The Goonies (NES) – Aventura clássica nas profundezas pixeladas

Lançado exclusivamente no Japão em 1986, The Goonies para o NES é um jogo de ação e plataforma inspirado no famoso filme homônimo da Warner Bros. Embora nunca tenha recebido um lançamento oficial no Ocidente (onde só vimos sua sequência, The Goonies II), o jogo original se tornou uma verdadeira relíquia entre os fãs do console da Nintendo.

Jogabilidade

A jogabilidade de The Goonies é simples, mas viciante. O jogador controla Mikey, o líder dos Goonies, em uma série de fases cheias de armadilhas, inimigos e passagens secretas. O objetivo é resgatar os amigos sequestrados pela família Fratelli e escapar das cavernas.

O jogo se destaca pela exploração e pelo ritmo ágil, é preciso encontrar chaves, derrotar inimigos e localizar as portas corretas para avançar. O desafio é equilibrado, não tão punitivo quanto outros títulos da época, mas exigindo atenção e memorização dos caminhos.

Apesar da simplicidade dos comandos (pular e atacar com chute ou bomba), a variedade de ambientes e obstáculos mantém o jogo interessante do início ao fim.

Gráficos

Os gráficos de The Goonies são coloridos e bem definidos para um título de 1986. Os cenários das cavernas, plataformas e salas secretas são construídos com um bom uso da paleta limitada do NES.

Os sprites dos personagens são pequenos, mas carismáticos. Mikey é facilmente reconhecível, e os inimigos, como ratos e os temidos Fratelli, têm boas animações para a época. Cada fase tem seu próprio estilo visual, o que ajuda a dar uma sensação de progressão e aventura.

Som

A trilha sonora é um dos pontos altos do jogo. O tema principal é uma adaptação de "The Goonies 'R' Good Enough", canção de Cyndi Lauper feita para o filme e ficou surpreendentemente bem convertida, para o chip de som do NES.

Os efeitos sonoros são simples, mas eficazes: os sons de explosões, saltos e danos cumprem bem o papel e ajudam a criar uma atmosfera de ação constante.

Veredito 

Mesmo sendo ofuscado por sua sequência (The Goonies II), o The Goonies original de NES é uma joia esquecida da era 8-bit. Com gráficos simpáticos, trilha sonora marcante e jogabilidade divertida, ele captura perfeitamente o espírito de aventura do filme.

Um jogo que mostra como, mesmo com limitações técnicas, o NES era capaz de entregar experiências cativantes e cheias de personalidade.

Castlevania: Bloodlines – A joia sombria do Mega Drive

Lançado em 1994, Castlevania: Bloodlines (ou Castlevania: The New Generation na Europa) marcou a estreia da lendária franquia da Konami no Mega Drive. Em meio à era de ouro dos 16 bits, o título conseguiu se destacar não apenas por carregar o nome Castlevania, mas por apresentar uma identidade própria, com características técnicas e artísticas que exploraram com maestria as capacidades do console da Sega.

Gráficos

Os visuais de Bloodlines são um dos grandes destaques do jogo. O Mega Drive, conhecido por seu tom mais “escuro” de cores, casou perfeitamente com a atmosfera gótica e sombria da série. Os cenários são ricos em detalhes, com castelos, ruínas e catedrais repletas de elementos animados, como plataformas móveis, inimigos elaborados e efeitos visuais que impressionavam para a época.


O uso de distorções gráficas e rotação de sprites em certos estágios, como no famoso nível da Torre de Pisa, demonstrou um domínio técnico impressionante por parte da Konami, mostrando que o hardware da Sega era capaz de competir com os efeitos visuais mais sofisticados do Super Nintendo.

Som

A trilha sonora de Castlevania: Bloodlines é uma verdadeira aula de composição para o chip Yamaha do Mega Drive. As músicas mantêm o estilo clássico da série, com tons sombrios e melodias intensas que acompanham perfeitamente a ação e o clima gótico do jogo.

Os efeitos sonoros também são muito bem trabalhados, os estalos do chicote, os gritos dos inimigos e o impacto das armas têm um peso característico. Mesmo com o som mais “áspero” do Mega Drive, a Konami conseguiu extrair um resultado impressionante, criando uma ambientação sonora marcante e única dentro da série.

