Fatal Fury 2 – A Evolução do Clássico nos Arcades Neo Geo

Lançado em 1992 pela SNK, Fatal Fury 2 chegou para mostrar que a série Garou Densetsu não estava para brincadeira. Após o primeiro jogo apresentar um sistema de luta diferenciado, mas ainda engessado, a sequência veio como uma verdadeira evolução, polindo mecânicas, expandindo o elenco e consolidando o nome da franquia no cenário competitivo dos arcades.

Evolução em Relação ao Antecessor

O primeiro Fatal Fury tinha um charme próprio, mas sua jogabilidade era limitada, com poucos personagens jogáveis e uma mecânica que favorecia mais o "espetáculo" do que a competitividade. Já em Fatal Fury 2, a SNK trouxe um salto enorme: oito lutadores selecionáveis, cada um com estilo próprio, novas arenas espalhadas pelo mundo e um ritmo de combate muito mais ágil. A mecânica de "duas linhas" (pular para frente ou para trás na arena) foi aprimorada, permitindo estratégias mais dinâmicas durante os combates.

Gráficos

A parte visual é um verdadeiro deleite para a época. Os sprites são maiores, mais detalhados e cheios de personalidade, com animações mais suaves e fluidas que no primeiro jogo. Os cenários ganharam mais camadas, efeitos e interatividade, com mudanças sutis entre os rounds (como variações de clima ou público). A paleta de cores mais vibrante e o cuidado com cada detalhe tornaram Fatal Fury 2 um dos jogos mais bonitos do Neo Geo no início dos anos 90.

Som

A trilha sonora é marcante e reforça a identidade de cada personagem, com temas que vão do rock a músicas com influências regionais, dependendo do país do lutador. Os efeitos sonoros, como golpes, impactos e vozes digitalizadas, ganharam muito mais clareza, ajudando a criar uma atmosfera intensa durante as lutas. A qualidade sonora do Neo Geo foi muito bem aproveitada aqui.


Jogabilidade

Se no primeiro jogo o controle era mais travado, Fatal Fury 2 trouxe comandos mais responsivos e combos mais fluidos. A variedade de personagens com golpes especiais distintos incentivava os jogadores a testar diferentes estilos. O sistema de "duas linhas" ficou mais estratégico e intuitivo, permitindo fugir de ataques ou criar aberturas para contra-ataques. Além disso, o jogo exigia mais habilidade, recompensando a precisão e o domínio das mecânicas.

Veredito 

Fatal Fury 2 não foi apenas uma continuação, foi a afirmação de que a SNK sabia evoluir suas franquias. Com gráficos impressionantes, som de alta qualidade e jogabilidade muito mais refinada, ele marcou presença nos arcades e ajudou a abrir caminho para as sequências ainda mais memoráveis que viriam depois.

Street Fighter Zero 3 (GBA) – O clássico de arcade na palma da mão

Quando a Capcom decidiu trazer Street Fighter Zero 3 (conhecido no Ocidente como Street Fighter Alpha 3) para o Game Boy Advance em 2002, muita gente duvidou que fosse possível adaptar um dos jogos de luta mais completos da época para o pequeno portátil da Nintendo. Mas o resultado, embora cheio de limitações inevitáveis, mostrou que com criatividade técnica e alguns ajustes, a experiência poderia ser recriada de forma surpreendente.

Questões técnicas e adaptação para o portátil

O Game Boy Advance era uma máquina impressionante para a época, mas ainda assim muito inferior ao hardware de fliperamas e até mesmo dos consoles como PlayStation e Sega Saturn, onde o jogo brilhou. A Capcom precisou reescrever praticamente toda a parte gráfica e sonora para caber no cartucho, além de otimizar o código para garantir que as lutas rodassem de forma fluida.

O resultado foi um jogo que, apesar das limitações, manteve boa parte do elenco original (com exceção de alguns cenários e detalhes de sprites) e preservou os modos clássicos como World Tour, Arcade e Versus via cabo link.

Gráficos – Coloridos, mas simplificados

Visualmente, Street Fighter Zero 3 no GBA manteve o carisma dos personagens com sprites bem definidos e animações aceitáveis, embora menos suaves que nas versões de console. As cores foram adaptadas para a tela do portátil, mais claras e com menor contraste para compensar a falta de iluminação própria do GBA original.

Os cenários sofreram cortes: alguns detalhes e animações de fundo foram removidos ou simplificados, e a profundidade de campo foi reduzida. Ainda assim, a arte continuou fiel ao estilo vibrante da série Zero.

