R-Type (PC-Engine) - 1988

 


Quando falamos de clássicos dos jogos de nave espacial, R-Type é um dos primeiros nomes que vem à mente. Lançado originalmente para os arcades pela Irem em 1987, o jogo rapidamente se tornou um marco no gênero shoot 'em up. No entanto, uma das conversões caseiras mais impressionantes da época foi para o PC Engine (também conhecido como TurboGrafx-16 no ocidente), lançada em 1988 no Japão. Essa versão ganhou destaque não só pela sua fidelidade, mas também por demonstrar o poder da plataforma da NEC.

Lançamento

O port de R-Type para o PC Engine foi tão ambicioso que a NEC decidiu dividi-lo em duas partes:

Versão HuCard, dividido em duas partes.

  • R-Type I: lançado em 1988, contendo as quatro primeiras fases.
  • R-Type II: lançado pouco tempo depois, com as quatro fases finais.

Na época, essa decisão foi controversa, mas compreensível tecnicamente. Os cartuchos (HuCards) tinham capacidade limitada, e a fidelidade ao arcade era prioridade. A solução dividida garantiu que o jogo não fosse sacrificado em termos de conteúdo ou qualidade, mais tarde o jogo também foi portado para versão em CD,  om conteúdo unificado.


Versão em CD com conteúdo completo

Gráficos

A versão para PC Engine foi amplamente elogiada pelos gráficos, que, para um console de 8 bits, eram surpreendentemente próximos ao arcade. Os sprites são grandes e bem detalhados, os inimigos têm designs criativos e os cenários possuem camadas com bom uso de cores e efeitos de paralaxe,  algo não muito comum na época.


Apesar de algumas perdas óbvias comparadas ao arcade, como número de quadros de animação e alguns efeitos visuais, o jogo manteve o clima sombrio e mecânico original que definia R-Type.


Jogabilidade

A essência de R-Type está em sua jogabilidade estratégica. Ao contrário de muitos shooters frenéticos da época, R-Type exige mais tática do que reflexo. O sistema de power-ups com o módulo "Force", que pode ser acoplado à nave ou lançado à frente, dá ao jogador várias possibilidades de ataque e defesa.

No PC Engine, a jogabilidade é extremamente fiel. A resposta dos controles é precisa, e a dificuldade desafiadora do arcade está presente, o que agradou bastante aos puristas do gênero. A performance também impressiona: poucos slowdowns e quase nenhum flicker, mesmo em momentos com muitos inimigos na tela.


Som

O PC Engine era conhecido por seu chip de som competente, e R-Type tirou bom proveito disso. As músicas são bem reproduzidas, com faixas eletrônicas marcantes que acompanham bem a tensão de cada fase. Os efeitos sonoros, como disparos e explosões, mantêm a energia do arcade, mesmo com a limitação técnica.

Embora não tenham a mesma riqueza sonora da versão original, o trabalho realizado na conversão sonora é digno de elogios e mostra o cuidado com o port.


Recepção na Época: 

Na época do lançamento, R-Type para PC Engine foi considerado um dos melhores ports já feitos de um arcade para um console doméstico. Revistas japonesas como a Famitsu deram altas notas, destacando a fidelidade ao original e a qualidade técnica do hardware da NEC.



Mesmo no ocidente, onde a TurboGrafx-16 não teve o mesmo impacto, críticos elogiaram o jogo como uma das melhores razões para ter o console. Muitos o consideram um dos primeiros títulos "killer app" do PC Engine, capaz de mostrar do que o sistema era realmente capaz.


Veredito

R-Type no PC Engine é mais do que uma conversão, é um exemplo de como adaptar um arcade de forma inteligente e respeitosa ao hardware doméstico. Até hoje, essa versão é lembrada como uma das mais impressionantes da era 8 bits, e com razão. Se você gosta de jogos de nave com desafio de verdade, design bem pensado e trilha sonora envolvente, esse clássico ainda vale muito a pena.

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