Jogabilidade

Bloodlines mantém o estilo clássico de ação e plataforma da franquia, mas com algumas inovações. O jogador pode escolher entre dois personagens: John Morris, que utiliza o tradicional chicote (Vampire Killer), e Eric Lecarde, que empunha uma lança e tem movimentos mais ágeis e verticais. Essa dualidade traz uma camada extra de rejogabilidade e estratégia, já que cada personagem oferece um estilo de combate distinto.

O controle é preciso e responsivo, e o jogo apresenta um desafio típico da série, com fases longas, inimigos bem posicionados e chefes que exigem paciência e aprendizado de padrões. Embora difícil, a curva de aprendizado é justa, recompensando o jogador que persiste.

Veredito 

Castlevania: Bloodlines é, sem dúvida, um dos melhores jogos da franquia lançados na quarta geração de consoles. Ele combina gráficos sombrios de alta qualidade, uma trilha sonora poderosa e jogabilidade sólida, resultando em uma experiência intensa e memorável.
Mesmo décadas após seu lançamento, o jogo ainda é lembrado como uma das grandes demonstrações de como o Mega Drive podia oferecer aventuras complexas e visualmente impressionantes, e como a Konami sabia extrair o melhor de qualquer plataforma.

Um verdadeiro clássico que continua ecoando entre os fãs de Castlevania e dos 16 bits.

Dragon – The Bruce Lee Story (SNES)

Lançado para o Super Nintendo em 1995, Dragon: The Bruce Lee Story é um jogo de luta baseado no filme homônimo que retrata a vida do lendário artista marcial Bruce Lee. Desenvolvido pela Virgin Interactive, o título buscava capturar a essência do ícone das artes marciais em um formato acessível para os consoles da época. Apesar da proposta interessante, o resultado final acabou dividindo opiniões.

Gráficos

Os gráficos de Dragon: The Bruce Lee Story são competentes, mas não chegam a se destacar entre outros jogos de luta do SNES. Os personagens são bem animados e os golpes de Bruce Lee possuem certa fluidez, com movimentos que remetem ao estilo ágil e preciso do lutador. Os cenários, embora variados, são relativamente simples e carecem de detalhes mais elaborados. Ainda assim, a paleta de cores é bem utilizada e mantém uma boa legibilidade durante as lutas.

Som

A trilha sonora busca transmitir uma atmosfera oriental, misturando batidas marcantes e melodias inspiradas, mas o resultado é apenas mediano. As músicas acabam se tornando repetitivas após algum tempo. Já os efeitos sonoros, como gritos, socos e chutes, cumprem seu papel e ajudam a reforçar o clima de ação, mesmo que não sejam dos mais impactantes.

Jogabilidade

A jogabilidade é onde Dragon: The Bruce Lee Story mais sofre. Embora o jogo apresente um sistema de luta em 2D semelhante a outros títulos do gênero, os controles podem parecer lentos e pouco responsivos. Bruce Lee possui um conjunto limitado de golpes, e a detecção de colisão (hitbox) às vezes é inconsistente, o que pode frustrar o jogador.

O modo principal segue a trajetória de Bruce Lee, enfrentando oponentes inspirados em momentos de sua carreira e filosofia. Também há um modo multiplayer, que adiciona algum valor de replay, mas o ritmo travado e as limitações mecânicas impedem o jogo de alcançar o mesmo nível de títulos como Street Fighter II ou Mortal Kombat.

Dificuldade

A dificuldade é outro ponto notável: o jogo exige precisão e paciência. Inimigos mais avançados punem qualquer erro, e a falta de variedade nos golpes torna as batalhas longas e desafiadoras. Muitos jogadores consideram o jogo difícil mais por limitações de controle do que por desafio justo, o que pode desmotivar após algumas tentativas.

Veredito 

Dragon: The Bruce Lee Story é uma tentativa honesta de homenagear o lendário artista marcial, mas acaba ficando no meio do caminho. Apesar de bons visuais e uma premissa interessante, sua jogabilidade truncada e dificuldade mal balanceada impedem o jogo de brilhar. Ainda assim, para fãs de Bruce Lee e curiosos por adaptações de filmes nos 16 bits, vale uma conferida pela curiosidade histórica.

Metal Gear Solid (Game Boy Color)

Lançado em 2000 pela Konami, Metal Gear Solid para Game Boy Color é um verdadeiro exemplo de como um jogo complexo e cinematográfico pode ser adaptado com maestria para um hardware limitado. Diferente do que muitos poderiam esperar, o título não é uma simples conversão do clássico de PlayStation, mas sim uma nova história dentro do universo de Metal Gear, feita especialmente para o portátil da Nintendo.