Som – Compressão inevitável, mas reconhecível

A trilha sonora original de Alpha 3 foi mantida, mas em versões muito mais comprimidas para caber no cartucho, perdendo graves e clareza. O mesmo aconteceu com as vozes, que ficaram mais abafadas e com menor variedade de falas durante as lutas.
Mesmo assim, os temas das fases continuavam reconhecíveis e as vozes mantinham o suficiente do “espírito arcade” para agradar aos fãs.

Jogabilidade – A essência ainda está lá, com ajustes

A maior mudança veio no controle. O GBA possuía apenas dois botões frontais (A e B) e dois gatilhos (L e R), enquanto a série Street Fighter exige seis botões (três socos e três chutes). A solução da Capcom foi criar um sistema de botões multifuncionais, onde combinações e gatilhos substituem golpes médios e fortes.

Por exemplo:

  • A = soco fraco

  • B = chute fraco

  • L = soco forte

  • R = chute forte

  • Golpes médios eram feitos pressionando direcional + botão fraco, ou botão forte dependendo da situação.

Embora essa adaptação fosse funcional, ela exigia reaprendizado, especialmente para quem estava acostumado com controles de arcade ou consoles domésticos. A execução de combos e specials continuava precisa, mas com um ritmo levemente diferente devido ao mapeamento alternativo.

Veredito  – Uma façanha técnica digna de respeito

Street Fighter Zero 3 para Game Boy Advance é um exemplo de como adaptar um jogo gigante para um hardware limitado sem perder completamente sua identidade. Os cortes gráficos e sonoros eram inevitáveis, e os controles exigiam prática, mas o pacote geral entregava o essencial: combates ágeis, modos variados e o charme inconfundível da série.

Para quem viveu a era GBA, foi um verdadeiro presente carregar no bolso um dos melhores jogos de luta já feitos.

Need for Speed III: Hot Pursuit – A Corrida que Marcou Época

Lançado em 1998 para o PlayStation 1, Need for Speed III: Hot Pursuit foi um dos títulos mais marcantes da franquia e se consolidou como um dos grandes jogos de corrida do console. A EA Canada trouxe uma experiência intensa que combinava velocidade, carros de luxo e a adrenalina de fugir (ou ser perseguido) pela polícia.



Gráficos – Realismo Impressionante para a Época

Para um jogo de PS1, Need for Speed III se destacava pelo cuidado visual. Os modelos dos carros eram bem detalhados, com reflexos e pinturas que, na época, impressionavam bastante. As pistas eram variadas e cheias de vida, desde estradas costeiras ensolaradas até rotas em florestas e regiões nevadas, sempre com mudanças de clima e iluminação que aumentavam a imersão. Embora hoje mostrem o peso do tempo, na década de 90 esses gráficos eram considerados de ponta para um jogo de corrida no console.

Jogabilidade – Velocidade com Pitadas de Estratégia

A jogabilidade era simples e acessível, mas com profundidade o suficiente para manter o jogador preso por horas. Além das tradicionais corridas, o modo Hot Pursuit dava um tempero extra: o jogador podia participar de perseguições contra (ou como) a polícia, trazendo uma dose de estratégia para escapar de bloqueios, usar atalhos e evitar ser encurralado. O controle dos carros era responsivo, com diferenças perceptíveis de desempenho entre cada modelo, o que incentivava testar diferentes máquinas.

Som – Motores e Sirenes na Sua Sala

O áudio foi outro ponto alto. O rugido dos motores era convincente e variava conforme o carro escolhido, enquanto as sirenes e comunicações da polícia aumentavam a tensão nas perseguições. A trilha sonora misturava batidas eletrônicas e rock, energizando as corridas e mantendo o ritmo acelerado. Era impossível não sentir a adrenalina subir quando as músicas e os sons da polícia se misturavam em alta velocidade.

Veredito - Um Marco dos Jogos de Corrida no PS1

Com seu pacote de gráficos acima da média, jogabilidade viciante e um trabalho sonoro marcante, Need for Speed III: Hot Pursuit se firmou como um dos grandes jogos de corrida do PlayStation 1. Até hoje é lembrado como um dos títulos mais divertidos e diferenciados da série, sendo referência para muitos fãs que conheceram a franquia nessa época.

Super Mario Bros. Wonder — O Mario 2D que renasceu para encantar o Switch

Desde seu lançamento em outubro de 2023, Super Mario Bros. Wonder chegou para redefinir o que esperamos de um jogo clássico do Mario em 2D. Depois de mais de uma década sem um grande título dessa pegada no Nintendo Switch, a Nintendo surpreendeu ao entregar um jogo que é ao mesmo tempo nostálgico e cheio de inovações criativas.

