Fatal Fury - (SNES) - 1992


Lançado originalmente para os arcades em 1991 pela SNK,
Fatal Fury: King of Fighters foi um dos primeiros concorrentes diretos de Street Fighter II. Com personagens carismáticos, enredo mais desenvolvido e a inovadora mecânica de luta em dois planos (foreground e background), o jogo conquistou seu espaço nas casas de fliperama e rapidamente se tornou um dos pilares da SNK no gênero de luta.

Em 1992, a versão para Super Nintendo (Super Famicom no Japão) foi lançada pela Takara. Mas será que o console da Nintendo conseguiu fazer jus ao impacto do original? Vamos descobrir neste review retrô.

Lançamento e contexto

Na época, o SNES vivia o auge dos jogos de luta, com Street Fighter II como o título dominante do gênero. Portar Fatal Fury para o console era uma jogada estratégica para conquistar fãs da SNK no mercado doméstico e apresentar o jogo a um novo público.


Contudo, as limitações do hardware e o processo de adaptação impactaram significativamente a experiência em relação ao arcade.

Gráficos

Visualmente, Fatal Fury no SNES manteve boa parte do estilo característico da versão arcade. Os sprites são reconhecíveis, os personagens mantêm sua identidade visual e os cenários, embora simplificados, ainda entregam uma atmosfera urbana coerente com a proposta do jogo.

Porém, o SNES não pôde replicar a mecânica de luta em dois planos, uma das maiores inovações do arcade original. No fliperama, os personagens podiam se mover entre o primeiro e o segundo plano, o que trazia profundidade estratégica à luta. No SNES, essa funcionalidade foi completamente removida, deixando os combates restritos a um único plano, uma limitação compreensível, mas que afetou diretamente o diferencial da franquia.

Jogabilidade

A jogabilidade de Fatal Fury sempre foi mais rígida em comparação com outros jogos do gênero, e isso fica ainda mais evidente no SNES. A resposta aos comandos nem sempre é precisa: golpes especiais, como o Power Wave de Terry Bogard, exigem combinações que muitas vezes falham, mesmo quando executadas corretamente.

Parte disso se deve à sensibilidade do direcional do controle do SNES, mas também à programação do port, que simplificou algumas mecânicas e comprometeu a fidelidade dos comandos.

Outro ponto negativo é a ausência de um modo versus com todos os personagens jogáveis. Apenas os três protagonistas — Terry, Andy e Joe — estão disponíveis para o jogador, enquanto os demais permanecem como oponentes controlados pela IA. Isso limita a longevidade e o fator replay do jogo.

Recepção da época

Na época de seu lançamento, Fatal Fury para SNES foi recebido de forma mista. A imprensa especializada elogiou o esforço de portar um título arcade complexo para o console da Nintendo, mas não deixou de criticar as ausências marcantes, especialmente a falta da mecânica de dois planos e a jogabilidade travada.

Para muitos jogadores, o jogo funcionava mais como uma curiosidade ou um prelúdio para os títulos futuros da SNK do que como um concorrente de peso no SNES. Ainda assim, para os fãs dos personagens e da atmosfera da série, foi uma adição válida à biblioteca do console.

Veredito

Fatal Fury no SNES é um exemplo clássico de como as limitações técnicas e decisões de design podem afetar um port. Embora mantenha parte do charme do original, o jogo sofre com uma jogabilidade inconsistente e cortes significativos de conteúdo. Ainda assim, é uma peça interessante da história dos jogos de luta e um testemunho da tentativa de levar o arcade para dentro de casa nos anos 90.


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