Gráficos

Os gráficos de Metal Gear Solid no Game Boy Color são surpreendentemente detalhados. O jogo usa uma perspectiva top-down semelhante aos títulos originais de MSX, mas com sprites muito mais refinados e bem animados. O design das fases é limpo e funcional, com ambientes variados, desde instalações militares até áreas externas, e uma excelente distinção visual entre cada tipo de cenário. Mesmo na tela pequena do portátil, é fácil perceber o cuidado em representar sombras, efeitos de iluminação e elementos interativos, algo notável para o hardware de 8 bits.

Som

O som é outro ponto alto. A trilha sonora, composta especialmente para o Game Boy Color, capta o clima de tensão e espionagem característico da série. As músicas são simples, mas eficientes, e os efeitos sonoros, como passos, alarmes e comunicações via rádio,  ajudam a criar uma atmosfera envolvente. Dentro das limitações do console, o resultado é impressionante, demonstrando um trabalho técnico de alto nível.

Jogabilidade

A jogabilidade mantém o espírito de Metal Gear: infiltração e estratégia acima da ação direta. Snake deve se mover silenciosamente, evitar câmeras e soldados, usar disfarces e itens com sabedoria. A resposta dos controles é precisa, e a interface foi bem adaptada para o portátil, com menus intuitivos e comandos fáceis de acessar. O jogo também oferece uma boa variedade de armas e equipamentos, além de chefes desafiadores que exigem raciocínio e paciência, não apenas reflexos.

Uma adaptação exemplar

O mais impressionante é como Metal Gear Solid do Game Boy Color consegue capturar a essência da franquia mesmo em um formato portátil. Ele entrega uma narrativa sólida, repleta de reviravoltas, e traduz a sensação de estar em uma missão de espionagem complexa,  tudo dentro das limitações do console. É, sem dúvida, uma das melhores adaptações portáteis de um grande jogo de console.

Veredito

Metal Gear Solid para Game Boy Color é uma joia subestimada da biblioteca do portátil. Com gráficos caprichados, som atmosférico e jogabilidade fiel à franquia, ele mostra como a Konami conseguiu transformar um game de alto conceito em uma experiência portátil memorável. Uma verdadeira aula de design e otimização, digna do nome Metal Gear.

Gunstar Heroes (Game Gear)

Lançado originalmente para o Mega Drive e mais tarde adaptado para o Game Gear, Gunstar Heroes é um exemplo notável de como um jogo de ação intensa pode ser traduzido com sucesso para um portátil sem perder seu espírito. Desenvolvido pela Treasure, o estúdio já conhecido por sua criatividade e domínio técnico, o título se destaca como um dos melhores shooters da biblioteca do Game Gear.

Gráficos

Para os padrões do portátil da SEGA, Gunstar Heroes impressiona com visuais vibrantes e detalhados. Os sprites dos personagens são grandes e bem animados, e os inimigos aparecem em boa variedade, mesmo com as limitações de tela. A Treasure conseguiu preservar parte da identidade visual do original, adaptando os cenários e efeitos visuais de forma inteligente para o pequeno display, sem comprometer a fluidez da ação. A paleta de cores é bem utilizada, tornando cada fase visualmente distinta.

Som

O trabalho sonoro é outro ponto de destaque. As músicas mantêm o estilo energético da versão de Mega Drive, com composições adaptadas para o chip sonoro do Game Gear, resultando em trilhas empolgantes que acompanham o ritmo frenético do jogo. Os efeitos sonoros, tiros, explosões e impactos, são claros e bem definidos, ajudando a criar uma sensação constante de ação e urgência.


Jogabilidade

A jogabilidade é onde o jogo realmente brilha. Gunstar Heroes no Game Gear mantém o mesmo espírito de tiroteio cooperativo e frenético, com controles responsivos e precisos. O jogador pode alternar entre diferentes tipos de armas, combinando-as para criar novos efeitos, o que adiciona profundidade estratégica mesmo em um portátil. Embora a versão não tenha modo para dois jogadores, a experiência solo continua intensa e divertida, com fases variadas e chefes criativos.