Jogabilidade e inovação que encantam

A grande sacada de Mario Wonder está nas novas mecânicas que dão um frescor muito bem-vindo à fórmula tradicional. A introdução das Flores Fenomenais traz transformações incríveis para os personagens e o cenário, criando momentos surreais e divertidos que variam o ritmo do jogo de forma constante.

Além disso, as Insígnias, habilidades que o jogador pode equipar, adicionam uma camada estratégica à jogabilidade, permitindo personalizar o jeito de explorar e superar obstáculos. Essa liberdade para montar seu estilo de jogo traz um valor enorme à rejogabilidade.

Os power-ups clássicos ganham companhia de novos, como o Mario-elefante, capaz de carregar água para resolver puzzles, o cogumelo-furadeira, que permite perfurar pisos e tetos, e a flor-bolha, que transforma inimigos em plataformas temporárias. Essas novidades enriquecem o gameplay, garantindo que cada fase seja uma experiência única.

Visual e áudio: um espetáculo colorido

Visualmente, o jogo é um show à parte. Os gráficos são vibrantes, coloridos e caprichados, mantendo a simplicidade charmosa do estilo Mario 2D, mas com detalhes que dão vida e movimento aos cenários. A fluidez dos 60 quadros por segundo se mantém constante, seja no modo portátil ou na TV, o que deixa a experiência ainda mais prazerosa.

A trilha sonora combina bem com a ação e traz temas animados que acompanham o ritmo das fases, embora não cheguem a ser tão marcantes quanto as composições clássicas da série. Os efeitos sonoros, incluindo a dublagem das florezinhas falantes, ajudam a compor o ambiente alegre e descontraído do jogo.

Multiplayer e acessibilidade

O jogo brilha também no modo multiplayer, suportando até quatro jogadores tanto localmente quanto online. A cooperação é divertida e um pouco caótica, exatamente o que se espera de um título Mario para jogar com amigos.

A inclusão de personagens que não sofrem dano, como Ledrão e Yoshi, torna o jogo acessível para iniciantes, o que reforça o compromisso da Nintendo em criar uma experiência para todos os públicos.

Pontos fracos e considerações finais

Apesar dos muitos acertos, Super Mario Bros. Wonder tem alguns pontos que poderiam ter sido melhor explorados. Os chefes, por exemplo, são relativamente simples e pouco inspirados, deixando a desejar diante da riqueza das fases.

A trilha sonora, embora adequada, não apresenta músicas tão memoráveis quanto outras obras da franquia. Além disso, algumas insígnias e power-ups têm uso limitado, o que pode desapontar jogadores que buscam sempre maximizar seus recursos.

Ainda assim, esses pequenos defeitos não comprometem a experiência geral. Mario Wonder é uma verdadeira celebração da série, entregando diversão, criatividade e desafios para jogadores de todos os níveis.

Veredito

Super Mario Bros. Wonder é, sem dúvida, um dos melhores jogos 2D do Mario já lançados. Ele combina o melhor do passado com ideias novas e ousadas, provando que a franquia ainda tem muito a oferecer. Se você é fã do encanador bigodudo ou está procurando um ótimo jogo de plataforma para o Switch, este é um título obrigatório.

Prepare-se para horas de diversão, descobertas e sorrisos em um mundo que só a Nintendo poderia criar.

Cuphead para PS4: Uma Viagem ao Passado com Desafio e Estilo

Lançado em 2020 para PlayStation 4, Cuphead é um jogo que combina estética retrô, jogabilidade desafiadora e uma trilha sonora marcante. Desenvolvido pelo estúdio independente Studio MDHR, o título rapidamente conquistou o coração dos jogadores e críticos, tornando-se um clássico moderno.

Gráficos: Uma Obra de Arte Animada

Cuphead se destaca por sua estética inspirada nos desenhos animados da década de 1930, utilizando o estilo de animação "rubber hose" característico da época. Cada frame é desenhado à mão, resultando em uma fluidez e charme visual únicos. Os cenários e personagens são ricos em detalhes, com cores vibrantes e animações que remetem aos clássicos da Warner Bros. e Fleischer Studios. Essa abordagem não apenas homenageia a história da animação, mas também proporciona uma experiência visual imersiva e encantadora.

