Fatal Fury 2 - (Mega Drive) - 1994


Lançado originalmente para os arcades e Neo Geo em 1992, Fatal Fury 2 foi uma evolução marcante da SNK no universo dos jogos de luta. Quando a versão para Mega Drive chegou em 1994, a expectativa era alta — afinal, seria uma chance de jogar esse clássico em casa sem precisar de um console caríssimo. Porém, essa versão veio com adaptações que impactaram diretamente a experiência, especialmente nos comandos e controles.

Neste review, vamos analisar como essas mudanças afetaram a jogabilidade, e também explorar os gráficos, som e a recepção do jogo na época.

Jogabilidade – refinamento de jogabilidade

O Fatal Fury 2 original, no Neo Geo, usava um esquema de 4 botões: soco fraco, soco forte, chute fraco e chute forte. Essa separação simples e direta permitia combates estratégicos, com variações claras de força, velocidade e alcance. Além disso, o sistema de combate em dois planos (foreground/background) era inovador e criava uma dinâmica tática interessante, permitindo desviar de golpes e fazer emboscadas.


O port do mega possui uma jogabilidade diferente, com o Joystick de 6 botões, a execução dos desperation moves foi simplificado (com a utilização  de um botão), além disso, houve também um refinamento na jogabilidade,  com possibilidade de execuções de combos que não estão na versão original. 

Gráficos – Um Esforço Admirável

Dentro das limitações do Mega Drive, Fatal Fury 2 impressiona. Os sprites são menores e menos detalhados que os da versão Neo Geo, mas ainda assim bem animados e expressivos. Os cenários são variados, com elementos móveis e boas paletas de cores, considerando o hardware da SEGA.


Há cortes visíveis em algumas animações de golpes, e certos personagens perderam frames importantes, mas a identidade visual da franquia foi mantida com fidelidade.

Som – Lutando Contra os Chips

O áudio talvez seja o aspecto mais frágil da versão Mega Drive. As músicas originais estão presentes, mas com qualidade inferior, com timbres metálicos e distorcidos. Os efeitos sonoros são básicos, e as vozes digitalizadas aparecem de forma ocasional e comprimida.

Comparado ao som cristalino da versão Neo Geo (que usava chips dedicados para música e efeitos), o Mega Drive fica devendo. Mesmo assim, para os padrões do console, esta ok.

Recepção na Época 

Na época de seu lançamento, a crítica recebeu Fatal Fury 2 no Mega Drive com respeito, mas também com ressalvas. Revistas como GamePro e Mean Machines elogiaram a fidelidade visual e a tentativa de manter o espírito do jogo original, mas criticaram duramente o sistema de controle com 3 botões, a ausência do sistema de dois planos e a jogabilidade truncada com comandos difíceis de executar.


Jogadores casuais aproveitaram a oportunidade de ter um título de luta alternativo ao domínio de Street Fighter II na plataforma, mas os fãs hardcore sentiram a ausência de elementos fundamentais da versão Neo Geo.

Conclusão

Fatal Fury 2 no Mega Drive é um exemplo clássico de um port que tentou manter o essencial, mas acabou perdendo parte do brilho no caminho. A ausência do sistema de planos, as limitações dos comandos com 3 botões e a resposta menos precisa nos golpes especiais são obstáculos para quem busca fidelidade ao original.

Por outro lado, com um controle de 6 botões, o jogo se torna muito mais jogável e prazeroso, revelando o que poderia ter sido uma conversão muito mais próxima da versão Neo Geo. Visualmente, ele cumpre bem seu papel, e para os fãs da SNK na época, foi uma opção digna – mesmo que um pouco limitada.


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