Veredito

Gunstar Heroes (Game Gear) é uma adaptação exemplar que demonstra todo o potencial do console. Com gráficos bem trabalhados, som de qualidade e jogabilidade afiada, o título se destaca como um dos jogos de ação mais impressionantes da plataforma. Mesmo em meio a tantas limitações técnicas, a Treasure conseguiu entregar uma experiência que honra o original e prova por que o nome Gunstar Heroes é sinônimo de diversão e excelência.

The Incredible Hulk: Ultimate Destruction (PS2) - A Destruição em Sua Forma Mais Pura!

Se você é fã do Gigante Esmeralda e da destruição desenfreada, é provável que já tenha ouvido falar de The Incredible Hulk: Ultimate Destruction para PlayStation 2. Lançado em 2005 pela Radical Entertainment (os mesmos de Prototype), este jogo de ação em mundo semiaberto não se prende a adaptações de filmes, oferecendo a experiência definitiva de ser o Hulk.

Vamos mergulhar nos aspectos que tornam este título um clássico cult do PS2.

Gráficos: O Poder Bruto da Destruição

Para um jogo de mundo aberto do PS2 de 2005, Ultimate Destruction apresenta visuais sólidos e, mais importante, funcionais.

  • Estilo Visual: O jogo opta por um estilo visual que lembra os quadrinhos, com modelos de personagens robustos e cores vibrantes que combinam com o universo do Hulk. Os movimentos do Hulk, em particular, são fluidos e transmitem a sensação de peso e poder.

  • Destruição Ambiental: Este é o ponto alto gráfico. Embora os edifícios não sejam totalmente destrutíveis (uma limitação técnica da época), a capacidade de demolir veículos, postes, caixas d'água e grande parte dos cenários é impressionante. Ver os destroços voando e usá-los como armas é a verdadeira satisfação visual do jogo.

  • Performance: A Radical Entertainment conseguiu um feito notável: manter a jogabilidade fluida, mesmo com o caos e a quantidade de objetos na tela. Lentidão ("slowdown") é rara, o que é crucial para um jogo com tamanha escala de ação.

  •  Não é o jogo mais tecnicamente refinado do PS2, mas a sua ênfase na destruição em larga escala e o design do Hulk fazem com que a parte visual seja extremamente satisfatória e imersiva.


Som: Rugidos e Impactos

O design de áudio é fundamental para vender a fantasia de poder, e Ultimate Destruction acerta em cheio na criação da atmosfera caótica.

  • Efeitos Sonoros: É onde o jogo brilha. Cada soco, cada salto (que parecem terremotos), o som de um carro sendo esmagado e o whoosh de um projétil arremessado são extremamente impactantes. O som da destruição é o elemento constante que alimenta a jogabilidade.

  • Dublagem: O elenco de voz é de alta qualidade, com atuações convincentes, especialmente nas cenas mais dramáticas envolvendo Bruce Banner.

  • Trilha Sonora: A música cumpre seu papel, geralmente com uma orquestração épica, com batidas mais lentas nos momentos de Banner e temas mais intensos e orquestrais nas batalhas do Hulk. No entanto, ela tende a ser mais discreta para não competir com os poderosos efeitos sonoros.


Jogabilidade: Onde a Magia Acontece

Se você busca a liberdade de ser o Hulk sem amarras, este é o jogo. A jogabilidade é a principal razão pela qual o jogo é tão aclamado.

  • Controles e Movimentação: Os controles são intuitivos e dão ao jogador controle total sobre a força bruta do Hulk. A movimentação é livre e vertical: o Hulk corre na velocidade de um trem, pula prédios e até mesmo corre pelas paredes de grandes estruturas.

  • Mundo Aberto: O jogo apresenta áreas semiabertas (o deserto e a cidade) que servem como "caixas de areia" (sandboxes) gigantes para a destruição. Embora as missões de história sigam uma progressão, a satisfação de simplesmente sair por aí causando estragos, completando desafios secundários ou desbloqueando colecionáveis é imbatível.

  • Sistema de Combate e Poderes: É a verdadeira obra-prima. O Hulk possui um arsenal de mais de 70 movimentos destrutivos que podem ser comprados e desbloqueados. A habilidade de "Weaponize" (armar) objetos é o diferencial: esmagar um carro e usá-lo como luvas, pegar um ônibus para usar como escudo ou, o mais icônico, pegar um pedaço de ferro e transformá-lo em uma clava gigante. O combate é profundo, visceral e insanamente divertido.