Trilha Sonora: Jazz ao Estilo Vintage

A trilha sonora de Cuphead, composta por Kristofer Maddigan, é uma verdadeira joia do jazz. Gravada com uma orquestra de 13 músicos, a música captura a essência do swing e ragtime dos anos 30. Faixas como "Floral Fury" e "Die House" não só complementam a ação frenética do jogo, mas também se destacam como peças musicais excepcionais. Em 2019, o álbum da trilha sonora alcançou o topo das paradas de jazz da Billboard, um feito notável para uma produção de videogame 

Jogabilidade: Desafio e Precisão

Cuphead é um jogo de ação "run and gun" que coloca os jogadores contra uma série de chefes desafiadores. A mecânica de jogo é simples, mas exige precisão e estratégia. Cada chefe possui padrões de ataque únicos, e a chave para a vitória está na observação e na adaptação. Embora o jogo ofereça um modo "simples" para iniciantes, ele ainda mantém um nível de desafio significativo, especialmente nas fases mais avançadas .

A dificuldade é uma característica central de Cuphead. Os jogadores precisarão de paciência e perseverança para superar os obstáculos. No entanto, muitos consideram essa dificuldade como parte do apelo do jogo, proporcionando uma sensação de conquista a cada vitória.

Estilo de Jogo: Uma Homenagem aos Clássicos

Inspirado em jogos de plataforma dos anos 90, Cuphead apresenta fases variadas que incluem desde confrontos diretos com chefes até seções aéreas no estilo "shoot 'em up". A navegação entre as fases é feita por meio de um mapa, lembrando títulos como Super Mario World. Essa diversidade de gameplay mantém o jogo fresco e empolgante, oferecendo desafios que testam diferentes habilidades dos jogadores .Dificuldade Elevada: Um Desafio para os Corajosos

A dificuldade de Cuphead é notoriamente alta. Cada chefe apresenta múltiplas fases e ataques imprevisíveis, exigindo que os jogadores aprendam com cada tentativa e erro. Embora o jogo ofereça modos de dificuldade ajustáveis, a experiência completa é melhor apreciada nos níveis mais desafiadores. Para aqueles que buscam um teste de habilidade e paciência, Cuphead oferece uma recompensa gratificante a cada conquista.

Veredito: Uma Experiência Imperdível

Cuphead para PS4 é uma obra-prima que combina arte, música e jogabilidade de forma magistral. Sua estética única e trilha sonora envolvente criam uma atmosfera nostálgica e encantadora. Apesar da dificuldade elevada, o jogo oferece uma experiência recompensadora para aqueles dispostos a enfrentar seus desafios. Se você é fã de jogos que testam suas habilidades e aprecia uma boa dose de nostalgia, Cuphead é uma escolha obrigatória.

Comix Zone (Sega Genesis/Mega Drive)

Comix Zone, lançado em 1995 para o Sega Genesis (Mega Drive), é um título que se destaca por sua abordagem única e inovadora dentro do gênero beat ’em up, misturando elementos de quadrinhos com a jogabilidade clássica dos anos 90.

Gráficos

Visualmente, Comix Zone é um dos jogos mais impressionantes do seu tempo. O jogo utiliza um estilo artístico inspirado diretamente nas páginas de uma história em quadrinhos, o que é evidenciado não só pelos personagens e cenários desenhados à mão, mas também pela apresentação da própria tela como uma “página” de HQ. Cada fase parece uma página viva que se move e interage conforme você avança.

Os desenhos são detalhados, com traços marcantes e um visual cartunesco, porém sombrio, que combina perfeitamente com o clima do jogo. As animações dos personagens são fluidas e cheias de personalidade, algo não muito comum para jogos da era 16 bits. Os fundos possuem camadas e profundidade, com efeitos de sombreamento que dão uma sensação quase tridimensional, elevando a imersão do jogador.

Som

O áudio de Comix Zone é outro ponto forte. A trilha sonora é composta por músicas rock e efeitos sonoros que combinam com o estilo “underground” do jogo. As músicas são enérgicas e ajudam a criar uma atmosfera intensa durante as lutas e exploração.

Os efeitos sonoros são bem elaborados, com sons de golpes, destruição de objetos e interações que reforçam a sensação de impacto e ação. Apesar das limitações técnicas do Sega Genesis, o som se mantém de alta qualidade e é um destaque no conjunto.

Jogabilidade

A jogabilidade de Comix Zone mistura o clássico beat ’em up com elementos de exploração e resolução de pequenos puzzles, o que torna a experiência mais variada e envolvente.

  • Combate: As lutas são desafiadoras e requerem estratégia, não apenas sair apertando botões. O protagonista possui uma variedade de golpes, e o uso inteligente do ambiente, como objetos ao redor para atacar inimigos, é incentivado.

