcade. Ele representa uma verdadeira carta de amor aos fãs de shoot 'em ups (shmups), trazendo duas versões distintas do jogo original em um único cartucho: R-Type e R-Type II, além de versões atualizadas com gráficos e som aprimorados para o GBC. O resultado é um pacote robusto e desafiador, digno da herança arcade da franquia.


Duas versões, um cartucho

Um dos grandes atrativos de R-Type DX é sua proposta única: ele não traz apenas uma versão do clássico, mas sim cinco modos de jogo no total:

  • R-Type (versão Game Boy original)
  • R-Type II (versão Game Boy original)
  • R-Type DX (versões coloridas de R-Type e R-Type II)
  • DX Mode, que junta os dois jogos em uma experiência contínua com gráficos atualizados.

Essa abordagem oferece uma excelente replayability e também uma forma interessante de comparar a evolução técnica entre o Game Boy monocromático e o Game Boy Color.

Gráficos: uma repaginada com respeito às origens

As versões originais (monocromáticas) mantêm o charme do Game Boy clássico: sprites simples, porém bem definidos, com bom contraste entre inimigos e cenários. Já as versões coloridas para o GBC são um verdadeiro deleite, com cores vibrantes, fundos detalhados e efeitos de explosão que dão uma nova vida ao jogo sem descaracterizá-lo.


Mesmo com as limitações do portátil, o jogo impressiona por conseguir manter uma boa fluidez e um design de fases fiel aos originais de arcade.

Som: impacto retrô

A trilha sonora em R-Type DX é simples, mas eficaz. As músicas são versões chiptune das composições clássicas, mantendo a tensão característica da série. Os efeitos sonoros — disparos, explosões e alertas — são satisfatórios, ainda que limitados pelo hardware do Game Boy. O destaque vai para a forma como o jogo consegue criar uma atmosfera intensa com poucos recursos.

Jogabilidade: desafiador como sempre

Fiel às suas raízes, R-Type DX é um jogo difícil e implacável. A jogabilidade segue o estilo clássico: o jogador controla uma nave que se movimenta lateralmente, enfrentando ondas de inimigos e chefes com padrões de ataque memoráveis.


O sistema de power-ups, especialmente o famoso Force Pod, está presente e é essencial para a sobrevivência. A resposta dos controles é precisa, e o desafio, embora elevado, nunca é injusto — típico dos shmups bem feitos.

Veredito 

R-Type DX é um dos melhores exemplos de como adaptar um clássico dos fliperamas para um portátil sem sacrificar sua essência. Oferece conteúdo variado, excelente custo-benefício para a época, e um desafio à altura dos veteranos dos jogos de nave.

Se você é fã de shooters old-school ou quer descobrir uma parte importante da história dos videogames em uma versão portátil e acessível, R-Type DX é essencial para sua coleção.



Gradius (NES) – 1986 - Um Port a Frente do Seu Tempo


Lançado para o Nintendo Entertainment System (NES) em 1986, Gradius é um dos primeiros grandes representantes do gênero shoot 'em up nos consoles domésticos. Desenvolvido pela Konami, o jogo rapidamente se destacou como uma referência em qualidade técnica e desafio. Mesmo em uma época com limitações gráficas evidentes, Gradius conseguiu brilhar e se consolidar como um dos títulos mais impressionantes da biblioteca do NES.


Jogabilidade – A Arte do Controle e do Power-Up

A jogabilidade de Gradius é, sem dúvida, o seu maior trunfo. O jogador assume o comando da nave Vic Viper, enfrentando hordas de inimigos em um deslocamento horizontal contínuo por cenários alienígenas variados. O diferencial está no sistema de power-ups, que permite ao jogador escolher em que tipo de melhoria investir — velocidade, lasers, mísseis, escudos, entre outros.

Esse sistema dá ao jogador um certo grau de estratégia, já que é preciso coletar cápsulas para "avançar" em uma barra de upgrades e então decidir o momento ideal para ativar cada habilidade. Isso adiciona uma camada tática rara para os jogos do gênero na época.

A dificuldade é alta, mas nunca injusta. A resposta dos controles é precisa, e o ritmo do jogo exige reflexos rápidos e memorização dos padrões inimigos. Cada morte ensina algo novo — e sobreviver longos trechos com todos os upgrades ativados é uma recompensa por si só.

Gráficos – Beleza em 8 bits

Para um jogo de 1986, Gradius impressiona visualmente. Os cenários são variados, indo de cavernas com estátuas alienígenas a campos espaciais repletos de inimigos mecanizados. Há um bom uso de camadas e padrões que dão uma sensação de profundidade, algo raro no NES.


O design dos inimigos e chefes também merece destaque. Apesar da limitação de cores do console, a Konami soube explorar bem os recursos disponíveis, entregando sprites bem definidos e animações suaves. Cada fase tem uma identidade visual própria, mantendo o jogo visualmente interessante do começo ao fim.

Som – Uma Trilha que Fica na Cabeça

A trilha sonora de Gradius é um exemplo clássico da excelência musical dos jogos da Konami na era 8-bit. As músicas são energéticas, marcantes e empolgantes, combinando perfeitamente com o clima de ação constante. Os efeitos sonoros — disparos, explosões, power-ups — são nítidos e contribuem para a imersão.

Mesmo com o chip de som limitado do NES, Gradius mostra como uma trilha bem composta pode elevar significativamente a experiência de jogo. Muitos jogadores da época (e até hoje) conseguem reconhecer seus temas instantaneamente.

Conclusão – Um Pilar do Gênero no NES

Gradius não é apenas um ótimo jogo de nave para o NES — ele é um dos melhores jogos do gênero em todo o console. Sua jogabilidade precisa, seu visual refinado para a época e sua trilha sonora inesquecível fazem dele um título obrigatório para qualquer fã de retro gaming.

Mesmo décadas após seu lançamento, Gradius continua sendo uma aula de design e diversão, provando que jogos bem-feitos superam facilmente as barreiras do tempo e da tecnologia.