  • Missões: O enredo, escrito pelo ex-escritor de quadrinhos do Hulk, Paul Jenkins, é envolvente e dá ao Hulk motivos para lutar. As missões de história são variadas, misturando momentos de destruição massiva, plataformas insanas e batalhas épicas contra chefes..


Veredito 

The Incredible Hulk: Ultimate Destruction não é apenas um bom jogo de super-herói; é um dos melhores jogos de ação da biblioteca do PS2. Seus gráficos são limitados pela plataforma, mas a excelência da sua jogabilidade destrutiva e a sensação de poder que ele transmite são atemporais.

Se você tiver a chance de revisitar este clássico, não hesite. É a destruição total e irrestrita do jeito que o Hulk (e os jogadores) gostam!

The Adventures of Batman & Robin (SNES) - Um Clássico Inesquecível do Cavaleiro das Trevas

É difícil falar de jogos clássicos de super-heróis sem mencionar The Adventures of Batman & Robin para Super Nintendo. Lançado em 1994 e desenvolvido pela aclamada Konami, este título não é apenas uma adaptação fiel da aclamada série animada Batman: The Animated Series, mas é considerado por muitos como um dos melhores jogos do Batman já lançados, antes mesmo da era Arkham. Vamos mergulhar no que torna este jogo uma joia rara.

Lançamento e Contexto

The Adventures of Batman & Robin chegou ao Super Nintendo no final de 1994 (Dezembro na América do Norte, Novembro na Europa). Sua chegada foi marcada por uma grande expectativa, impulsionada pela popularidade estrondosa do desenho animado, que é até hoje reverenciado como uma das melhores representações do herói. A Konami, já conhecida por jogos de alta qualidade na plataforma, tinha a responsabilidade de honrar esse legado, e conseguiu com maestria na versão do SNES, diferenciando-se significativamente das versões lançadas para outros consoles como Mega Drive/Genesis.

O jogo apresenta o Batman em uma série de oito "episódios", cada um culminando em um confronto com um vilão icônico como Coringa, Pinguim, Mulher-Gato e Charada.

Gráficos: A Arte Gótica em Pixel

No quesito gráfico, The Adventures of Batman & Robin é simplesmente excelente e um testemunho do poder artístico do Super Nintendo.

  • Fidelidade Estética: Os visuais capturam perfeitamente o estilo Art Déco sombrio e a estética de desenho animado da série, que usava fundos pretos para dar a ilusão de que as células eram pintadas em papel escuro (o famoso Dark Deco). Os cenários de Gotham são ricamente detalhados, atmosféricos e muito fiéis à fonte.

  • Animação Fluida: O sprite do Batman se movimenta com uma fluidez impressionante, quase como se estivesse animado quadro a quadro como na TV. A animação dos chefes e inimigos também é de altíssimo nível, contribuindo para a sensação de estar jogando um episódio interativo. As cutscenes entre as fases, embora simples, reforçam a narrativa e a sensação de "episódio".

Som: A Atmosfera de Gotham

A trilha sonora e os efeitos sonoros são igualmente impressionantes e cruciais para a imersão.

  • Trilha Sonora Épica: O tema principal da série animada é habilmente remixado e incorporado nas músicas das fases. A Konami demonstrou seu domínio no chip de som do SNES, entregando composições que variam de tensas e misteriosas a momentos de ação frenética, tudo isso mantendo a aura orquestral e noir da animação.

  • Efeitos Sonoros: Os sons de ataques, uso de Bat-Aparelhos (Bat-Gadgets) e os grunhidos dos inimigos são satisfatórios e funcionam bem, solidificando a atmosfera de combate e aventura.

Jogabilidade: Desafio e Variedade de Ação

O jogo é primariamente um jogo de plataforma e ação 2D, mas se destaca pela sua versatilidade e, honestamente, pela sua dificuldade lendária.

  • Controles e Combate: Os controles são responsivos e Batman pode atacar (soco e chute), se defender e usar seus Bat-Aparelhos. Os movimentos são precisos, essenciais devido à natureza punitiva do design das fases.

  • Bat-Gadgets: Uma característica marcante é a possibilidade de escolher até três aparelhos por fase no Bat-Computador, como Batarangues (seu principal projétil), gancho, bombas de fumaça, e até itens específicos para a fase como lanterna ou óculos de Raio-X. A escolha estratégica dos itens é crucial, especialmente para os chefes.