  • Exploração: Diferente de outros beat ’em ups lineares, o jogo permite que o jogador volte para áreas anteriores dentro da página, criando uma sensação de exploração não linear.

  • Interação: O cenário é interativo, com elementos que podem ser usados para atacar inimigos ou desbloquear novos caminhos, enriquecendo o gameplay.



A dificuldade é equilibrada, exigindo atenção e timing, mas nunca se tornando frustrante. O sistema de vida e “energia” para golpes especiais adiciona uma camada estratégica.

Design Inovador

Comix Zone inovou ao transformar a tela de jogo em uma verdadeira “página de quadrinhos” viva, onde os painéis se movem, se quebram e interagem com o personagem e inimigos. Essa fusão de mídia visual e jogabilidade é o ponto mais icônico do título.

O design das fases como páginas interativas, com balões de fala e onomatopeias surgindo conforme a ação acontece, cria uma imersão rara e única. A sensação de “estar dentro de uma HQ” foi algo revolucionário para a época.

Além disso, o uso criativo do hardware do Genesis para implementar efeitos visuais dinâmicos reforça o caráter inovador do jogo.

Impacto na Época

Quando lançado, Comix Zone recebeu elogios pela sua originalidade, estilo artístico e jogabilidade diferenciada. Embora não tenha alcançado vendas massivas, conquistou um público fiel e é até hoje considerado um clássico cult.

Seu impacto foi notável no sentido de mostrar que videogames podiam experimentar narrativas e estilos visuais mais ousados, abrindo portas para futuros jogos que misturassem mídias diferentes. Comix Zone mostrou que o hardware de 16 bits ainda podia entregar experiências únicas e artisticamente sofisticadas.

Veredito

Comix Zone é um título que se destaca por sua criatividade visual e design inovador. Com gráficos que parecem saídos diretamente de uma HQ viva, uma trilha sonora empolgante e uma jogabilidade que mistura combate com exploração, ele marcou época como um dos jogos mais originais do Sega Genesis. Seu legado permanece como um exemplo brilhante de como a combinação de arte e jogo pode criar experiências memoráveis.

Mortal Kombat 9 – O Reboot Que Quebrou Ossos e Expectativas!

 


Lá em 2011, quando Mortal Kombat 9 chegou para PS3 e Xbox 360, confesso: eu estava com o pé atrás. A franquia vinha de altos e baixos, e muita gente já achava que o jogo de luta mais sangrento de todos os tempos tinha perdido o fôlego. Mas bastou colocar o disco no console para perceber: era o renascimento que a série precisava, brutal, estiloso e, acima de tudo, respeitoso com suas raízes.



Enredo: Viagem no Tempo, Fatalities e Muito Drama

Prepare-se: MK9 não é só pancadaria. A NetherRealm Studios decidiu investir pesado na narrativa e, pela primeira vez, tivemos um modo história de respeito em um jogo de luta. Tudo começa com Raiden, prestes a ser derrotado por Shao Kahn no futuro. Em um último suspiro, ele manda uma mensagem ao passado: “Ele deve vencer”.

Com isso, a trama reconta, e reescreve, os eventos dos três primeiros jogos clássicos. E olha, não é fanfic boba, não. É um reboot que faz sentido, dá profundidade a personagens e cria novas reviravoltas (sim, o Liu Kang sofre horrores!). Foi a primeira vez que me vi realmente interessado no que acontecia fora das lutas.

Jogabilidade: Violência com Técnica

Mortal Kombat 9 acerta em cheio no equilíbrio entre nostalgia e inovação. A movimentação 2D, com gráficos em 3D (o famoso 2.5D), traz aquela pegada arcade clássica, mas com refinamento moderno.

O destaque aqui é o sistema de X-Ray Moves, ataques especiais que mostram, em câmera lenta e com raio-x, cada osso sendo esmagado. É de embrulhar o estômago… e impossível de não amar!

Também temos:

  • Golpes especiais aprimorados com barra de energia;

  • Os "breakers" pra cortar combos inimigos (essencial no online!);

  • O excelente modo de lutas em dupla (tag-team), com possibilidades táticas incríveis;

  • E a barra de especial dividida em 3 níveis — profundidade na medida certa.

Sério, MK9 é delicioso de jogar, tanto offline com os amigos quanto no competitivo.

Gráficos: Sangue, Suor e Cintilância Fatal

Os gráficos foram um salto gigante na época. Feito na Unreal Engine 3, MK9 traz personagens incrivelmente detalhados, com roupas que rasgam durante a luta, feridas que vão se acumulando e cenários que misturam nostalgia (quem lembra do The Pit?) com visual moderno.

Não tem nada de cartunesco aqui, é tudo sujo, sombrio, cruel. Do jeitinho que Mortal Kombat deve ser.

Som: Quebrando Ossos em Alta Fidelidade

O som é um espetáculo à parte. Cada golpe tem peso, cada osso quebrado faz você quase sentir a dor. A dublagem (em inglês) é ótima, e a trilha sonora equilibra bem o épico com o sombrio.

Conteúdo: Uma Kripta de Surpresas

Esse jogo é gigantesco! Além do modo história, temos:

  • A Torre dos Desafios com 300 missões malucas (Test Your Might, Test Your Sight, e mais);

  • A clássica Kripta, cheia de segredos, fatalities extras, skins e curiosidades da série;

  • E claro, modos de luta solo, tag, online, ranqueado, casual…

A quantidade de conteúdo é tão absurda que até hoje dá pra revisitar e encontrar algo novo.

Legado: O DNA dos Novos MKs

Se hoje a franquia está em alta com MK X e MK 11, pode agradecer a esse jogo. Mortal Kombat 9 redefiniu a série, trouxe uma narrativa de verdade, mecânicas sólidas e uma direção artística coesa.

Mais que um reboot, ele foi um renascimento, e serviu como fundação para o Mortal Kombat moderno que conhecemos. Foi o momento em que os fãs mais antigos voltaram a sorrir… e os novatos passaram a respeitar.

Veredito: Um Reboot de Respeito

Mortal Kombat 9 não só reergueu a série das cinzas, como a levou a um novo patamar. É brutal, divertido, completo e, acima de tudo, feito com carinho por quem entende o que MK representa.

Se você ainda não jogou, vale cada segundo. Se já jogou, sabe bem: esse jogo é um verdadeiro fatality na mediocridade.

Aero Fighters 3 (Neo Geo) - Um clássico raro com jogabilidade explosiva, caminhos alternativos e muito carisma


Lançado em 1995 pela Video System, Aero Fighters 3 (também conhecido como Sonic Wings 3 no Japão) é o terceiro título da aclamada série de shoot ‘em ups verticais que marcou presença nos fliperamas dos anos 90. Desenvolvido para a poderosa placa Neo Geo MVS, o jogo também foi adaptado para os sistemas Neo Geo AES (console doméstico) e Neo Geo CD.

Mesmo em meio à grande oferta de jogos de nave nos arcades da época, Aero Fighters 3 conseguiu se destacar com sua ação frenética, personagens excêntricos e múltiplas rotas de fases, que adicionavam um toque de imprevisibilidade ao gameplay.

A mítica versão americana do Neo Geo AES

Um dos aspectos mais curiosos e valiosos  do legado de Aero Fighters 3 é a raridade extrema da versão americana para Neo Geo AES. Diferente da edição japonesa e europeia, o jogo não teve um lançamento comercial regular nos Estados Unidos. Acredita-se que apenas algumas poucas unidades foram produzidas, talvez para testes ou demonstrações internas, tornando-se uma peça lendária entre colecionadores.
Uma cópia autenticada foi vendida por mais de US$ 30.000, o que a torna uma das mídias de videogame mais raras e caras do mundo.

Gráficos: carisma visual, mas falta coesão

Visualmente, Aero Fighters 3 apresenta sprites bem definidos, aviões detalhados e efeitos de explosão que mantêm o padrão de qualidade da SNK e do Neo Geo. No entanto, o design dos cenários deixa a desejar em consistência: algumas fases parecem inacabadas ou desconexas em relação ao resto da ambientação.

O estilo cartunesco e o humor bizarro, marca registrada da série, continuam presentes, o que garante charme e personalidade, mesmo que o jogo não impressione tanto quanto seus contemporâneos mais caprichados visualmente.

Som: trilha energética e vozes excêntricas

A trilha sonora segue o estilo agitado e intenso do gênero, com músicas rápidas que acompanham bem o ritmo do jogo. Embora alguns temas sejam repetitivos, há bons momentos, principalmente nas batalhas contra chefes.

O destaque vai para os efeitos sonoros e vozes digitalizadas, que acrescentam um ar exagerado e divertido, especialmente com personagens que falam frases absurdas em meio à ação. Essa irreverência é parte da identidade da franquia.

Jogabilidade: acessível, divertida e com ótima rejogabilidade

O grande trunfo de Aero Fighters 3 está na sua jogabilidade refinada e acessível, com controles responsivos e ação constante. Os jogadores podem escolher entre 10 personagens únicos (mais 2 secretos), cada um com armas, naves e estilos próprios de disparo, o que contribui para uma experiência diversa a cada jogada.