  • Design de Fases Variado: A Konami evitou a repetição, oferecendo fases muito diversas. Enquanto algumas são plataformas tradicionais de combate, outras exigem mais exploração, puzzles ou até mesmo pilotagem (como a controversa fase de Batmóvel contra o Duas-Caras ou a fase do Espantalho com visão distorcida). Essa variedade de mecânicas mantém o jogo sempre fresco.

  • A Dificuldade: Este é o ponto que frequentemente divide opiniões. O jogo é muito difícil. Os inimigos são resistentes, os bosses têm padrões de ataque complexos, e as seções de plataforma exigem precisão quase perfeita. Muitos veem isso como um desafio gratificante, digno de um herói de elite como Batman; outros podem se frustrar facilmente.

Veredito 

The Adventures of Batman & Robin (SNES) é uma obra-prima da Konami. Sua capacidade de replicar a beleza visual e a atmosfera sonora da série animada em um console de 16-bits é um feito técnico e artístico notável.

Embora sua alta dificuldade possa afastar jogadores casuais, para os fãs da série animada e para aqueles que buscam um jogo de plataforma 2D desafiador e com qualidade ímpar, ele é indispensável. Antes do Arkham Asylum, este jogo era o mais próximo que se chegava de encarnar o Cavaleiro das Trevas em um videogame de forma tão autêntica e estilosa. 

Super Smash Bros. Melee (GameCube)

Lançado em 2001 para o Nintendo GameCube, Super Smash Bros. Melee é um marco não apenas na história da Nintendo, mas também dos jogos de luta em geral. Após o sucesso do título original do Nintendo 64, a sequência elevou o conceito de crossover a um novo patamar, trazendo uma experiência muito mais refinada, veloz e tecnicamente profunda, a ponto de se tornar um dos pilares do cenário competitivo até os dias de hoje.

Gráficos

Para a época, Melee impressionava. O salto gráfico em relação ao jogo do Nintendo 64 foi gigantesco: personagens totalmente modelados em 3D, cenários vibrantes e detalhados, efeitos de iluminação e partículas caprichados e animações suaves. Cada lutador, de Mario e Link a Samus e Fox, foi representado com fidelidade e carisma, capturando o espírito de suas franquias de origem. Os estágios, inspirados em mundos clássicos da Nintendo, como Hyrule, Corneria e Dream Land, exibem uma riqueza visual que até hoje mantém seu charme retrô.

Som

A trilha sonora de Super Smash Bros. Melee é um verdadeiro tributo à história da Nintendo. Recheada de arranjos orquestrados e versões épicas de temas clássicos, o jogo oferece um banquete nostálgico para os fãs. Cada fase tem uma música icônica, e os efeitos sonoros, desde o impacto dos golpes até os gritos dos personagens, reforçam a intensidade das batalhas. O trabalho sonoro é tão memorável que muitas faixas foram reutilizadas ou remixadas em títulos posteriores da série.

Jogabilidade

É aqui que Melee realmente brilha. O jogo é rápido, preciso e exige habilidade. Seu sistema de combate, simples de aprender, mas difícil de dominar, proporciona batalhas emocionantes e cheias de possibilidades. Cada personagem tem um estilo próprio, e a física do jogo permite movimentos avançados como wave dashing, L-canceling e edge guarding, que deram origem a uma profundidade técnica sem precedentes.


Essa complexidade acabou fomentando um dos maiores e mais duradouros cenários competitivos de todos os tempos. Mesmo após duas décadas e várias sequências, Melee continua sendo jogado em torneios ao redor do mundo, sustentado por uma comunidade apaixonada e dedicada.

Veredito 

Super Smash Bros. Melee não é apenas um clássico do GameCube, é uma lenda dos videogames. Seus gráficos carismáticos, trilha sonora impecável e jogabilidade incrivelmente técnica o consagram como um dos melhores jogos da série Smash e um dos títulos mais influentes da história dos jogos de luta. Um verdadeiro ícone que atravessa gerações e ainda mantém seu brilho competitivo e diversão inigualável.


Super Mario Galaxy 2 (Wii)

Lançado em 2010 para o Nintendo Wii, Super Mario Galaxy 2 é a continuação direta de um dos títulos mais aclamados da história da Nintendo. Mesmo após o enorme sucesso do primeiro Galaxy, a equipe da Nintendo EAD conseguiu se superar, entregando um jogo ainda mais polido, criativo e divertido, um verdadeiro marco na trajetória do encanador bigodudo.