Outro diferencial são os caminhos ramificados: o jogo possui 18 fases, mas cada sessão exibe apenas 8 delas, variando conforme decisões de rota e personagens selecionados. Isso aumenta consideravelmente a rejogabilidade.

O modo cooperativo para dois jogadores também tem uma mecânica interessante: ao unir os aviões sem acionar bombas, os jogadores liberam um ataque combinado especial, criando uma camada estratégica adicional.

Recepção e legado

Na época do lançamento, Aero Fighters 3 recebeu críticas mistas. Foi elogiado pela variedade de personagens, trilha sonora animada e diversão arcade, mas criticado por cenários pouco inspirados, repetição visual e a ausência de grandes inovações em relação ao seu antecessor.

Nos anos seguintes, porém, o jogo foi redescoberto com mais carinho, principalmente graças às reedições digitais para consoles modernos (via ACA Neo Geo), onde passou a ser reconhecido como um clássico cult entre fãs de shoot ‘em ups.

Veredito 

Aero Fighters 3 pode não ser o jogo tecnicamente mais impressionante da série Neo Geo, mas compensa com muito estilo, humor e jogabilidade sólida. Seu sistema de rotas alternativas, elenco maluco e ação intensa garantem uma experiência arcade envolvente e nostálgica.

E para os colecionadores hardcore? A versão americana do AES é quase como o Santo Graal, uma verdadeira relíquia de valor incalculável.

Phelios (Arcade, 1989): Mitologia Grega com Tiros e Estilo

Lançado em 1989 pela Namco, Phelios foi uma das apostas da empresa em expandir seu catálogo de shooters verticais, numa época em que o gênero dominava os fliperamas. Mas, ao contrário dos cenários futuristas de outros títulos da época, como Xevious ou Galaga, Phelios se destacou por trazer uma ambientação mitológica, onde o jogador assume o papel do deus Apolo montado em Pégaso, lutando para resgatar a deusa Ártemis das garras do temível Titã Tifão.

Mesmo com certa obscuridade, Phelios marcou presença nos arcades japoneses e em alguns fliperamas ocidentais, e posteriormente ganhou uma versão para Mega Drive. Mas como ele se sustenta como jogo de arcade? Vamos analisar.

Gráficos

Para a época, Phelios entrega visuais impressionantes nos primeiros estágios. Os cenários, criaturas mitológicas e efeitos de magia são coloridos, detalhados e transmitem bem o clima épico da aventura. Chefes como Medusa, Cérbero e Escila são grandes e expressivos, com animações fluídas e design marcante.

No entanto, essa qualidade gráfica decai nas fases finais, especialmente no confronto com Tifão, cujo cenário parece inacabado, com sprites simplificados e paleta de cores pobre, destoando bastante do capricho inicial. Ainda assim, o estilo artístico ousado para um shooter, inspirado na Grécia Antiga, continua sendo um dos maiores méritos do jogo.

Som e Trilha Sonora

A trilha sonora de Phelios é orquestral, empolgante e atmosférica, dando um tom grandioso à jornada. As músicas variam entre o dramático e o heroico, com destaque para as faixas dos chefões, que contribuem para a tensão nos momentos decisivos.

Por outro lado, os efeitos sonoros são simples, com disparos e explosões pouco impactantes. As cutscenes entre as fases contam com falas digitalizadas, mas com vozes robóticas e entonação exagerada, o que acaba soando mais engraçado do que épico, ainda que isso adicione um charme kitsch ao pacote.

Jogabilidade

A base de Phelios é a tradicional do gênero shoot ‘em up vertical: enfrentar ondas de inimigos enquanto se desvia de tiros. A grande diferença está no sistema de “charge shot”, onde o jogador segura o botão de ataque para lançar um poderoso feixe de energia. Isso cria um ritmo de jogo mais tático, exigindo precisão e tempo, ao invés de apenas atirar freneticamente.

O jogo conta com 7 fases, cada uma finalizada com um chefe inspirado na mitologia grega. O desafio é bem calibrado nas primeiras fases, mas cresce abruptamente no final, com inimigos mais resistentes e padrões de ataque complexos. A batalha contra o chefão final, Tifão, é particularmente difícil e exige muito treino, o que pode frustrar jogadores casuais.

Criatividade e Ambientação

O grande diferencial de Phelios está na ambientação mitológica. Ver deuses gregos, monstros clássicos e um enredo digno de epopeia dentro de um shooter vertical era algo inédito na época. As cutscenes entre as fases ajudam a criar uma narrativa linear simples, mas funcional, que empurra o jogador adiante com motivações claras.

Esse universo mitológico, aliado ao estilo gráfico fantasioso, deu ao jogo uma identidade única, separando-o da multidão de shooters espaciais genéricos dos anos 80.

Veredito 

Phelios é um shooter ousado e carismático que tentou sair da mesmice dos fliperamas da época, apostando em mitologia, narrativa e uma mecânica de tiro carregado. Embora peque em consistência gráfica nas fases finais e tenha efeitos sonoros pouco inspirados, o jogo ainda se destaca por seu visual criativo, jogabilidade desafiadora e trilha sonora envolvente.

Para fãs de shmups ou jogos retrô com uma pegada única, Phelios é uma pérola curiosa que merece ser redescoberta.

The King of Fighters XIII (PS3/Xbox 360): A redenção definitiva da SNK

Após o controverso The King of Fighters XII, a SNK Playmore sabia que precisava de um verdadeiro acerto para resgatar a confiança dos fãs da franquia. Lançado originalmente nos arcades em 2010, The King of Fighters XIII chegou ao PlayStation 3 e Xbox 360 em 2011 como uma versão extremamente mais completa, polida e fiel ao legado da série. E não decepcionou.

Um salto gigantesco em relação ao KOF XII

Se o KOF XII foi criticado por sua falta de conteúdo, ausência de um modo história decente e elenco reduzido, KOF XIII veio como uma verdadeira correção de curso. O jogo não só trouxe de volta praticamente todos os lutadores clássicos que ficaram de fora da edição anterior, como também implementou um modo história robusto, modo arcade, trial, online refinado e muito mais. O pacote era, finalmente, digno de um título numerado da franquia.

Além disso, ajustes técnicos foram feitos na jogabilidade: os controles ficaram mais precisos, as mecânicas de EX Moves e Hyper Drive Mode adicionaram profundidade ao sistema de lutas, e o equilíbrio entre os personagens foi significativamente melhorado.

Gráficos 2D desenhados à mão com requinte

Um dos maiores destaques de KOF XIII está em seus gráficos. A SNK manteve o estilo 2D com sprites desenhados à mão em alta definição, um verdadeiro presente visual para os fãs do gênero. Cada personagem é detalhado com esmero, e as animações são suaves e cheias de personalidade. Os cenários, vibrantes e variados, completam a experiência com estilo.


Essa opção por manter o 2D puro em plena era do 3D mostrou ousadia e respeito às raízes da franquia – algo muito valorizado pelos jogadores mais antigos.

Trilha sonora e efeitos sonoros de respeito

A trilha sonora de KOF XIII traz de volta os temas marcantes da série, com arranjos modernos e cheios de energia. Cada equipe possui sua música tema, e os efeitos sonoros das lutas são satisfatórios, com golpes impactantes e especiais que fazem jus ao espetáculo visual.

A dublagem também é um ponto forte, com vozes características dos personagens e falas clássicas que ajudam a manter o carisma e a identidade de cada lutador.

Jogabilidade técnica e recompensadora

KOF XIII mantém o estilo rápido e técnico que consagrou a série. O sistema de três personagens por equipe ainda está presente, mas a introdução de novos recursos como o Hyper Drive Cancel e EX Moves adiciona camadas estratégicas para jogadores mais experientes. Para os novatos, o jogo também oferece modos de treino, trials e tutoriais que ajudam a entender as nuances do combate.

Online, a SNK também deu um passo à frente, oferecendo um netcode mais estável do que o visto no jogo anterior, embora ainda aquém dos padrões modernos.

Conteúdo para manter o jogador engajado

Diferente do vazio que foi KOF XII, XIII entrega uma vasta gama de modos: arcade, história (com múltiplas rotas e finais), trials específicos para cada personagem, modo versus local e online, galeria de artes e trilhas sonoras, além de conteúdo desbloqueável. Tudo isso contribui para uma experiência mais completa e duradoura.

Veredito

The King of Fighters XIII é o verdadeiro retorno da SNK à boa forma. Corrigindo quase todos os erros do antecessor, o jogo entregou uma das experiências mais refinadas e completas da série, tanto em termos de conteúdo quanto de jogabilidade. Com gráficos 2D impressionantes, trilha sonora empolgante e combates intensos, KOF XIII não apenas honra o legado da franquia, mas também mostra como os jogos de luta em 2D ainda têm muito a oferecer na era moderna.