Gráficos

Para um console que não prezava pela potência gráfica, Super Mario Galaxy 2 impressiona até hoje. Os mundos esféricos, o uso inteligente de cores vibrantes e a fluidez das animações fazem o jogo brilhar na tela. Cada galáxia possui uma identidade visual única, com cenários que variam entre florestas flutuantes, desertos orbitais e até mundos feitos de brinquedos. O uso da iluminação e dos efeitos de partículas dá um toque mágico, reforçando o clima de conto espacial que marcou a série.


Som

A trilha sonora orquestrada é simplesmente deslumbrante. Com temas que vão do épico ao melancólico, as músicas de Super Mario Galaxy 2 elevam a experiência a outro nível. Compositores como Mahito Yokota e Koji Kondo criaram faixas memoráveis que se encaixam perfeitamente na atmosfera de cada fase. Os efeitos sonoros clássicos, como o pulo de Mario e o som das moedas, continuam presentes, mantendo o charme tradicional da franquia.


Jogabilidade

Se há algo que define Super Mario Galaxy 2, é sua jogabilidade refinada e variada. O controle com o Wii Remote é preciso, respondendo de forma intuitiva aos movimentos e giros do jogador. A estrutura de fases é mais focada, oferecendo desafios curtos e intensos, mas repletos de ideias novas.
A presença de Yoshi adiciona novas camadas de mecânica, com habilidades únicas que mudam conforme o tipo de fruta que o dinossauro come. Além disso, os power-ups, como o Mario Nuvem e o Mario Pedra, trazem formas criativas de explorar os planetas e resolver quebra-cabeças.

Veredito

Super Mario Galaxy 2 não é apenas uma sequência; é uma celebração da criatividade da Nintendo. O jogo pega tudo o que o primeiro título fez de certo e eleva a um novo patamar, com controles mais precisos, fases mais inspiradas e um ritmo impecável. Mesmo mais de uma década após o seu lançamento, continua sendo um dos melhores jogos do encanador bigodudo e uma das maiores obras-primas do Wii.

VR Troopers (Mega Drive)


Lançado para o Mega Drive em meados dos anos 90, VR Troopers é um jogo de luta baseado na série de TV homônima da Saban, que tentava replicar o sucesso de Power Rangers. Assim como o programa, o jogo apresenta batalhas entre heróis cibernéticos e inimigos mecânicos em um universo digital. Mas será que a adaptação para o console da Sega conseguiu fazer jus à proposta da série?

Gráficos

Para os padrões do Mega Drive, VR Troopers apresenta visuais medianos. Os personagens são grandes e bem detalhados, mas as animações são um pouco travadas, o que prejudica a fluidez das lutas. Os cenários variam entre ambientes urbanos e digitais, trazendo certa variedade, ainda que muitos pareçam estáticos e um tanto genéricos. O uso de cores é competente, mas limitado pelo hardware, resultando em um visual que não se destaca entre outros jogos de luta da época, como Mortal Kombat ou Street Fighter II.

Som

A trilha sonora é um dos pontos mais simples do jogo. As músicas são curtas e se repetem com frequência, o que pode cansar após algumas partidas. Ainda assim, algumas faixas capturam bem o clima futurista da série. Os efeitos sonoros, por outro lado, são básicos — socos, chutes e explosões têm impacto limitado, sem grande variação. A ausência de vozes digitalizadas, comum em jogos do gênero naquela geração, também tira um pouco da imersão.

Jogabilidade

A jogabilidade de VR Troopers tenta seguir o padrão dos jogos de luta 1x1 tradicionais, com comandos simples e poucos golpes especiais. No entanto, a resposta dos controles é inconsistente, tornando os combates lentos e, por vezes, frustrantes. Cada personagem tem um conjunto limitado de movimentos, e a falta de diferenciação entre eles torna as partidas repetitivas.


O modo single player oferece duelos contra inimigos controlados pela CPU até o confronto final com Grimlord, o vilão da série. Embora o jogo tenha certa nostalgia para fãs, sua profundidade é muito limitada. O modo versus local é uma boa adição, mas não salva o conjunto da experiência.

Veredito

VR Troopers para Mega Drive é uma adaptação que tenta capturar o espírito da série de TV, mas que acaba se perdendo em limitações técnicas e falta de refinamento na jogabilidade. É um título curioso para quem tem interesse em revisitar adaptações televisivas dos anos 90, mas dificilmente agradará quem busca uma experiência de luta sólida.